18.10.18

Rede Anti-Pobreza alerta: 1,1 milhões de portugueses trabalham, mas são pobres A existência de 2,4 milhões de portugueses, cerca de 23% da população, em risco de pobreza “é preocupante” e “não deixa tranquila” a Rede Europeia Anti-Pobreza, disse o seu presidente, no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. “A situação de muitos portugueses preocupa-nos muito e não nos deixa ficar tranquilos neste desafio para que todos os portugueses possam sair dessa dependência ou até de carência, por isso a luta pela igualdade e pela aproximação de rendimentos é fundamental para diminuir as assimetrias”, afirmou Agostinho Jardim Moreira. Os esforços do Governo para aumentar os benefícios sociais, o salário mínimo nacional ou o abono de família, exemplificou, “são bons, mas são insuficientes”, defendeu. O responsável lembrou que, associada aos 23% de portugueses em risco de pobreza, está a taxa de 25% de crianças pobres, em risco de “exclusão ou de insucesso escolar”. “Se não vamos combater as causas, com a taxa de natalidade baixa que temos, vamos ter um país muito fragilizado a curto e médio prazo”, alertou. O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza falava à margem do 10º Fórum Nacional “Trabalho digno: um alicerce para a paz social - combate à pobreza e exclusão social, que decorreu ontem na Foz do Arelho, concelho de Caldas da Rainha e distrito de Leiria, e é organizado por aquela entidade. Segundo a rede europeia, 10,8% dos trabalhadores vive em situação de pobreza e, numa altura em que a taxa de desemprego tem vindo a diminuir, “não basta haver trabalho, é necessário muito mais e a dignificação do trabalho é fundamental”, para elevar o nível de vida dos cidadãos. O responsável sublinhou que “não basta ter um qualquer dinheiro para ter uma vida adequada à dignidade humana, é preciso ter um rendimento adequado, que possibilite satisfazer as necessidades familiares”. Por outro lado, salientou que há muita gente que tem dificuldade em aceder a empregos mais bem pagos porque lhes falta as qualificações necessárias. Nesse sentido, defendeu que falar da necessidade de um trabalho digno implica também uma política de formação em educação, sobretudo pensada nos mais novos, “para que eles não fiquem fora do emprego qualificado”. “Senão, não conseguimos sair desta situação”, avisou. “Não basta ter emprego, é preciso qualificar as pessoas para elas poderem ter acesso a empregos mais bem remunerados e terem mais rendimentos”, defendeu Jardim Moreira. De acordo com o presidente da EAPN Portugal, a pobreza em Portugal é estrutural e, por isso, requer “uma intervenção transversal de vários ministérios”. Salientou que uma das maiores preocupações são as mães solteiras, um problema para o qual também é necessária uma aposta na educação, na formação e na integração familiar. “É preciso insistir na formação dos mais jovens para a integração familiar porque fora da família nem se realizam, ficam marginais, não conseguem ter condições de trabalho porque lhes falta toda esta solidariedade familiar que é fundamental para o desenvolvimento das pessoas que a constituem”, explicou. Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, divulgou o Eurostat. Analisando os componentes do indicador, no ano passado estavam 18,3% de pessoas em risco de pobreza monetária (após as transferências sociais) em Portugal, acima da média europeia (16,9%). No que respeita a situação de privação material severa, Portugal estava, em 2017, em linha com a UE nos 6,9% e abaixo da média (8% face aos 9,3% da UE) na componente referente a pessoas até aos 59 anos que vivem em domicílios com baixa intensidade laboral. Rede Europeia Anti-Pobreza considera preocupante a situação em Portugal e afirma que a pobreza em Portugal é estrutural

in Correio dos Açores

Rede Europeia Anti-Pobreza considera preocupante a situação em Portugal e afirma que a pobreza em Portugal é estrutural

Rede Anfi-Pobreza alerta: 1,1 milhões de portugueses trabalham, mas são pobres Rede Europeia Anti-Pobreza considera preocupante a situação em Portugal e afirma que a pobreza em Portugal é estrutural A existência de 2,4 milhões de portugueses, cerca de 23% da população, em risco de pobreza "é preocupante" e "não deixa tranquila" a Rede Europeia Anti-Pobreza, disse o seu presidente, no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza.
"A situação de muitos portugueses preocupa-nos muito e não nos deixa ficar tranquilos neste desafio para que todos os portugueses possam sair dessa dependência ou até de carência, por isso a luta pela igualdade e pela aproximação de rendimentos é fundamental para diminuir as assimetrias", afirmou Agostinho Jardim Moreira.

Os esforços do Governo para aumentar os benefícios sociais, o salário mínimo nacional ou o abono de família, exemplificou, "são bons, mas são insuficientes", defendeu.

O responsável lembrou que, associada aos 23% de portugueses em risco de pobreza, está a taxa de 25% de crianças pobres, em risco de "exclusão ou de insucesso escolar".

"Se não vamos combater as causas, com a taxa de natalidade baixa que temos, vamos ter um pais muito fragilizado a curto e médio prazo", alertou.

O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza falava à margem do 10° Fórum Nacional "Trabalho digno: um alicerce para a paz social - combate à pobreza e exclusão social, que decorreu ontem na Foz do Arelho, concelho de Caldas da Rainha e distrito de Leiria, e é organizado por aquela entidade.

Segundo a rede europeia, 10,8% dos trabalhadores vive em situação de pobreza e, numa altura em que a taxa de desemprego tem vindo a diminuir, "não basta haver trabalho, é necessário muito mais e a dignificação do trabalho é fundamental", para elevar o nível de vida dos cidadãos.

O responsável sublinhou que "não basta ter um qualquer dinheiro para ter uma vida adequada à dignidade humana, é preciso ter um rendimento adequado, que possibilite satisfazer as necessidades familiares".
Por outro lado, salientou que há muita gente que tem dificuldade em aceder a empregos mais bem pagos porque lhes falta as qualificações necessárias.
Nesse sentido, defendeu que falar da necessidade de um trabalho digno implica também uma política de formação em educação, sobretudo pensada nos mais novos, "para que eles não fiquem fora do emprego qualificado". "Senão, não conseguimos sair desta situação", avisou.

"Não basta ter emprego, é preciso qualificar as pessoas para elas poderem ter acesso a empregos mais bem remunerados e terem mais rendimentos", defendeu Jardim Moreira.
De acordo com o presidente da EAPN Portugal, a pobreza em Portugal é estrutural e. por isso, requer "uma intervenção transersal de vários ministérios". Salientou que uma das maiores preocupações são as mães solteiras, um problema para o qual também é necessária uma aposta na educação, na formação e na integração familiar.

"É preciso insistir na formação dos mais jovens para a integração familiar porque fora da família nem se realizam, ficam marginais, não conseguem ter condições de trabalho porque lhes falta toda esta solidariedade familiar que é fundamental para o desenvolvimento das pessoas que a constituem", explicou.

Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, divulgou o Eurostat.
Analisando os componentes do indicador, no ano passado estavam 18,3% de pessoas em risco de pobreza monetária (após as transferências sociais) em Portugal, acima da média europeia (16,9%).
No que respeita a situação de privação material severa, Portugal estava, em 2017, em linha com a UE nos 6,9% e abaixo da média (8% face aos 9,3% da UE) na componente referente a pessoas até aos 59 anos que vivem em domicílios com baixa intensidade laboral.