10.9.09

Há 400 famílias à espera de casa nova

Jesus Zing, in Jornal de Notícias

Há cerca de 400 situações de carência habitacional contabilizadas no concelho de Aveiro, 192 dos quais urgentes. Nos últimos quatro anos, foram realojadas 40 famílias. Ontem, um grupo de 18 recebeu casa nova em Cacia.

A Câmara de Aveiro entregou ontem as chaves de 18 habitações sociais num empreendimento perto da Rua do Ribeiro, em Cacia, a famílias de fracos recursos económicos.

O conjunto integra 20 habitações unifamiliares (desde T1 a T4) e um gabinete de intervenção local que terá o apoio de uma assistente social, um investimento de 1,5 milhões de euros comparticipado em 400 mil euros pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana. As rendas oscilam entre os 4,5 e os 260 euros e foram contempladas famílias oriundas de Cacia, Esgueira, Santa Joana, Vera-Cruz e S. Bernardo.

Problemas relacionados com a ligação da electricidade atrasaram a conclusão da obra, segundo o presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, que, acompanhado dos vereadores Carlos Santos e Capão Filipe e pelo presidente da Junta de Cacia, Simões Calafate, fez a entrega das chaves das casa aos novos moradores.

A autarquia tem contabilizadas 400 situações de carência habitacional no município, 192 das quais em situação de urgência. Nos últimos quatro anos, foram realojadas 40 famílias em situação de urgência, segundo o vereador Capão Filipe.

Auxiliar de acção educativa numa escola de S. Bernardo, Ana Maria Ferreira da Silva, 51 anos, a viver com os pais de 81 e 84 anos e um filho de 23, foi uma das contempladas com uma nova casa. "Acho que está muito jeitosa e com bons acabamentos, não fazia ideia", disse, ao JN, depois de dar uma vista de olhos ao seu novo T3. Vivia na Presa (Santa Joana) vai para 41 anos, "numa casa a cair". Ontem, não evitou umas lágrimas nos olhos. "É por causa da renda ser elevada, pois só agora é que soube", confessou . Vai pagar 260 euros mensais pela nova habitação, bastante mais do que os quase 40 euros que pagava na Presa. "Mas estou contente", disse.

Também o desempregado Benjamim Carvalho, 52 anos, a viver em Vilarinho na "casa dos ratos", com a mulher e quatro filhas, não deixou escapar uma lágrima. "Estou contentíssimo. Pede-se muito a Deus e valeu a pena", disse, ao JN.