15.2.09

G7 quer novas regras mas sem proteccionismo

Máricio Alves Candoso, in Diário de Notícias

Reunião. "Padrão ético" dos mercados é lema


Os ministros das Finanças do G7 deliberaram ontem elaborar, nos próximos quatro meses, um projecto de normas e princípios sobre transparência das actividades económicas e financeiras.

A cimeira de Roma, que durante dois dias reuniu os responsáveis pelas sete potências mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), pôs desde já a hipótese de desenvolver trabalho no sentido de eliminar os fundos especulativos e os paraísos fiscais não cooperantes, no sentido de conseguir "uma nova ordem económica mundial que seja coerente com a estrutura do capitalismo e do mercado global", afirma-se em comunicado final.

Também o proteccionismo esteve no centro das atenções dos ministros. Os receios de que a elevação das tarifas aduaneiras, os estímulos à compra de produtos nacionais, bem como a desvalorização competitiva de moedas ou o apoio a sectores económicos em situação difícil distorçam o livre comércio, encontrou-se presente na maior parte dos discursos, desde logo nos de abertura das delegações alemã e britânica.

Contudo, observadores afirmavam ontem que as críticas à China, que tem vindo a desvalorizar a moeda no sentido de tornar mais competitivos os seus produtos para exportação, abrandaram. A ideia subjacente é que mais vale trazer a China para o seio das nações que aceitam as regras de mercado do que continuar a hostilizar a política de Pequim.

O "combate à recessão por todos os meios", elevando o "padrão ético dos mercados", foi a tónica dominante do discurso do anfitrião, Giulio Tremonti. Já Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, negou que haja neste momento laivos de proteccionismo na política adoptada pela nova administração. Quinta-feira à noite, o Congresso aprovou um pacote de 787 mil milhões de dólares de ajudas à economia do país.