in Jornal de Notícias
O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, disse este domingo, no Porto, que pretende limitar as deduções fiscais dos mais ricos para poder aliviar a carga fiscal da classe média.
"É preciso aliviar a carga fiscal da classe média fazendo com que aqueles que são mais ricos possam deduzir menos naqueles que são os seus contributos para o Estado", disse José Sócrates.
"É a nossa proposta-bandeira no combate às injustiças fiscais", afirmou durante a apresentação da moção "PS: A força da mudança", realizada num hotel do Porto, que apresentará ao XVI congresso nacional do partido, a realizar entre 27 de Fevereiro e um de Março, em Espinho.
Sócrates recordou o "enorme esforço" que o seu governo fez no combate à evasão fiscal - "também uma forma de fazer justiça" -, afirmando que o seu executivo "bateu todos os recordes" em termos de recuperação das dívidas ao fisco.
"É preciso continuar esse combate, mas, ao mesmo tempo, é preciso aliviar a carga fiscal da classe média", sacrificando as deduções fiscais dos mais ricos, preconizou.
Num discurso perante militantes e simpatizantes que enchiam por completo um auditório de um hotel do Porto, Sócrates defendeu ainda, como "bandeira política", o objectivo de instituir em Portugal a escolaridade obrigatória de 12 anos.
Ao longo do seu discurso, de cerca de 45 minutos, Sócrates recuperou algumas ideias já defendidas em anteriores sessões de apresentação da sua moção ao congresso socialista de Espinho.
Entre elas conta-se a defesa de um novo referendo sobre a regionalização e a inclusão no programa eleitoral do partido do direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Referindo-se à forma como o Governo está a enfrentar a crise, o primeiro-ministro reiterou que "este não é momento para o Estado baixar os braços", pelo que preconizou mais investimento público para sustentar o emprego.
Sócrates disse que nos Estados Unidos e nos principais países europeus, as oposições "até pedem para os governos fazerem mais", atitude que, na sua perspectiva, é contrariada em Portugal.
"Os portugueses não querem saber de politiquices, querem que os políticos apresentem as suas propostas", afirmou.
Antes, o líder da Distrital do Porto, Renato Sampaio, referira-se ao mesmo assunto, afirmando que "há por aí muitos a alimentar a indústria da crise".


