27.4.12

IPSS têm de aumentar receitas para sobreviver

in RR As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) precisam de reduzir custos e aumentar as receitas, de modo a atingir um equilíbrio financeiro. É a conclusão do estudo "As Instituições Particulares de Solidariedade Social num contexto de crise económica", promovido pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). “Há muitas instituições com muitas dificuldades. Diria que, num primeiro diagnóstico, 10% das instituições estão com sérias dificuldades. Provavelmente, o número peca por defeito. Temos 2700 instituições, portanto, se falarmos em 10% diria que 270 estão com bastantes dificuldades”, revela à Renascença o presidente da CNIS, padre Lino Maia. O documento indica que, para que muitas IPSS consigam garantir a sustentabilidade financeira, e até mesmo sobreviver, é preciso cada vez mais que encontrem receitas alternativas, e próprias, e que reduzam custos. O grande desafio é mesmo as IPSS continuarem a responder às necessidades sociais – às antigas e às novas que vão surgindo. Os apoios públicos continuam a ter um papel importante, mas não podem ser fonte exclusiva de receita. “Actividades novas, por um lado, e partilha de recursos entre as instituições, mesmo recursos humanos. Tem-se caminhado – e penso que se estão a dar novos passos – para que todas as instituições tenham que ser auto-suficientes em recursos materiais e humanos e depois a partilha de equipamentos e de iniciativas”, afirma Lino Maia. O estudo, que contou com a colaboração de Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e algumas personalidades, indica que aumentaram as necessidades sociais, como a pobreza envergonhada e a fome, e são cada vez mais as dificuldades das famílias em cumprir compromissos financeiros. O documento oferece um conjunto de recomendações que servem de reforço da capacidade de actuação das IPSS num contexto social e económico mais difícil. Lar de Santa Beatriz luta para dar boas condições aos idosos Uma das instituições de solidariedade social em dificuldade é o Lar de Santa Beatriz da Silva, das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, em Fátima. Com mais de 40 anos de existência, o lar tem visto aumentar de maneira vertiginosa os pedidos de ajuda. Com mensalidades de acordo com o rendimento dos idosos – tem 83 internados e uma lista de espera que engrossa de dia para dia. Todos os meses, entregam também, a 35 famílias carenciadas, cabazes com produtos fornecidos pelo Banco Alimentar Contra a Fome. Poupar é, por isso, a palavra de ordem.