3.5.22

Mais de mil pessoas em situação de sem abrigo saíram da rua no último ano. Objetivo é "manter o ritmo"

Rute Fonseca com Carolina Rico, in TSF

O Governo vai assinar esta sexta-feira novos protocolos para a criação de 64 vagas em soluções de Housing First e Apartamentos Partilhados em todo o país. Mais de mil pessoas em situação de sem abrigo foram retiradas das ruas ao longo do último ano, revela a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que esta sexta-feira assina cinco protocolos para dar um lar a 64 pessoas.

Em declarações à TSF, Ana Mendes Godinho explica que estes acordos envolvem autarquias e associações de todo o país, através do programa Housing First e Apartamentos Partilhados. "Equipas multidisciplinares acompanham cada uma das pessoas para a sua reintegração, que é muito mais do que só a casa."

Através de uma avaliação caso a caso, é possível identificar as necessidades específicas das pessoas retiradas da rua, do acompanhamento psicológico ao apoio para "retomarem rotinas e hábitos de autonomia".

Ana Mendes Godinho explica como funciona o acompanhamento das pessoas retiradas das ruas

O Presidente da República definiu o combate ao problema das pessoas em situação de sem abrigo como um como desígnio nacional, a erradicar até 2023.

A ministra da solidariedade promete continuar a trabalhar, mas não se compromete com um prazo. "O objetivo é continuar a este ritmo e, pelo menos, no próximo ano conseguirmos exatamente o que já conseguimos este ano e que mostramos ser possível, mesmo em ano de pandemia."

Governo quer tirar pelo menos mil pessoas da situação de sem abrigo no próximo ano

Nuno Jardim, diretor geral da associação CASA - Centro de Apoio ao Sem-abrigo - defende que os acordos que vão ser assinados esta sexta-feira são uma ajuda importante, mas não chegam.

"Tudo que vamos fazemos com estas pessoas é quase sempre uma gota no oceano devido à complexidade desta problemática", aponta.

Toda a ajuda é boa, mas "que precisamos de mais, precisamos"

O Centro de Apoio ao Sem-abrigo receia que o aumento do custo de vida provocado pela guerra, depois de um ano marcado pelas dificuldades associadas à pandemia, agrave o sofrimento destas pessoas.