23.1.08

Pensões em Portugal são as mais baixas da União a 15 países

Alexandra Figueira, in Jornal de Notícias

Só dois dos novos países da União Europeia têm pensões de reforma mais baixas do que Portugal, mas, se se excluir a República Checa e a Hungria, os aposentados portugueses estão no fim da lista no que toca ao valor recebido depois de uma vida de trabalho. O baixo valor das reformas poderá ser uma das razões que leva Portugal a ser o país da União que mais defende um sistema comum de pensões a todos os países comunitários. A conclusão pertence à Axa, uma seguradora que, além de vender produtos de poupança para a reforma, também analisa anualmente as expectativas de mais de 18 mil entrevistados, em 26 países.

Em Portugal, o inquérito indica que sete em cada dez pensionistas recebem menos dinheiro do que quando trabalhavam, o que baixa para os 646 euros o valor médio das pensões - quase metade do valor de Espanha. E se os espanhóis dizem que, ao final do mês, lhes falta 37 euros para fazer face às despesas domésticas, em Portugal esse "buraco" é de 109 euros. Apesar das dificuldades financeiras trazidas pelo valor das reformas, o certo é que mais de metade dos reformados actuais em Portugal diz ter mantido ou melhorado a sua qualidade de vida (onde entram em conta outros factores alem do financeiro, como o bem-estar).

Os inquiridos em Portugal responderam, também, que gostariam de deixar a trabalhar aos 58 anos de idade mas, na realidade, a passagem à aposentação tem lugar, em média, aos 63 anos (ainda assim, mais cedo do que data legal e 65 anos). Mais de metade dos aposentados, até, passou à reforma antes de cumprida essa idade e, na maior parte dos casos, por sua própria iniciativa e não do empregador.

Não será, contudo, o fim da vida activa para todos, já que a maioria dos trabalhadores diz querer continuar no mercado laboral mesmo depois de aposentado. Ontem, presente na apresentação do estudo e citado pela Lusa, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, aproveitou para dizer às empresas que a "valorização do saber dos mais velhos é um imperativo económico".