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Portugal teve nos últimos dois anos os "mais elevados saldos negativos das contas publicas" de sempre em tempo de paz, diz o economista e historiador Nuno Valério.
"Saldos negativos seguidos desta grandeza apenas tinham acontecido na sequência da I Guerra Mundial", realçou, apontando como responsáveis a crise internacional de 2008 e também "alguns erros graves de política económica", embora "não se possam descarregar as culpas todas numa pessoa ou num governo".
Nuno Valério, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), diz que o projeto de privatizações patente no acordo firmado entre Portugal e a 'troika' internacional não é tão intenso o do período de "há 15, 20 anos", mas de todo o modo, defende, esta "não é a melhor altura para esse tipo de operações".
Em tempo de dificuldades económicas "é normal vender-se pior", diz o especialista em história económica, defendendo que a expetativa que este processo "conduza a maior eficácia e resposta às necessidades parece bastante duvidosa".
Conjunturalmente, diz, "de certeza que não" será uma solução viável, e estruturalmente há também "muitas dúvidas" de que um amplo processo de privatizações relance a economia.


