12.5.07

Microcimeira em Sintra debate o futuro da Europa

Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas, in Jornal Público

Cimeira terá objectivos mais limitados do que os inicialmente pretendidos pelo presidente da Comissão, Durão Barroso


Não é claro o que é que poderá sair da minicimeira informal que Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, promove hoje e amanhã na Penha Longa, em Sintra para reflectir sobre o futuro da Europa.

O encontro, que segundo a Comissão não tem uma agenda fixa nem terá conclusões operacionais, reunirá Angela Merkel, chanceler da Alemanha que preside actualmente à UE, José Sócrates, primeiro-ministro português que lhe sucederá a 1 de Julho, e Janez Jans, o seu homólogo esloveno que ocupará o cargo a 1 de Janeiro. Estes países deverão conduzir o essencial da recuperação da Constituição europeia, de acordo com um roteiro a definir pelos líderes dos 27 na cimeira de 21 e 22 de Junho. Além deles, o encontro da Penha Longa contará igualmente com Durão Barroso e Hans-Gert Poettering, presidente do Parlamento Europeu.

Nenhum destes países ou instituições representa qualquer problema para a Constituição, estando aliás todos largamente de acordo sobre o que poderá vir a ser um novo Tratado, mais ligeiro. A verdade é que Barroso visava inicialmente um encontro mais alargado com os países que levantam maiores problemas à Constituição, a começar pela França e Holanda, cujos referendos negativos a bloquearam. O novo Presidente francês, Nicolas Sarkozy, deveria mesmo ser a figura central da minicimeira, ao lado de alguns dos primeiros-ministros mais cépticos - Reino Unido, Polónia ou República Checa.

À medida que a lista dos participantes foi sendo conhecida, cresceram os protestos dos países preteridos, o que obrigou Brroso a recuar para uma microcimeira mais institucional. A falta de resultados palpáveis na Constituição poderá ser colmatada com a abordagem de temas como a cimeira UE-Rússia da próxima semana, a cimeira UE-África ou as alterações climáticas.