15.9.09

Bruxelas "optimista" prevê crescimento no segundo semestre

por Alexandra Carreira, Bruxelas, in Diário de Notícias

Joaquín Almunia antevê sinais de recuperação no segundo semestre do ano. O emprego diminuiu 2,7% em Portugal.

As previsões de crescimento da União Europeia e da Zona Euro são de uma contracção de 4% este ano, valores idênticos aos divulgados em Maio por Joaquín Almunia, o comissário responsável pelos Assuntos Económicos. No entanto, Bruxelas assume "algum optimismo", dado que se prevê já um pequeno crescimento no segundo semestre.

Para já, o executivo comunitário diz que "a melhoria da situação se deve, sobretudo, aos montantes de capital sem precedentes que os bancos centrais e as entidades públicas injectaram na economia", mas alerta que "as intervenções políticas poderão ser mais eficazes do que o previsto para manter a procura, melhorar as percepções e restaurar a solidez do sector financeiro".

As previsões intercalares da Comissão baseiam-se nas estimativas para as sete economias mais importantes da UE - França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Espanha e Reino Unido - e que representam cerca de 80% do PIB europeu. Apesar de, segundo Almunia, existirem hoje "sinais positivos", "as debilidades económicas continuarão a repercutir-se no emprego e nas finanças públicas".

Além disso, Bruxelas mantém ainda as previsões para a inflação relativa à UE, que se fixa nos 0,9%, e à Zona Euro, com 0,4%, mas estima o aumento da subida de preços mais próximo do final do ano. Almunia explica que "não se verificam pressões inflacionistas a nível interno porque à economia falta ainda um certo vigor" e se prevê ao mesmo tempo uma "desaceleração do crescimento dos salários".

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, partilha do "sentimento de optimismo" de Joaquín Almunia, mas salienta que "a crise de fundo ainda não acabou" pelo que "ainda é cedo para desligar o doente da máquina".

E os dados sobre o emprego, divulgados ontem pelo Eurostat, não são, na verdade, muito animadores. Em Portugal, o número de pessoas empregadas baixou 2,7% no segundo trimestre, face ao mesmo período do ano passado, e recuou 0,9% em relação aos três primeiros meses do ano. A taxa de desemprego, no entanto, manteve-se em 9,2%.