3.10.14

Suicídio de jovens alarma médicos

Rita Carvalho, in Sol

Suicídio de jovens alarma médicos

Dia sim, dia não, há uma criança ou um jovem que entra no Hospital Dona Estefânia (HDE) porque tentou suicidar-se. Muitos outros são levados à urgência por terem tomado comprimidos ou feito cortes nos braços – comportamentos auto-lesivos não destinados a pôr fim à vida, mas reveladores de um grande sofrimento interior. Os médicos ouvidos pelo SOL estão alarmados porque os casos dispararam nos últimos anos e, principalmente, porque os serviços de saúde mental infantil e da adolescência são escassos e incapazes de responder aos problemas que estão a surgir.

Tentativas de suicídio e auto-mutilações chegam diariamente às urgências

Os dados constam de dois estudos realizados por médicos internos doHDE, que analisaram a afluência às urgências. Em 2013, a equipa de pedopsiquiatria foi chamada 1.641 vezes ao serviço de urgência para atender menores que tinham agredido o próprio corpo, sofrido crises de agressividade, humor, ansiedade, surtos psicóticos e perturbações alimentares. Em 2001, os pedopsiquiatras foram accionados em 311 casos, cinco vezes menos.