in Jornal Público
A Amnistia Internacional (AI) quer que a União Europeia (UE) fortaleça as "ambições" e ultrapasse as "ambivalências" da sua política de direitos humanos. Por isso, elaborou um "programa de dez pontos" que apresentou à presidência portuguesa.
"Portugal herda um contraste que dificilmente poderá ser maior entre os valores da UE e as ambições globais de direitos humanos", analisa a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos.
Reconhecendo que a UE tem demonstrado "um constante e crescente empenhamento" na defesa dos direitos humanos, a AI realça que persistem "sérios problemas" e exige uma "política de direitos humanos que seja consistente nas suas dimensões interna e externa". A UE "pode servir como um poderoso exemplo para o resto do mundo se ultrapassar as suas ambivalências", destaca o programa.
Em concreto, a AI exige que a UE responda às detenções ilegais dos serviços secretos dos EUA de forma tão vigorosa como o fez "face às violações de direitos humanos na Rússia".
"Continuar a pressionar os parceiros" estratégicos para que colmatem "as suas deficiências a nível dos direitos humanos" é outra das reinvindicações, a par de colocar os direitos humanos "no centro da cooperação UE-África". "Garantir os direitos humanos na gestão da imigração irregular" é outra exigência da AI.