13.5.07

Número de portugueses inscritos na Bolsa do Voluntariado ultrapassa neste momento os três mil

Bárbara Simões, in Jornal Público

A lista de voluntários nas várias áreas está por ordem alfabética. Começa em actor e termina em web designer

a A adesão tem sido "brutal". Cinco meses depois de ter entrado em funcionamento, a Bolsa do Voluntariado conta neste momento com mais de três mil portugueses inscritos, dispostos a ajudar instituições de solidariedade social que deles precisarem.

Os números são do último relatório semanal. Na sexta-feira passada, havia 3079 voluntários registados no site (www.bolsadovoluntariado.pt). As organizações à procura deste tipo de apoio eram 266.

A bolsa é um projecto da Entrajuda, presidida por Isabel Jonet (à frente também da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares). O site começou a funcionar no dia 5 de Dezembro de 2006. Isabel Jonet conta que a ideia deste "casamento, em tempo real", entre a oferta e a procura de trabalho voluntário lhe pareceu "uma coisa simples".
Pretendentes não faltavam - e isso já tinha percebido. Primeiro, porque, no contacto com as instituições, é fácil constatar que se confrontam com "pequenos problemas que podem ser resolvidos por pessoas com algumas qualificações que estão disponíveis para ajudar". E depois porque, na sociedade civil, "há todo um potencial de vontade de ajudar o próximo, uma vontade de intervenção que muitas vezes não encontra oportunidade de ser colocada".

A bolsa torna tudo isto mais fácil. As instituições dizem qual o perfil dos voluntários que procuram; e os voluntários escolhem os destinatários do seu trabalho (bebés, idosos, presos ou animais, por exemplo) e as áreas preferidas. Se coincidirem, entram em contacto uns com os outros e combinam pormenores. "Pode ir uma instituição à bolsa procurar o jardineiro ou pode ir uma pessoa oferecer-se e ver quem é que procura um jardineiro", exemplifica a presidente da Entrajuda.
Há ajudas que são pontuais, outras mais regulares. "Temos uma psicóloga que todas as tardes vai três horas [trabalhar com crianças]."

A adesão tem sido "brutal" e "muito superior" às expectativas iniciais de Isabel Jonet, que atribui uma boa parte do sucesso do projecto à forma como o site (oferta da PT) está configurado: "Os portugueses identificam-se com causas e a Bolsa do Voluntariado permite-lhes escolher uma causa na qual se revêem".

Diz também que até a parte técnica acabou por transformar-se em mais uma experiência de voluntariado (neste caso, por parte dos técnicos do Sapo que construíram o site). "São eles os primeiros voluntários da bolsa. Sempre que precisamos de uma alteração, são eles que têm ideias e nos ajudam a melhorar."

Para além do site, as inscrições na bolsa podem ser feitas nos balcões da Caixa Geral de Depósitos (também parceira no projecto). Até porque, lembra Isabel Jonet, "há muitas instituições que ainda não dominam a Internet".

O campo de actuação dos voluntários foi alargado e não se restringe à solidariedade social. Contempla, entre outros, a cultura e as artes, o desporto e o lazer, o ambiente, as novas tecnologias.

A consulta do site permite constatar que há na bolsa pessoas disponíveis ligadas a variadíssimas áreas: actor, analista de risco de crédito, biólogo, bibliotecário, cabeleireiro, canalizador... A lista é longa e está por ordem alfabética. Termina em web designer.