6.2.09

"Medida é eleitoralista e não resolve os problemas dos idosos"

in Jornal Público

Confederação de reformados diz que o complemento solidário não acaba com a pobreza dos mais velhos. Sociólogo gostaria de ver maior aposta na inclusão


O balanço que Casimiro Menezes faz do Complemento Solidário para Idosos (CSI) não é o melhor: "Creio que esta medida não resolve os problemas dos idosos e é eleitoralista", diz o presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos. "Tem efeitos positivos para quem beneficia da prestação [que ronda os 70 euros], do acesso a próteses, a óculos... mas as pessoas não deixam de ser pobres por causa disto."

Menezes, que faz parte do conselho consultivo do Instituto de Segurança Social onde esta e outras medidas sociais são acompanhadas, defende que "era preferível que todas as pensões mínimas fossem revalorizadas de forma a garantir-se a todas as pessoas um montante que ficasse acima do limiar de pobreza".

Já Sérgio Aires, sociólogo, diz que é cedo para avaliar o impacto do CSI. Ainda assim, adianta: "Podia fazer-se mais pela inclusão. O Estado podia, por exemplo, apostar na qualificação dos serviços das instituições. Os centros de dia, por exemplo, são, muitas vezes, coisas tristíssimas, onde impera o assistencialismo e as pessoas estão jogadas num canto". Alterar isto devia ser uma aposta, defende. A.S.