17.9.09

Em 2010 serão 650 mil sem trabalho em Portugal

in Jornal de Notícias

Os dados mundiais apontam para uma recuperação das economias, mas o emprego não acompanha essa tendência.

De acordo com o relatório ontem divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no final de 2010 cerca de 57 milhões de pessoas não terão trabalho, o que significa uma taxa de 10%, a mais alta desde a II Guerra Mundial. Para Portugal, a organização estima que no final de 2010 sejam 650 mil as pessoas sem emprego, 11,7%, mais 210 mil do que as contabilizadas no final de 2007.

Recorde-se que para este ano [2009], as estimativas do Governo português apontam para uma taxa de 8,8% de desemprego, enquanto que a União Europeia prevê 9,1%, e o FMI aponta para os 9,6%.

Na apresentação do relatório sobre Perspectivas de Emprego 2009, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, referiu que o "desemprego é a consequência final da actual crise", e que é essencial que "os governos se concentrem em ajudar os que procuram emprego nos próximos meses".

Portugal é, a seguir à Polónia, o segundo país da OCDE que mais tem gasto em políticas activas de emprego de resposta à crise, segundo o relatório. Em média, gastou mais de 0,3% do PIB em medidas e políticas activas de emprego direccionadas para o combate à crise.

A organização sublinhou ainda que as actuais perspectivas "seriam piores se os governos não tivessem adoptado uma política de expansão monetária e fiscal", estimando que essas políticas anti-crise podem resultar no aumento de 0,8 a 1,4% de postos de trabalho.

De acordo com as projecções, Espanha será o país com a taxa de desemprego mais elevada entre os 30 membros da OCDE, rondando os 20% no final de 2010.