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18.7.22

Crise climática vai gerar “enorme perda financeira”

Rafaela Burd  Relvas, in Público 

O BCE “deveria ordenar aos bancos” que comecem a colocar dinheiro de lado para fazer face às perdas que poderão sofrer em resultado da crise climática, defende a Positive Money Europe, organização dedicada à sustentabilidade financeira.

O primeiro teste de stress climático realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) já tem resultados e não são animadores. No curto prazo, os riscos associados à crise climática poderão levar os bancos europeus a incorrer em perdas de 70 mil milhões de euros, uma projecção que deverá até estar muito aquém da realidade, admite o próprio regulador.

É neste cenário que Stanislas Jourdan, director executivo da Positive Money Europe, uma organização sem fins lucrativos dedicada à investigação de temas relacionados com a sustentabilidade financeira, defende que o BCE deveria obrigar a banca a colocar dinheiro de parte para cobrir as “enormes perdas financeiras” com que, acredita, irá deparar-se em breve. Até porque, “não há modelos de negócio viáveis num planeta onde o aquecimento global supera os 2º C” e, por isso, o sector financeiro poderá enfrentar, em breve, uma “onda de insolvências” e um aumento do incumprimento do crédito.

Apesar da importância que os riscos climáticos já representam para o sector financeiro, o teste de stress agora realizado pelo BCE é um exercício meramente exploratório e não terá implicações para os rácios de capital dos bancos. O regulador está a atrasar-se neste tema?
Desde que o BCE lançou este teste de stress, vários eventos se sobrepuseram aos cenários por si desenhados, com destaque para a guerra na Ucrânia, que já produziu um choque semelhante, se não pior, ao que os modelos desenhados previam que a crise climática provocasse.

A decisão do BCE de atrasar a actuação no que diz respeito aos requisitos em matéria de rácios de capital é perigosa, tendo em conta os riscos reais que já estão a transparecer e que vão causar aos bancos enormes perdas financeiras.

O BCE deveria, imediatamente, ordenar aos bancos que constituam provisões para cobrir estas perdas, especialmente para as suas carteiras de crédito hipotecário, que provavelmente serão afectadas por uma onda de insolvências e por um cada vez maior número de famílias a enfrentarem custos energéticos mais elevados.

Os resultados mostram que, no curto prazo, os bancos poderão sofrer perdas de 70 mil milhões de euros, no caso de se materializarem os riscos de cheias e de calor extremo e secas na Europa, conjugados com uma transição energética “desordeira”. Mas o BCE admite que esta estimativa está aquém daquela que poderá ser a realidade. Até onde podem, realmente, ir as perdas?
Teríamos de ter uma bola de cristal para saber exactamente qual o montante de perdas em causa. Mas uma coisa é certa: não há modelos de negócio viáveis num planeta onde o aquecimento global supera os 2º C. Os bancos e os reguladores deveriam seguir o princípio da precaução e usar todas as ferramentas que têm ao dispor para ajudar os fluxos financeiros a mudarem de direcção para actividades ligadas à transição energética, de forma a prevenir estes cenários extremos.

De que forma é que a certificação energética das casas poderá ter impacto sobre a maior ou menor capacidade de cumprimento dos créditos à habitação por parte das famílias?
Este é um dos resultados mais surpreendentes do teste, que revela que existe uma correlação entre a performance energética das casas e os riscos de crédito destas habitações para os bancos. Os resultados do BCE mostram que o risco de incumprimento é três vezes mais elevado para uma casa com um certificado de performance energética G do para uma com um certificado A.

Os proprietários estão a enfrentar um golpe triplo, com o aumento dos custos de vida, a subida acentuada dos preços da energia e o agravamento do custo dos créditos, devido ao aumento das taxas de juro. Aqueles que vivem em casas com maus isolamentos vão sofrer mais, sobretudo devido à subida dos custos energéticos, uma vez que terão de enfrentar a difícil escolha entre aquecer ou refrescar as suas casas ou pagar os seus créditos.

Se as pessoas não conseguirem pagar as contas de energia, também é pouco provável que consigam cumprir com os seus serviços de dívida. Isto é exacerbado, também, pelo facto de as famílias mais vulneráveis tenderem a viver em casas com menor eficiência energética.

Acredita que este poderá ser o início de um novo ciclo, em que os bancos vão procurar atrair clientes que queiram fazer investimentos “verdes” ou fazer reabilitações ou construções de habitações energeticamente eficientes?
Tem de ser. Se não agora, quando? As carteiras de crédito à habitação constituem um dos maiores riscos de exposição dos bancos e os riscos de crédito já vão materializar-se nos próximos meses, devido aos choques nos preços da energia motivados pela guerra na Ucrânia.

A única forma positiva de os bancos actuarem é ajudarem os seus clientes a renovarem as suas casas de forma a neutralizar o risco de crédito na fonte. O BCE deveria trabalhar em coordenação com os governos nacionais e os bancos comerciais para que sejam desbloqueados os fundos necessários para os proprietários renovarem as suas casas.

Para reduzir o custo do crédito, o BCE poderia oferecer descontos nas taxas de juro aos bancos que aumentem a concessão de crédito para fins de reabilitação de habitação. Os governos também podem participar nesta estratégia, oferecendo assistência técnica e concedendo garantia públicas.

30.10.13

Falta de financiamento ameaça terceiro setor

Alexandra Figueira, in Jornal de Notícias

Em vigor, hoje, poucas mais ajudas há além do Social Investe, com uma dotação de 12,5 milhões


Com o Estado sem dinheiro e os fundos europeus quase esgotados, poucos são os apoios a que a economia social pode acorrer em caso de emergência financeira ou para investir.

As linhas de ajuda à economia social têm-se sucedido, ao longo dos anos, mas o volume de pedidos depressa as esgota. Hoje, quem quer investir ou necessita de apoio de emergência tem poucas alternativas.

"Vai havendo linhas de financiamento, mas não cobrem as necessidades", assegurou José Baptista, presidente da união do Porto das IPSS (UDIPSS). Manuel Lemos subscreve. "Só conheço alguns apoios da CASES (Cooperativa António Sérgio, uma espécie de direção-geral do setor), mas são marginais e chegam através da Banca". Para o presidente da União das Misericórdias, "tirando a mutualista - Crédito Agrícola e Montepio -, a Banca vê a economia social como qualquer outro setor".

O JN só encontrou três tipos de apoio hoje em vigor: o Social Investe; outra para jovens que queiram criar uma cooperativa; e o Fundo de Socorro Social.

O Social Investe é promovido pela CASES e chega às entidades através da Banca: o Montepio (parceiro do JN na série de trabalhos sobre economia social), Banco Comercial Português, Espírito Santo e Português de Investimento, a Caixa Geral de Depósitos e o Crédito Agrícola. A Sociedade de Garantia Mútua é, também, parceira.

A linha aceita pedidos para investimento ou apoio à tesouraria. O primeiro passo é pedir a credencial à CASES, atestando que cumpre as condições de acesso. Depois deve ir a um dos bancos. A taxa de juro está indexada à Euribor a três meses mais 2% durante os primeiros anos. Acresce um "spread" até 3,75% (para investimento) ou 3,85% (para fundo de maneio). Os créditos são dados por sete ou cinco anos, com carência de capital de oito ou quatro trimestres (seja para investimento ou tesouraria).

O JN perguntou também ao Instituto da Segurança Social que apoios existem, hoje, às entidades da economia social. Mas, e de acordo com pessoas ligadas ao setor, da longa lista recebida, apenas dois estão, de facto, em vigor.

Primeiro, o Fundo de Socorro Social, que está a chegar apenas aos casos de emergência financeira extrema, uma vez que depende da existência de dotação. Segundo, o Estado comparticipa a despesa de utentes das entidades, através de acordos de cooperação, mas fontes ligadas a IPSS asseguram que não estão a ser assinados novos acordos. "O Governo não diz não, aceita os pedidos, aprova-os até, mas depois diz que ficam a aguardar dotação", disse uma fonte.

6.5.13

Misericórdias em apuros com as dívidas aos lares

Leonor Paiva Watson, in Jornal de Notícias

Aumentam todos os dias as famílias que deixam de pagar o lar do seu idoso. É um dos maiores problemas das misericórdias portuguesas que acabam, muitas vezes, a assumir a despesa. A situação é de limite.

Não há muito tempo, Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), veio a público dizer que os filhos começavam a retirar os pais dos lares para poderem ficar com as suas pensões. Agora afirma que há uma desaceleração desse fenómeno, mas, em contrapartida, aumentam diariamente os agregados que não têm recursos para pagar o lar aos seus familiares. No terreno, as instituições confirmam a situação.

13.6.12

Medidas adotadas por Portugal não garantem sistema de reformas

in Jornal de Notícias

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico considera que as medidas adotadas por Portugal nos últimos cinco anos não garantem a sustentabilidade do sistema público de pensões.

Numa análise às medidas adotadas pelos diferentes países da organização entre setembro de 2007 e fevereiro de 2012, a A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) assinalou que Portugal cumpria apenas dois de sete parâmetros, relativos à cobertura ('coverage') e aos incentivos e à permanência no ativo ('work incentives').

De fora, no caso português, ficaram os parâmetros relativos à adequação aos rendimentos ('adequacity'), eficiência administrativa (administrative efficiency), diversificação/segurança (diversification/security) e a rúbrica outras medidas.

Relativamente à sustentabilidade do sistema público de pensões, a OCDE considera que existem três vias para conseguir reduzir os gastos nas pensões: indexação dos benefícios, aumento da idade da reforma e regras mais penalizadoras para reformas antecipadas.

Mas, de acordo com a OCDE, outras medidas foram adotadas por diferentes países para conseguir assegurar a sustentabilidade financeira do sistema.

Metade dos 34 países da organização, entre os quais Espanha, Itália, Grécia e Reino Unido, adotaram medidas neste sentido, assinalam os autores do estudo 'Pensions Outlook 2012' hoje divulgado.

A OCDE recomendou hoje aos seus membros o aumento da idade da reforma (para 67 e mais anos) e o incentivo a planos de pensões privados como forma de garantir a sustentabilidade do sistema público de pensões nos diferentes países.

Para a organização, tendo em conta que nos próximos 50 anos a esperança média de vida deverá aumentar mais de 7 anos nas economias mais desenvolvidas, "os governos deverão trabalhar no sentido de adequar a idade da reforma à esperança média de vida", seguindo os exemplos de países como a Dinamarca ou a Itália.

Em Portugal, a atual idade para a reforma é aos 65 anos.

Segundo a OCDE, a atual crise fez acelerar o ritmo das reformas dos sistemas de pensões nos diferentes países que integram a organização, mas "ainda há muito a fazer".

10.5.12

IPSS de Bragança têm de dispensar funcionários

por Olímpia Mairos, in RR

Igreja quer reforçar a colaboração entre as instituições para minorar o problema do desemprego causado pela crise.

Algumas instituições sociais ligadas à Igreja do Distrito de Bragança vão dispensar pessoal. A Igreja está preocupada e quer atenuar a medida com uma reestruturação sector social na região.

O Bispo da Diocese Bragança-Miranda admite que há instituições ligadas à igreja que poderão dispensar funcionários.

D. José Cordeiro considera que se trata de uma operação delicada, mas avança que é possível trabalhar em rede para minimizar os efeitos do desemprego.

“Gostaríamos que algumas das pessoas que as instituições têm de dispensar por causa da crise que atravessamos possam ser canalizadas para outras instituições e que possam ter um futuro de maior esperança”, explica.

Por outro lado, D. José Cordeiro fala no trabalho conjunto e mais solidário entre as intuições ligadas à Igreja, de forma a atenuar os efeitos da possível reestruturação: “Estamos a tentar que as instituições colaborem umas com as outras, que esta colaboração faça não só que não aumente o desemprego, mas que aumente a possibilidade de emprego nas próprias instituições, um trabalho em rede permitirá maiores possibilidades de emprego.”

A necessidade de dispensa de trabalhadores que agora afecta as instituições ligadas à Igreja no Nordeste transmontano, deriva da crise que se reflecte, também, na região transmontana.

9.5.12

"Deve pagar mais quem mais pode"

in RR

Solidariedade vai estar em debate no Parlamento. Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, pede atenção para quem é mais vulnerável.

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) defende que quem tem mais deve pagar mais no acesso aos serviços das instituições de solidariedade.

“A sustentabilidade hoje proposta como sustentabilidade financeira na gestão, com o compromisso inultrapassável com os mais vulneráveis, indica uma via claramente solidária, com discriminação positiva, como uma opção estruturante. Tendo todos acesso aos serviços no uso dos seus direitos sociais, paga mais quem mais pode, para que quem menos pode pague menos ou até nada, se nada ou quase nada tem”, defendeu o padre Lino Maia esta terça-feira no Parlamento.

O dirigente da CNIS participa na conferência promovida pelo CDS-PP para assinalar o Dia da Segurança Social. Em discussão estão as respostas aos novos problemas sociais e para tal foram convidadas várias personalidades, nem todas vozes consonantes com a linha da coligação no Governo.

“Se o CDS quisesse fazer uma acção de propaganda, certamente teria militantes seus que poderiam dar um fortíssimo e interessante contributo. O CDS procura, isso sim, as melhores respostas para os novos desafios e para isso temos que ir buscar os melhores, do ponto de vista nacional, que se debruçam há décadas sobre este tema. Não é um critério partidário. É muitas vezes no desacordo que se faz boas ideias e boas respostas”, afirma o líder parlamentar Nuno Magalhães.

A conferência conta, nesse sentido, com a participação do presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, que marcou as recentes jornadas parlamentares dos centristas, ao avisar os deputados – falando implicitamente da saúde – que não se deixem cair nas mãos dos tecnocratas.

Presente vai estar também o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares.

27.4.12

IPSS têm de aumentar receitas para sobreviver

in RR As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) precisam de reduzir custos e aumentar as receitas, de modo a atingir um equilíbrio financeiro. É a conclusão do estudo "As Instituições Particulares de Solidariedade Social num contexto de crise económica", promovido pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). “Há muitas instituições com muitas dificuldades. Diria que, num primeiro diagnóstico, 10% das instituições estão com sérias dificuldades. Provavelmente, o número peca por defeito. Temos 2700 instituições, portanto, se falarmos em 10% diria que 270 estão com bastantes dificuldades”, revela à Renascença o presidente da CNIS, padre Lino Maia. O documento indica que, para que muitas IPSS consigam garantir a sustentabilidade financeira, e até mesmo sobreviver, é preciso cada vez mais que encontrem receitas alternativas, e próprias, e que reduzam custos. O grande desafio é mesmo as IPSS continuarem a responder às necessidades sociais – às antigas e às novas que vão surgindo. Os apoios públicos continuam a ter um papel importante, mas não podem ser fonte exclusiva de receita. “Actividades novas, por um lado, e partilha de recursos entre as instituições, mesmo recursos humanos. Tem-se caminhado – e penso que se estão a dar novos passos – para que todas as instituições tenham que ser auto-suficientes em recursos materiais e humanos e depois a partilha de equipamentos e de iniciativas”, afirma Lino Maia. O estudo, que contou com a colaboração de Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e algumas personalidades, indica que aumentaram as necessidades sociais, como a pobreza envergonhada e a fome, e são cada vez mais as dificuldades das famílias em cumprir compromissos financeiros. O documento oferece um conjunto de recomendações que servem de reforço da capacidade de actuação das IPSS num contexto social e económico mais difícil. Lar de Santa Beatriz luta para dar boas condições aos idosos Uma das instituições de solidariedade social em dificuldade é o Lar de Santa Beatriz da Silva, das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, em Fátima. Com mais de 40 anos de existência, o lar tem visto aumentar de maneira vertiginosa os pedidos de ajuda. Com mensalidades de acordo com o rendimento dos idosos – tem 83 internados e uma lista de espera que engrossa de dia para dia. Todos os meses, entregam também, a 35 famílias carenciadas, cabazes com produtos fornecidos pelo Banco Alimentar Contra a Fome. Poupar é, por isso, a palavra de ordem.

IPSS: «Sobrevivência financeira» passa por reduzir custos e aumentar receitas próprias

in Diário Digital A sustentabilidade financeira a prazo e a «sobrevivência» de muitas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) passa pela «redução de custos» e pelo aumento das receitas próprias, segundo um estudo da CNIS que será divulgado hoje. O estudo 'As Instituições Particulares de Solidariedade Social num contexto de crise económica', promovido pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), com o patrocínio da Fundação Millenium BCP, analisou várias problemáticas com que as IPSS se deparam actualmente, designadamente a sua sustentabilidade económico- financeira, «assunto especialmente premente num contexto de redução da componente de financiamentos públicos». Algumas conclusões do estudo, a que a agência Lusa teve acesso, apontam que «a sustentabilidade financeira a prazo e até mesmo a sobrevivência de muitas das IPSS passa em larga medida por estas serem capazes de encontrarem a combinação de estratégias de redução de custos e de aumento das receitas próprias que lhes permita atingir o equilíbrio económico-financeiro num quadro de quebra das transferências públicas». Por outro lado, salienta, as necessidades sociais relacionadas com situações de carência material, como pobreza, pobreza envergonhada e fome, bem como dificuldades em fazer face aos compromissos financeiros, «embora tenham, ainda, uma magnitude não alarmante» na sociedade, «aumentaram substancialmente nos tempos mais recentes». Para os autores do estudo, o grande desafio à actuação das IPSS é «continuarem a responder às necessidades sociais, antigas e novas», mas a partir de uma base de apoios financeiros mais diversificada, onde os apoios públicos são uma entre várias outras fontes de financiamento. «Os apoios públicos continuarão a ter necessariamente um papel importante na estrutura de financiamento das IPSS, mas estes não podem continuar a ser encarados como a fonte primeira e em muitos casos quase exclusiva de recursos financeiros», defende. Palmira Macedo, da CNIS, adiantou à Lusa que este trabalho fez «um levantamento das respostas existentes [nas IPSS] para os problemas e as necessidades» da população, algumas ainda «não muito explícitas, mas já identificadas». O estudo analisou a adequação dos apoios e respostas sociais às necessidades da população e as respostas que estão a ser encontradas para dar responder ao «acréscimo de antigas e novas necessidades sociais por parte da população». Olhou também para o papel das autarquias, enquanto complementar da missão das IPSS. «O objectivo central deste projecto é, naturalmente, oferecer um conjunto de recomendações que sirvam para as IPSS reforçarem a sua capacidade de actuação num contexto social e económico mais difícil», refere a CNIS. Para a elaboração do estudo foram realizadas entrevistas a quase todas as IPSS do país, a «personalidades com profundo conhecimento» destas problemáticas, a autarquias, tendo sido obtidas 562 respostas das IPSS, 231 das freguesias e 179 dos municípios. Palmira Macedo explicou que os inquéritos feitos às autarquias foram «no sentido de ver em que medida esses órgãos de poder local estavam sensibilizados e apoiavam estas instituições». Tiveram ainda como objectivos verificar se «tinham respostas próprias para satisfazer as necessidades das pessoas em situação de pobreza e exclusão», acrescentou.