Ana Carrilho, em Atenas, in Página 1
O antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, defende uma harmonização fiscal e social mínima na Europa, numa mensagem de agradecimento ao Congresso da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), que está reunido na Grécia,pelo prémio que a organização lhe atribuiu pelos serviços prestados em defesa da Europa Social.
Jacques Delors questiona se será possível viver numa união económica e monetária, um todo em que temos direitos e deveres resultantes de uma moeda comum, sem um mínimo de harmonização fi scal e social.
De alguma forma “a puxar a brasa à sua sardinha”, o antigo presidente da
Comissão Europeia lembrou que, em 1997, propôs um pacto para a coordenação
de políticas económicas. Foi rejeitado e Delors deixa bem claro que, na sua opinião, se existisse esse pilar económico, a instabilidade que se vive agora poderia, pelo menos, ter sido detectada em tempo útil e combatida.
Para Jacques Delors, as causas das difi culdades da Grécia, Irlanda e Portugal são diferentes. Os países endividaram-se durante anos, apareceram os erros orçamentais e os bancos fi zeram loucuras sem que ninguém dissesse
algo no Conselho de Ministros da União Europeia. “É aflitivo e constrangedor”, conclui Delors.


