14.6.11

Sector sofre quebra de 46% nas ofertas de emprego

in Diário de Notícias

O sector da construção está pessimista devido às quebras nos segmentos da habitação e obras públicas, além de ter sofrido uma redução de 46 por cento nas ofertas de trabalho, revelou hoje a AECOPS.

A Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) estima que se tenham perdido cerca de 20 mil postos de trabalho no sector durante o primeiro trimestre de 2011, comparados com o mesmo período de 2010, baseando-se em dados do Instituto Nacional de Estatística.

Na análise regional de Junho, a AECOPS destaca a redução de 46,1 por cento no número de ofertas de emprego em Abril no sector, em termos homólogos face a 2010, como indicador do período que as empresas atravessam.

"Perante este cenário tão desfavorável, os empresários da construção revelam, naturalmente, um acentuado pessimismo, tanto no que se refere à evolução futura da produção das suas empresas como no que concerne ao emprego", declara a AECOPS.

Entre as razões apontadas para esta situação, a associação sublinha a "acentuada e já longa quebra no segmento da construção de edifícios habitacionais", que conta com nove anos seguidos em perda.

Em particular, a AECOPS apresenta Lisboa como um dos casos mais "difíceis", com "uma quebra, em termos homólogos, de 33 por cento no número de fogos habitacionais licenciados e uma redução de 25 por cento no número de fogos concluídos durante 2010".

Do lado das obras públicas houve uma subida de 92 por cento entre Janeiro e Maio de 2011 no valor dos concursos adjudicados em Portugal, segundo a AECOPS, mas uma descida de 35,6 por cento nos valores dos concursos abertos, em referência ao período homólogo de 2010.

"Mesmo o crescimento de 92 por cento apurado nas adjudicações de novos concursos resulta, em boa parte, de adjudicações de obras de reabilitação de escolas a cargo da empresa Parque Escolar, o que não é de todo indício de trabalho futuro para as empresas", refere o documento de análise da AECOPS.

A nível regional, é o sul do país que mais preocupa o setor da construção civil, com uma descida de 66,2 por cento nos fogos licenciados no Algarve nos primeiros três meses de 2011, em relação ao primeiro trimestre de 2010, tendo como referência a descida nacional, nesse mesmo período, de 24,5 por cento.