26.4.12

Carga fiscal aumentou sobretudo para casais de rendimento médio com filhos

in Jornal de Notícias

O maior aumento na carga fiscal em Portugal entre 2000 e 2011 ocorreu entre casais de rendimento médio e com dois filhos, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Organização para a Cooperação e para o Desenvolvimento Económico.

Segundo o relatório "Taxing Wages", a carga fiscal (impostos sobre os rendimentos e contribuições para a segurança social) teve variações diferenciadas entre 2000 e 2011, dependendo da situação do trabalhador.

O caso onde se registou o maior aumento é o de casais com dois filhos, em que ambos os cônjuges trabalham, um deles aufere a remuneração média nacional e o outro ganha 67% desse montante. Para estes casais, a carga fiscal subiu de 32,9% dos custos totais do trabalho em 2000 para 36,2% em 2011.

Pelo contrário, na média dos 34 países da OCDE, a tendência para estes casais foi a contrária: a carga fiscal reduziu-se de 32% para 30,4%.

Outro caso estudado pela OCDE onde também ocorreu uma subida significativa é o de um trabalhador solteiro e sem filhos com rendimentos elevados (equivalentes a 167% da remuneração média): a carga fiscal subiu de 42,3% em 2000 para 45,8% em 2011, também aqui contrariando a tendência da OCDE.

Há contudo situações em que a carga fiscal diminuiu. É o caso de um solteiro com dois filhos cuja remuneração seja 67% da média nacional: a carga fiscal reduziu-se de 26,5% para 23,7%.

Em 2011, as maiores diferenças relativamente às médias da OCDE ocorriam nos casos de solteiros com rendimentos elevados e de casais de rendimentos médios com filhos. Para outros tipos de família, "as diferenças são menos pronunciadas" lê-se no relatório da OCDE.