in Jornal de Notícias
O escritor José Luís Peixoto associou-se ao protesto contra as políticas de emprego em Portugal levado a cabo pelo movimento "E o povo pá" em várias cidades do país contra a "indignidade" que afecta milhares de pessoas.
José Luís Peixoto explicou à Lusa que aceitou falar sobre a temática, com a qual se identifica, após convite feito por dois elementos do movimento durante a Feira do Livro.
"Não sou porta-voz do movimento. Fui contactado por duas pessoas que me explicaram quem eram, o que defendiam e o que pretendiam fazer esta noite", disse.
Um grupo de manifestantes do movimento "E o povo, pá" afixou esta noite um cartaz no Centro de Emprego de Benfica, em Lisboa, em protesto contra "as políticas de emprego", numa acção que, alegam, decorreu em simultâneo noutras cidades.
Às 2.30 horas, três manifestantes aproximaram-se do Centro de Emprego de Benfica, tendo afixado um cartaz onde se lia "Não queremos subsídios, queremos emprego".
De máscara na cara, para impedir a identificação, um dos manifestantes disse à agência Lusa que este é um protesto que ocorreu "em simultâneo" em diversas cidades do país, contra "o tipo de políticas de emprego".
"Este protesto foi levado a cabo por um grupo de pessoas das quais não faço parte. Eu não participei no protesto apenas fui contactado durante a Feira do Livro de Lisboa e fui convidado a comentar o tema do desemprego, não sou responsável pelas suas ações", salientou.
O escritor José Luís Peixoto disse que concorda em pleno com o que o movimento defende: o combate ao desemprego e a precariedade.
"Não é um tipo de acção que tenha um porta-voz. Aceitei participar na medida em que me parece importante que a população não caia neste discurso de fatalismo e afastamento mas que comunique as suas opiniões nesta sociedade", referiu.
Na opinião de José Luís Peixoto, é importante chamar a atenção das pessoas para as questões ligadas "à precariedade sobre o ponto de vista geracional".
"O que sinto é que eles como eu estão zangados. É mais saudável estar zangado do que estar deprimido", concluiu.
O movimento "É o povo pá" afixou no dia 28 de Março cartazes em várias dependências bancárias do Banco Português de Negócios (BPN) onde se lia "O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos".
O movimento vai divulgar no blogue http://eopovopa.wordpress.com ) ainda durante o dia as cidades que foram palco da acção de protesto.


