11.9.09

OCDE aponta para recuperação económica geral

Por Paulo Miguel Madeira, in Jornal Público

A recuperação em Portugal tem sido menos forte do que na generalidade dos outros países


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) anunciou hoje que os seus indicadores avançados relativos a Julho apontam para uma “recuperação económica geral”, que abrange a maioria das economias dos 30 países que a compõem e que correspondem à generalidade das economias desenvolvidas.

Para Portugal, o indicador avançado da OCDE subiu para 94 em Julho, face 93,4 em Junho. Tinha atingido um mínimo em Março, quando foi de 92,4, o que marca o início de uma tendência de recuperação de acordo com os critérios da organização. Antes, tinha descido consecutivamente pelo menos desde Setembro de 2007, quando era de 105,6. Mesmo assim, em Julho deste ano ainda estava 7,8 pontos abaixo do seu nível em Julho de 2008.

O indicador relativo ao conjunto da OCDE continuou a subir em Julho, para 97,8, o que representa mais 1,5 pontos do que em Junho. Este indicador tem subido pelo menos desde Março, e sempre em aceleração (com variações crescentes), o que indica uma recuperação segundo os critérios da organização. No entanto estava ainda 1,9 pontos abaixo do seu nível em Julho do ano passado.

A situação é idêntica na zona euro, com o indicador a subir 1,9 pontos em Julho, para 100,5. Aqui destacam-se os índices relativos a França e Itália, já em terreno francamente positivo e cuja evolução aponta já para uma “possível expansão”. Os indicadores relativos às sete principais economias da OCDE (o antigo G7) apresentavam também todos uma evolução positiva que sugere uma situação de “recuperação”.

O indicador avançado (“composite leading indicator”, ou CLI) foi concebido pela OCDE para detectar sinais iniciais de pontos de viragem nos ciclos económicos, dando os seus valores informação apenas qualitativa. Valores crescentes e acima de cem indicam uma expansão da economia; valores decrescentes acima de cem, uma desaceleração; valores decrescentes inferiores a cem, uma contracção; e valores crescentes inferiores a cem uma recuperação, de acordo com a classificação da organização.

Para os Estados Unidos, o indicador subiu para 96, avançando 1,6 pontos face a Junho. Mas estava ainda 4,3 pontos abaixo do seu nível em Julho de 2008. Esta baixa homóloga era apenas superada pelas do Japão (-6,6), Brasil (-9,8) e Rússia (-13,6).

A China, a Índia e a Rússia também estavam em recuperação em Julho, sendo a situação no Brasil a de menor dinâmica, tendo sido classificada como de “possível viragem”.

A elaboração deste indicador recorre a componentes que respeitam às fases iniciais dos processos produtivos, respondem rapidamente às mudanças na actividade económica e são sensíveis às expectativas quanto à actividade futura.