Por Luísa Pinto, in Público on-line
A queda adivinhava-se, mas agora já está quantificada: as dificuldades no acesso a financiamento e a promessa dos bancos de fechar a torneira do crédito à habitação provocaram um travão a fundo no dinamismo das transacções imobiliárias.
Segundo as estimativas da Apemip, que se baseia nas informações que recolhe no seu Portal CasaYes. Ao longo dos primeiros quatro meses de 2011 foram transaccionados entre 65.600 e os 68.100 imóveis, tanto urbanos como rústicos. Mas, no mês de Abril, não foram concretizados mais do que 14.600 negócios, o que "substantivou uma contracção mensal de 19,7 por cento, face a Março".
A área metropolitana de Lisboa representa 20 por cento das transacções imobiliárias registadas em termos nacionais durante os primeiros quatro meses do ano, e a área metropolitana do Porto, apesar de integrar três dos dez municípios mais dinâmicos, não foi além dos 12,8 por cento das transacções imobiliárias.
A metodologia encetada pela Apemip também permite contabilizar o número de imóveis que foram entregues em dação em pagamento - por dificuldades no cumprimento das obrigações de crédito. Segundo a Apemip, ao longo dos primeiros quatro meses de 2011 foi possível contabilizar cerca de 1750 imóveis; no mesmo mês de Abril, em que as transacções caíram a pique, foram entregues ao stock do malparado "apenas" 440 imóveis, "um dos resultados menos penalizadores dos últimos meses", refere a associação.
Na análise que faz à evolução do índice de incumprimento imobiliário (e para este, já tem dados mais antigos, desde Dezembro de 2009), a Apemip atribuiu a correcção em baixa deste índice como uma prova de que estas dinâmicas são "casuísticas" e resultado, sobretudo, dos imóveis entregues por promotores imobiliários. Em particular nos municípios de Gaia, Ponta Delgada, Vila do Conde, Portimão, Loulé, Braga, e, só depois, Lisboa, que concentram mais de metade dos casos.


