9.6.11

Cavaco Silva desafia emigrantes e empreendedores

in Jornal de Notícias

O Presidente da República apontou, esta quarta-feira, os portugueses que vivem fora do país e os empreendedores como elementos fundamentais para o país ultrapassar as dificuldades, voltando a lembrar as queixas de quem pretende investir em Portugal e criar emprego.

"São frequentes as queixas dos nossos compatriotas, motivados para investirem em Portugal, de que os seus esforços esbarram com regras incompreensíveis, tempos de espera inaceitáveis, e tratamentos inadequados para quem pretende apostar em criar emprego e prosperidade no seu país", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na cerimonia de entrega do prémio "Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa", repetindo um alerta que já várias vezes foi deixando.

Apontando "a diáspora, os empreendedores e a inovação", como três elementos fundamentais para que Portugal consiga ultrapassar as dificuldades com que se debate, Cavaco Silva sublinhou que a recuperação da economia portuguesa em muito capacidade de reforçar a sua ligação com "a economia mundial, de intensificar a capacidade dos empreendedores estabelecerem ligações globais em redes de inovação".

Contudo, avisou, nem a dimensão, nem o poder económico da diáspora chegam para determinar o seu sucesso enquanto força de desenvolvimento do país de origem, pois muitas vezes os membros das comunidades da diáspora "acabam, frequentemente, por chocar com os constrangimentos e as barreiras institucionais impostos pela sociedade de origem".

Cavaco Silva, ressalvou, porém, que o problema não está só na ação dos poderes públicos, pois também "a sociedade portuguesa como um todo que terá de interiorizar a oportunidade decorrente do potencial empreendedor e de criação de riqueza da diáspora lusitana".

Reiterando a ideia que o processo de aproximação à diáspora terá rapidamente que passar da retórica e das palavras a iniciativas concretas, "sem as quais faltará credibilidade às intenções demonstradas" e poderá perder-se a motivação para continuar, Cavaco Silva reforçou que a disponibilidade da diáspora ter de encontrar "a necessária reciprocidade das instituições nacionais, das empresas e de outras organizações para conceber e levar a cabo iniciativas de interesse comum".

"Todos não seremos demais para mobilizar esse enorme capital social que a diáspora portuguesa representa. Como já afirmei antes, mobilizar os seus recursos terá, inevitavelmente, de se tornar uma prioridade nacional", afirmou o Presidente da República, terminando o seu discurso com a frase "Portugal precisa de trabalho, trabalho, muito trabalho".