23.6.11

Ciganos: Igreja lamenta exclusão

in Agência Ecclesia

O diretor executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC), Francisco Monteiro, defendeu que a União Europeia (UE) “não pode viver com a sua maior minoria, os ciganos, no estado de pobreza, miséria e exclusão”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a propósito do Dia Internacional do Cigano, que se assinala esta sexta-feira, o responsável da Igreja Católica saudou o recente projeto da Comissão Europeia para estas comunidades.

No documento, apresentado na Bulgária nesta terça-feira, pede-se aos governos europeus que apresentem até ao final do ano estratégias nacionais destinadas às comunidades ciganas para a "educação, emprego, saúde e habitação".

Para o diretor executivo da ONPC “é preciso alterar as mentalidades, incluindo as mentalidades dos ciganos”.

Segundo Francisco Monteiro, os progressos “não têm sido suficientes” e o “dinheiro investido não tem alterado a forma de viver dos ciganos: habitação, educação e emprego”.

Olhando para a realidade atual, este responsável considera que a “extrema-direita” e “as novas elites dos antigos países comunistas” causam dificuldades à inclusão dos ciganos e “tentam excluí-los”.

Em Portugal, um dos maiores problemas desta etnia é a habitação porque “muitas câmaras municipais não fazem nada para realojar os ciganos”, lamenta.

Segundo Francisco Monteiro, das “300 e tal mil pessoas que recebem o rendimento mínimo”, da etnia cigana “não são mais de 50 mil” que o recebem.

Quando se fala nos números, “existem muitos balões de racismo e discriminação” que “prejudicam, enormemente, os ciganos”, denuncia.

Com a constituição de um novo governo, o dirigente da ONPC espera que haja “uma alteração no panorama anticigano”.

A 11 de junho, Bento XVI recebeu uma delegação europeia de diversas etnias ciganas e Rom, onde estava incluído um grupo de portugueses.

Francisco Monteiro recorda que o Papa enfatizou uma “tendência de anticiganismo que existe na Europa”.

LFS