27.6.11

AMI estende a mão aos mais pequenos

Sara R. Oliveira, in Educare

Espaço de Prevenção à Exclusão Social existe para trabalhar competências sociais e pessoais de crianças, jovens e idosos. A AMI tem três espaços para os mais novos com atividades e apoio psicológico e pedagógico.

O espaço de Chelas apareceu primeiro, seguiu-se o de Cascais e depois o de Vila Nova de Gaia que tem mais espaço e, por isso, mais disponibilidade para receber mais crianças e jovens. Há cerca de seis anos, a AMI decidiu criar o Espaço de Prevenção à Exclusão Social (EPES) em alguns Centros Porta Amiga, que nasceram para satisfazer as necessidades básicas e desenvolver a autonomia de quem precisa de ajuda. Surgiram para estender a mão aos sem-abrigo e depressa se tornaram num projeto de ação social global porque se percebeu que havia outras situações para dar resposta. Foi o que aconteceu com o EPES.

Em 2010, os Centros Porta Amiga ajudaram cerca de 2900 crianças, 50 estiveram no EPES. E como lá chegam? O cruzamento de informações funciona, as parcerias com outras instituições também são preciosas e, habitualmente, as famílias que a AMI ajuda acabam por pedir apoio para os filhos. "Normalmente, são crianças que provêm de famílias que já estão a ser acompanhadas pelos Centros Porta Amiga", adianta João Baptista, diretor adjunto do departamento de ação social da AMI. Por isso, o número estica e emagrece conforme as necessidades de cada momento.

Os mais novos, dos 6 aos 14 anos, são acompanhados por assistentes sociais, psicólogos, técnicos de animação social e voluntários que disponibilizam o seu tempo - e, por vezes, há professores que o fazem. As crianças e jovens têm assim apoio escolar, pedagógico e psicológico, bem como uma série de atividades lúdicas, como idas à praia ou à piscina. A inclusão social está sempre presente e acaba por ser trabalhada de diversas formas, numa fase em que as aprendizagens têm a máxima importância. "Este espaço de prevenção à exclusão destina-se a promover as competências sociais e pessoais das crianças e da população mais idosa", refere o responsável. O EPES vai mais longe e trabalha igualmente com a população mais velha, no sentido de combater o isolamento social.

O EPES está aberto durante a semana das 9h30 às 17h30 para os mais novos. E é ali que os futuros homens e mulheres de amanhã aprendem a encarar um tempo presente que nem sempre sorri. E tudo se articula: escola, família e sociedade. O projeto da AMI está sempre perto dos responsáveis educativos para perceber o que se vai passando, trabalhar para o sucesso dos mais novos e combater o abandono escolar.

A educação deve começar na base e há ensinamentos que devem ficar para a vida. "A ideia é fugir ao assistencialismo e tentar que as pessoas deixem de pedir ajuda". E os jovens já percebem essa linguagem. Por outro lado, as competências sociais e pessoais são valorizadas, sempre com o bem comum debaixo de olho. "E sempre em articulação com a família, no sentido de trabalhar a inclusão social", sublinha João Baptista.

E no meio de tudo isto, a articulação com a rede social das instituições, que existem para dar resposta aos que mais precisam, é fundamental. A interajuda e as informações que chegam dali e de acolá acabam por ter um papel importante para que o público-alvo do EPES cresça e sinta que a exclusão poderá ser uma palavra a sair do dicionário.