in Público on-line
O empréstimo de 78 mil milhões de euros que Portugal vai receber coloca o sistema financeiro, as empresas e os cidadãos numa situação de “desconforto”, afirmou hoje o director-geral da COTEC, Daniel Bessa.
“É muito dinheiro, o Estado vai receber esse dinheiro e quando tiver que renovar alguns empréstimos tem o financiamento da União Europeia”, afirmou o economista, à margem da 1.ª Conferência “Internacionalização das PME: Com os olhos no mercado mundial”, organizada pela revista Exame e pelo Banco Popular.
“Por outro lado, acordaram-se [com a troika] aumentos de impostos, redução da despesa. Portanto, o Estado português entra numa relativa zona de conforto do ponto de vista da execução financeira”, acrescentou.
Daniel Bessa afirmou que “a situação de maior desconforto neste momento está no sistema financeiro e depois nas empresas e nos cidadãos”, referindo que “uma boa parte das medidas que resolveram os problemas do Estado pioraram a nossa vida”.
Portugal vai receber um empréstimo de 78 mil milhões de euros nos próximos três anos ao abrigo de um acordo de ajuda financeira negociado com a troika, composta pelo Fundo Monetário Internacional, pelo Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia. Do montante total, 12 mil milhões estão reservados ao sector bancário, caso as instituições bancárias entendam recorrer ao fundo atribuído ao Estado, para se recapitalizarem e, assim, garantirem que continuam sob controlo de accionistas privados.


