14.9.09

Loja de Comércio Justo resiste no Porto graças aos clientes fiéis e à câmara

in Jornal Público

Das três lojas de Comércio Justo do Porto apenas uma mantém ainda portas abertas, no Parque da Cidade, resistindo à "queda a pique" das vendas, graças aos clientes habituais e à "renda simbólica" paga à autarquia.

"Quando se começou a falar de crise em Portugal o comércio justo ficou estável, mas quando a crise começou a agravar-se, sofremos um queda quase a pique. Depois, a situação foi piorando por falhas e demoras nos pagamentos à cooperativa portuguesa importadora e distribuidora dos produtos do Comércio Justo", explicou à Lusa Ana Luísa Coelho, voluntária da Associação Reviravolta, que gere a loja do Porto. A primeira loja a fechar na cidade foi a de Santos Pousada, que em 2000 foi a primeira a abrir no Porto (e a segunda no país). Acabou por ser "arrastada" pelo encerramento do centro comercial CentralShopping, onde se encontrava.

A aposta feita na unidade de Cedofeita, em 2006, acabaria também por sair gorada dois anos depois, penalizada pela crise e pela elevada renda paga numa rua comercial por excelência.

No núcleo rural do Parque da Cidade, onde está instalada desde 2001, a derradeira loja de Comércio Justo no Porto vai sobrevivendo com a boa vontade dos voluntários (que, salvo algumas excepções, asseguram a sua abertura sete dias por semana), as compras dos clientes habituais e a "renda simbólica" paga à câmara. Ali, entre as paredes de pedra antiga que são a imagem do núcleo rural do parque, pode encontrar-se de tudo um pouco, desde produtos alimentares a artesanato, cosmética, têxtil e cestaria.

Em comum os produtos têm o facto de serem importados do Sul do mundo, de vários países de África, América Latina e Ásia, a "pequenos produtores desfavorecidos, carenciados e negligenciados" e respeitando o ambiente.