25.5.07

Economia Social e Empresas de Inserção

Lígia Silveira, in Agência Ecclesia

Modelos de desenvolvimento e de inclusão em debate no Porto, com vista ao combate à pobreza e exclusão social


A Rede Europeia Anti-Pobreza / Portugal (REAPN), no âmbito do protocolo de cooperação assinado com o Instituto de Emprego e Formação Profissional - IEFP, pretender juntar ONG, peritos na área da pobreza e da exclusão social e entidades públicas e privadas para discutir a importância da Economia Social na inserção de públicos desfavorecidos no mercado de trabalho.

“Não ter trabalho é nitidamente uma forma de exclusão social”, adianta à Agência ECCLESIA, Júlio Paiva, da Rede Europeia Anti Pobreza/Portugal e organizador do encontro. O que não quer dizer também “que muitas pessoas que têm trabalho não sejam igualmente excluídas socialmente”, acrescenta. Até porque o trabalho “não é a única forma de exclusão”.


A economia social “por si só”, já é uma economia feita “para e com as pessoas”. A sua filosofia tem como grande objectivo “a inclusão das pessoas, feita a pensar não no lucro mas nas pessoas”, mas não rejeita à priori os benefícios, apenas “são re investidos na própria pessoa”.


As ONG, ou as empresas do Terceiro Sector, contribuem muito para este mercado, seja através dos serviços prestados e das respostas dadas, seja como entidade empregadora, e geradora de crescimento económico. Por isso, é fundamental entender e compreender o seu papel, não só a nível nacional, mas também europeu, e dar-lhe a importância devida.


Embora a economia social seja um parente pobre dentro do mercado nacional e europeu, o certo é que esta tem dado respostas e avançado com soluções na área da luta contra a pobreza e exclusão social, e consequentemente na inserção de públicos desfavorecidos através, por exemplo, das Empresas de Inserção (medida que surge no âmbito do Mercado Social de Emprego - MSE). Mas com um novo quadro comunitário, 2007 - 2013, “quisemos perceber qual o papel da economia social”.


O Mercado Social de Emprego, “extremamente ligado à economia social”, em Portugal denominado de Empresas de Inserção, visam “a integração de pessoas com dificuldade de inserção no mercado normal de trabalho”, explica Júlio Paiva. Estas empresas funcionam a partir de uma entidade promotora, Misericórdias por exemplo, “que emprega determinados públicos”.


O protocolo que a REAPN mantém com o Estado, através do IEFP prevê precisamente a divulgação dos benefícios da economia social. O Estado “está interessado em fazer escoar esta mensagem”, sublinha Júlio Paiva. Outros institutos são parceiros neste trabalho, por isso “apesar de secundarizado, a economia social está presente e vivo”, admite.


A Rede Europeia Anti- Pobreza/ Portugal (REAPN) é uma Organização Não Governamental que tem como missão combater os fenómenos da pobreza e da exclusão social a nível nacional, utilizando como meios a informação, a formação e a investigação.

As actividades desenvolvidas no âmbito do Protocolo de Cooperação assinado entre o IEFP e a REAPN estão disponíveis em www.iefp.reapn.org