14.6.11

Diminuição de donativos revela que pessoas vivem pior

in Diário de Notícias

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social disse hoje que a quebra de donativos para o peditório nacional da Cáritas revela que as pessoas estão a viver pior, rejeitando uma diminuição da generosidade dos portugueses.

"Desde 2009 que tem havido uma quebra em algumas dioceses, noutras mantém-se, mas isso significa que as pessoas estão a viver pior e isso se recente, também, no contributo económico", afirmou Carlos Azevedo, em Fátima, onde está a participar nas Jornadas Pastorais do Episcopado.

Para Carlos Azevedo, o decréscimo de donativos não tem subjacente uma menor generosidade, "como o Banco Alimentar o tem demonstrado", considerando, contudo, que, "devido a uma certa cultura", as pessoas "dão mais facilmente coisas do que dinheiro", apesar de muitos problemas sociais só se resolverem com "meios económicos diretos".

O peditório da Cáritas, que decorreu durante o mês de Março, registou uma queda que, em algumas dioceses, chegou aos 40 por cento. Em 2010, os donativos alcançaram os 292,5 mil euros e em 2009 chegaram aos 325,7 mil euros.

O responsável pela Pastoral Social reconheceu que a diminuição de donativos afecta a capacidade de resposta das instituições ligadas à Igreja Católica, defendendo a necessidade de se "endereçar os meios disponíveis para as necessidades mais urgentes", como a habitação e o apoio na aquisição de medicamentos face ao corte na comparticipação previsto nas medidas da 'troika'.

Carlos Azevedo, também bispo auxiliar de Lisboa, apontou, ainda, a necessidade de, em cada paróquia, existir um grupo de cação social, como forma de responder aos pedidos mais prementes das pessoas desfavorecidas.