Jesus Zing, in Jornal de Notícias
Infantários e ATL de Aveiro estão em risco de não poder abrir portas no próximo ano lectivo
Aentrega das actividades de enriquecimento curricular do 1.º Ciclo do Ensino Básico, nos agrupamentos de escolas de Aveiro e Eixo, a um consórcio formado pela Universidade de Aveiro e uma escola de línguas de Santarém, provocou protestos da parte de pais e encarregados de educação e dos representantes de várias instituições particulares de solidariedade social (IPSS), anteontem, na Assembleia Municipal.
A medida pode pôr "em risco a viabilidade das instituições, levando ao fecho de ATL, e lançar no despedimento trabalhadores, já que foi anunciada a dez dias do fecho do prazo das candidaturas, quando o próximo ano já estava programado", afirmou Conceição Sameiro, do Centro Paroquial e Social da Vera-Cruz. Também Joana Barros (do Centro Cultural e Desportivo da Segurança Social de Aveiro), Fátima Dias Ferreira (Florinhas do Vouga) e David Cerqueira (Associação de Pais da Glória), além de outros pais, manifestaram "profundo descontentamento" pela medida da Câmara, depois de a parceria anterior, que envolvia as IPSS, ter sido elogiada pelo vereador da Educação, Pedro Ferreira (PSD). "Não consideramos que este projecto retire opções aos pais", disse o vereador, na resposta, defendendo que o projecto deve ser avaliado no fim e garantindo que as refeições serão fornecidas nos moldes dos anos anteriores.
O presidente da Junta de Freguesia da Glória, Fernando Marques (CDS/PP), também se mostrou preocupado com o futuro das IPSS e Jorge Nascimento, da mesma bancada, afirmou que o vereador "não nos explicou nem nos convenceu de que isto precisasse de mudar".
Também Rocha de Almeida (PSD) manifestou preocupação, mas reiterou a sua "confiança" no vereador e a esperança de "que o assunto será tratado com respeito e dignidade". Do lado da Oposição, Raul Martins (PS) considerou que a opção do vereador Pedro Ferreira "é altamente questionável" e António Regala (PCP) acentuou "a grande complicação em que o Executivo está metido", enquanto Jorge Afonso (BE) defendeu a necessidade de o vereador " voltar atrás na sua decisão".
"Temos algumas reuniões para a semana para incluirmos algumas instituições no projecto", emendaria, mais tarde, o vereador do pelouro, Pedro Ferreira. Por sua vez, o presidente da Câmara, Élio Maia (PSD/CDS-PP), assumiu "o compromissoreafirmar, junto do parceiro deste projecto, que venham a envolver-se todas estas entidades".