16.5.07

Vencer a pobreza nas suas formas mais extremas

Miguel Marujo, in Fátima Missionária

Num "mundo de abundância e de progresso material, o clamor dos empobrecidos sobe de tom", denuncia Comissão Justiça e Paz


A pobreza nas suas formas mais extremas tem de ser vencida, assume a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) num texto remetido aos órgãos de comunicação social de apresentação da sua Conferência Nacional sob o lema “Por um desenvolvimento global e solidário – um compromisso de cidadania”.

O debate faz-se a partir da premissa de um “mundo de abundância e de progresso material”, onde “o clamor dos empobrecidos sobe de tom”, mas onde também “é débil a sua voz para fazer face aos interesses dominantes no mercado global e na sociedade de opulência”. Para a CNJP, é “com satisfação e esperança no futuro”, que vêem muitas instâncias, “no plano mundial, comunitário e nacional, [que] estão empenhadas em assumir a causa da superação da pobreza nas suas facetas mais gritantes e se empenham em abrir caminho conducente ao reconhecimento da pobreza como uma violação de um direito humano universal, componente intrínseca do direito à vida”.

Para isto, a Comissão, órgão laical da Conferência Episcopal Portuguesa, empenha-se nesta causa e promove um debate, que Fátima Missionária já antecipou, que decorrerá em Lisboa, no Auditório do Colégio de São João de Brito, nos dias 25 e 26 de Maio.

Na texto que acaba por ser de denúncia, a CNJP afirma que “a situação de elevados índices de pobreza e exclusão social é particularmente chocante e desafiadora nos casos dos países de elevados rendimentos médios, pois, então, mais se torna evidente o contraste entre os que possuem muitíssimo e os que nada ou quase nada têm”. Exemplo óbvio: o do “nosso País entre outros da União Europeia”. Argumenta a Comissão que “não é tolerável que em Portugal persistam níveis de pobreza tão elevados como presentemente sucede e que o crescimento económico que o País tem conhecido ao longo dos anos não tenha servido para melhorar as condições de vida de cerca dos 20 por cento da população cujos rendimentos ficam abaixo do limiar de pobreza”.

“Ao promover esta Conferência, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer juntar a sua voz à das pessoas, movimentos e organizações, que já compreenderam que, no mundo em que vivemos, mundo de abundância de bens materiais e de progresso científico e tecnológico, a pobreza nas suas formas mais extremas tem de ser vencida”.

Informações mais detalhadas sobre esta Conferência Nacional podem ser obtidas em http://cnjp.ecclesia.pt