in Jornal de Notícias
A Cáritas Portuguesa pediu à classe política "o reforço de meios dissuasores de falências oportunistas e fraudulentas" e o "empenho na criação e manutenção de emprego".
"Ficamos com a percepção, ou que as empresas estavam tão enfraquecidas que não conseguiram ultrapassar esta crise, ou que não estavam assim tão mal e alguém se está a aproveitar da conjuntura para fechar as empresas com menos encargos", disse à agência Lusa o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca.
O responsável defendeu mesmo que "o Governo tem de pôr na rua as suas estruturas inspectivas e os tribunais têm de ter uma malha muito fina para ver o que são falências e o que são falências mascaradas".
As exigências da Cáritas resultam de uma reunião do seu Conselho Permanente, que decorreu sábado, em Fátima, na qual foi analisada a actual situação económica do País.
Em comunicado, a Cáritas sublinha que se impõe aos poderes públicos a criação de "condições efectivas e atempadas conducentes à revitalização da economia", mas sem esquecer as "preocupações concretas e quotidianas das famílias atingidas pela crise".
A Cáritas defende o apoio das pequenas e médias empresas, considerando que "nelas reside o verdadeiro fortalecimento do tecido económico" nacional, mas também para que as pessoas que "perderam emprego possam criar o seu próprio posto de trabalho".
"O recurso ao crédito bancário com bonificações decrescentes das taxas de juros deverá ser, para o efeito, a opção a tomar", sugere a instituição.
No mesmo comunicado, a Cáritas aponta ainda a necessidade de serem apoiados "todos aqueles e aquelas que, por perda de emprego ou por endividamento excessivo, vivem no desespero".
Referindo-se à classe média, a Cáritas alerta que "são cada vez mais as famílias desta classe social que recorrem à ajuda fraterna das comunidades cristãs e de outras instituições", em resultado da sua "falência".
Por fim, e porque "os tempos são tão preocupantes", a Cáritas pede ainda vigilância e empenho na superação da crise, assim como "uma resposta solidária e invulgarmente forte".


