15.2.23

Inspetores do SEF mantêm-se nas fronteiras durante a Jornada Mundial da Juventude

 Por Lusa, in Expresso

Em audição, o ministro da Administração Interna assegurou que os planos de segurança e emergência para a Jornada Mundial da Juventude “estão a correr bem e em tempo”

Os inspetores dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) vão manter-se nas fronteiras durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa entre 1 e 6 de agosto e terá a presença do papa Francisco. A garantia foi deixada pelo ministro da Administração Interna, esta quarta-feira, durante a audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Embora seja “um objetivo político” do Executivo concluir até ao final de março o processo legislativo da criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), que vai ficar com as funções administrativas do SEF, José Luís Carneiro especificou que, durante aquele período, os inspetores que estavam nessas funções vão manter-se nas fronteiras áreas, marítimas e terrestres em conjunto com o efetivo da PSP e GNR que teve, entretanto, formação.

Este esclarecimento do governante surge após dúvidas levantadas sobre a forma como seriam feitos os controlos das fronteiras, após a reestruturação do SEF, durante a JMJ, que vai contar com mais de 1,5 milhões.

Sobre os planos de segurança, o ministro pouco revelou, deixando a garantia que está "a correr bem e em tempo". "Muito do seu conteúdo é matéria reservada. Mas, asseguro-vos, tudo está a correr bem e em tempo", disse José Luis Carneiro aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, adiantando que "foram já realizadas, até ao momento, mais de uma dezena de reuniões, sob a coordenação do Sistema de Segurança Interna, envolvendo as forças e serviços de segurança, emergência e proteção civil e todas as outras entidades envolvidas na organização".

No âmbito da reestruturação do SEF, adiada até à criação da APMA, as competências policiais daquele organismo vão passar para a PSP, GNR e PJ, enquanto as atuais atribuições em matéria administrativa relativamente a cidadãos estrangeiros passam a ser exercidas pela APMA e pelo Instituto dos Registos e do Notariado.

"Estamos em processo muito avançado para cumprir as metas estabelecidas e até ao final de março vamos ter o processo legislativo fechado", precisou o ministro da Administração Interna. José Luís Carneiro sublinhou que, em relação à cooperação policial, as forças e serviços de segurança "estão todas já a trabalhar em conjunto desde dezembro ao abrigo dos acordos policiais".


Segundo o ministro, o SEF está a trabalhar com a PJ no que respeita ao combate à imigração ilegal e tráfico de seres humanos, a PSP está com o SEF nas fronteiras aéreas, como já tinha acontecido no verão.

"Os funcionários afetos às fronteiras estão a trabalhar nas fronteiras, mais os funcionários das forças de segurança", disse, frisando que "as fronteiras nacionais continuam a contar com todos os inspetores e agora reforçados com a PSP e a GNR".

REESTRUTURAÇÃO ATÉ MARÇO É “OBJETIVO POLÍTICO”

Além do Governo estar a ultimar o diploma que criará a futura Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo, o governante disse também que o executivo está a terminar a legislação que vai definir as regras no âmbito do processo de transição dos trabalhadores, recursos e património do SEF para as restantes entidades.

O MAI assegurou ainda que o Executivo mantém "o objetivo político" de concluir até ao final de março o processo legislativo da criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), que vai ficar com as funções administrativas do SEF.

"Mantemos o objetivo político de até ao fim de março ter o processo legislativo concluído. Recordo que hoje é 15 de fevereiro. Se o compromisso foi até ao final de março, temos de aguardar até 31 de março para podermos verificar se o objetivo político é ou não cumprido", disse o ministro da Administração Interna no parlamento.

Segundo José Luís Carneiro, o SEF formou até ao momento 154 efetivos da GNR e 160 elementos da PSP em matéria de controlo de fronteiras, estando ainda por concluir a formação de mais 88 agentes da Polícia de Segurança Pública.
A reestruturação do SEF foi decidida pelo anterior Governo e aprovada na Assembleia da República em novembro de 2021, tendo já sido adiada por duas vezes.