8.9.09

IEFP vai fundir os dois centros de emprego do Porto

Por Natália Faria, in Jornal Público

O Instituto do Emprego e Formação Profissional vai fundir serviços, mudar instalações e criar novos centros de atendimento


O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) vai reestruturar os seus centros de emprego na área metropolitana do Porto para reforçar a resposta aos quase 223 mil desempregados inscritos na Região Norte. Os dois centros do Porto, Oriental e Ocidental, vão fundir-se numa única loja de emprego e o Centro de Emprego de Vila Nova de Gaia, que soma o maior número de inscritos no país (ver texto abaixo), vai reestruturar-se e mudar de instalações, com os inscritos do concelho de Espinho a transitarem para o centro de emprego que será criado neste concelho.

"Actualmente, o Centro de Emprego de Gaia trabalha com 2500 inscritos que pertencem ao concelho de Espinho, onde o que funciona é um mero balcão de atendimento, com apenas sete funcionários", explicou ao PÚBLICO Avelino Leite, delegado regional do Norte do IEFP, segundo o qual o novo centro de Espinho "já está institucionalmente criado", faltando apenas que "se finalize o processo para arranjar instalações".

No futuro centro de emprego de Espinho deverão ainda ficar inscritos "alguns utentes das freguesias mais a sul de Gaia ou mesmo de Santa Maria da Feira". Enquanto isso, o Centro de Emprego de Gaia vai transitar da Avenida da República para novas instalações porque "as actuais, para além do número de inscritos, não tem as melhores condições para trabalhar".

Recusando divulgar a localização das novas instalações, Avelino Leite assegura que "o IEFP já andou com engenheiros e arquitectos a analisar os espaços disponíveis". O IEFP vai igualmente procurar novas instalações em Santo Tirso".

Com 29 centros de emprego sob tutela, a delegação do IEFP somava, em Julho, 222.920 desempregados: 44,9 por cento do total de desempregados do país. O número não tem parado de aumentar e, segundo Avelino Leite, os funcionários são apenas 800. Contas feitas por alto, e admitindo que todos estes funcionários estivessem na linha de atendimento ao público, o rácio seria de mais de 2750 inscritos por funcionário. "Era preciso reforçar o quadro de pessoal porque, há cinco ou seis anos, tínhamos 1100 trabalhadores na região e, neste momento, temos 800 e o dobro dos desempregados", constata Avelino Leite, acrescentando que "praticamente todas as semanas há um funcionário que vai para a reforma".

Por isso, e porque os centros de emprego foram forçados a alargar o leque de serviços aos utentes - por via do reforço das ofertas de formação e de novas regras, como a apresentação quinzenal - o IEFP está também a estudar novas formas de agilizar o atendimento, para que "alguém que vá a um centro de emprego por uma questão que leva cinco minutos não tenha que esperar 45 minutos porque à sua frente está uma pessoa que vai fazer a inscrição".

Por estes dias, uma das dores de cabeça do delegado regional é o facto de muitos centros do IEFP/Norte não estarem a conseguir responder aos processos de criação do próprio emprego nos prazos legais. "São processos muito complexos, que têm de ser acompanhados de um estudo de viabilidade económico-financeira e, neste momento, contratámos prestações de serviço a duas universidades para podermos recuperar o atraso", afirmou. Apesar do aumento do número de inscritos, o mesmo ressalva que "o IEFP tem conseguido diminuir os tempos de espera".