11.2.10

Gregos nas ruas enquanto a UE tenta salvá-los

por Patrícia Viegas, Diário de Notícias

Funcionários públicos em protesto. Alemanha lidera plano de ajuda à Grécia


Milhares de médicos, professores, trabalhadores das alfândegas e controladores de tráfego aéreo saíram ontem às ruas das principais cidades gregas para protestar contra as medidas de austeridade propostas pelo Governo socialista de Georges Papandreou: redução real dos salários dos funcionários, restrições às novas contratações e supressão de benefícios fiscais.

Isto numa altura em que os países da Zona Euro tentam chegar a consenso sobre um plano de ajuda à economia grega. A Grécia apresenta um défice de 12,7%, quatro vezes superior ao permitido pelo Pacto de Estabilidade, uma dívida na ordem dos 300 mil milhões de euros, ou seja, 112,6%. As grandes dificuldades que o país está a ter em financiar-se no exterior agitou os mercados e tornou urgente um plano de ajuda.

Este visa em primeiro lugar impedir um efeito dominó a outros países também com problemas, como Portugal e Espanha. E em segundo lugar evitar que os gregos tenham de recorrer à ajuda do Fundo Monetário Internacional, pois seria humilhante para os países da moeda única europeia. Mas os que não aderiram ao euro, como Reino Unido e Suécia, não entendem que exista esse tabu.

A Alemanha lidera os contactos para chegar a este plano, ontem discutido por teleconferência pelos ministros das Finanças da UE antes da cimeira de hoje. Este plano pode ter várias formas: empréstimos bilaterais, créditos do Banco Europeu de Investimento, compra de dívida pelos bancos centrais mais poderosos ou criação de garantia de empréstimos.