Texto Francisco Pedro, in Fátima Missionária
Novos emigrantes são jovens licenciados e famílias que perderam a capacidade financeira para cumprir com os encargos
As mudanças sociais e económicas na Europa provocaram uma alteração na realidade emigrante portuguesa. Nos últimos meses, registou-se um aumento de casos de pobreza entre os portugueses que vivem em países europeus, havendo mesmo o relato de casos de cidadãos lusos que estão a viver em carros ou contentores no Luxemburgo. A Cáritas quer ajudar a minimizar o problema e reforçar a rede de solidariedade, com a ajuda das famílias católicas.
Hoje, quem mais parte em busca de uma oportunidade no estrangeiro são os «jovens licenciados à procura do primeiro emprego e desempregados mas também famílias que perderam recursos financeiros e que não conseguem responder aos encargos que têm». E muitos dos que decidem partir nem sempre estão bem informados sobre as dificuldades que vão encontrar. Este desconhecimento leva, por vezes, à exploração por parte de redes organizadas, concluíram a Cáritas e a Obra Católica Portuguesa das Migrações, após um encontro com os principais intervenientes junto das comunidades portuguesas emigrantes na Europa.
Para travar este flagelo, os participantes na reunião propõem-se a trabalhar para alcançar o reforço da ação das comunidades paroquiais e associações de emigrantes, o melhoramento da estrutura das Missões Católicas e o envolvimento das famílias cristãs no acolhimento e acompanhamento de novos emigrantes. Entre outras medidas, pretendem também solicitar às dioceses locais «a cedência de espaços físicos que possam ser utilizados para o atendimento direto a emigrantes».