Rute Barbedo, in Expresso
A baixa expectativa de encontrar emprego e o insucesso escolar são possíveis fatores de afastamento
Inclusão Estratégia para localizar jovens que não estudam, trabalham ou estão em formação é apresentada na terça-feira
A partir de segunda-feira, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) espera começar a ver ‘cair inscrições’ de jovens que não estudam, não trabalham nem frequentam qualquer formação no mais recente programa de combate ao desemprego. O Garantia Jovem prevê que, gradualmente, num prazo de quatro meses após o jovem sair do sistema de ensino ou do mercado de trabalho lhe seja feita uma oferta de emprego, de continuação dos estudos, de formação profissional ou de estágio, contando para isso com uma rede de 1500 parceiros, desde autarquias a associações juvenis ou instituições de solidariedade social. Maior ainda é a intenção de chegar, com esta medida, a quem não está inserido em nenhuma destas frentes mas também não procura soluções de forma ativa, os mais “afastados do sistema”.
Os chamados NEET, na sigla inglesa, correspondem a uma fatia da população que as políticas públicas não têm conseguido abranger de forma eficaz, mas que o IEFP quer agora “sinalizar”, informar, orientar e motivar a participar em ações inclusivas de educação, formação ou procura de emprego e/ou estágios, em Portugal ou no estrangeiro.
Quem são os NEET?
“É difícil dizer taxativamente quem são estes jovens”, mas as motivações para o seu “desencorajamento”, sublinhadas pelo vice-presidente do IEFP e coordenador nacional do Garantia Jovem, Paulo Feliciano, são várias e resultam numa mancha heterogénea. Genericamente, são pessoas com “baixa expectativa de encontrar emprego ou que têm um percurso de insucesso escolar”. Por outro lado, poderão viver “questões económicas difíceis” ou ter algum tipo de incapacidade que impossibilite o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
De acordo com os dados do primeiro trimestre deste ano, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Portugal existem 175.800 jovens até aos 29 anos (inclusive) que não estudam, não trabalham nem frequentam qualquer programa de formação profissional. Entre eles, 67.500 também não procuram respostas nestes domínios.
“Queremos tentar chegar a mais pessoas, mobilizá-las para participarem no Garantia Jovem. Esse é o maior problema”, afirma Paulo Feliciano, admitindo que, com as medidas implementadas até hoje, o IEFP não estava “a conseguir chegar aos NEET”. Não que não existissem algumas destas ferramentas, mas a atual estratégia reforça a sua “complementaridade”.
Para chegar aos públicos-alvo é preciso saber onde estão. De acordo com o estudo desenvolvido ao longo de 2016 (recorrendo a dados de 2015 do Labour Force Survey) em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho, a maioria dos NEET em Portugal tem entre 15 e 24 anos (58,6%), é do sexo feminino (52,1%) e integra-se nos níveis 3 e 4 da Classificação Internacional Normalizada da Educação (ensino secundário ou pós-secundário não-superior).
Ao mesmo tempo, os microdados do Inquérito ao Emprego do INE indicam que dos 47.750 jovens inativos que não se encontravam registados nos serviços públicos de emprego em 2015, mais de 14 mil sofriam de alguma doença ou invalidez, 9660 alegavam responsabilidades familiares e mais de 7500 eram considerados “jovens desencorajados”. Sabe-se também que quase metade dos NEET em Portugal tem habilitações escolares até ao 3º ciclo do Ensino Básico.
Outros dados relevantes para “o sucesso” do Garantia Jovem, como a distribuição territorial em função da escolaridade ou o mapeamento de situações de deficiência ou de debilidade social, serão apresentados nesta terça-feira, no auditório do IEFP em Xabregas, Lisboa, na presença de Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e Desporto, e Gianni Rosas, especialista de políticas na área do Emprego Jovem da Organização Internacional do Trabalho.
24 na Europa, 29 em Portugal
O plano coordenado pelo IEFP contempla “um diagnóstico pormenorizado de cada jovem”, porque, nota o seu vice-presidente, esta é a forma mais eficaz para encontrar soluções à medida, que não têm necessariamente de se enquadrar nos campos da formação ou do emprego. “É difícil encontrar uma razão e uma solução únicas [para o afastamento de certos jovens do ‘sistema’]. As necessidades podem ser de natureza social, vocacional, de orientação ou de desenvolvimento pessoal”, explica Paulo Feliciano, adiantando que, por isso, as respostas no terreno poderão passar pelo reforço da autoestima ou por assistência social.
Se para o Conselho da União Europeia era preciso estabelecer uma “Garantia para a Juventude” (de acordo com a recomendação de 22 de abril de 2013), “Portugal decidiu alargar a faixa etária [de ação] até aos 29 anos [inclusive], considerando que tinha, à data, uma taxa de desemprego jovem superior à média da União Europeia”, pode ler-se no documento de apresentação da iniciativa pública.
Segundo dados do INE relativos ao primeiro trimestre deste ano, 25,1% dos jovens entre os 15 e os 24 anos encontravam-se desempregados, quando a média de desemprego jovem na zona euro é de 19,4% (era 21,6% há um ano). Os piores desempenhos neste parâmetro são o da Grécia (45,2% dos jovens estão desempregados), de Espanha (41,5%) e de Itália (35,2%).
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17.3.16
Jovens estão ainda "mais à rasca" cinco anos após megaprotesto
In "Renascença
Organizadora da manifestação "Geração à rasca" diz que a precariedade, o desemprego e a emigração continuam a ser um problema em Portugal, mas valeu à pena sair à rua.
Cinco anos depois da manifestação "Geração à rasca", os organizadores do protesto afirmam que os jovens ainda estão "mais à rasca" devido ao agravamento da precariedade laboral, mas estão confiantes que o actual Governo consiga alterar a situação.
A 12 de Março de 2011, realizou-se pela primeira vez um protesto convocado nas redes sociais e não vinculado a partidos políticos ou sindicatos, conseguindo reunir o maior número de manifestantes nas ruas desde o 25 de Abril de 1974.
Cerca de 500 mil pessoas participaram nas manifestações da "Geração à rasca" em todo o país para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim da precariedade e, apesar de hoje a situação se ter agravado, os organizadores consideram que "valeu a pena" o protesto.
Questionada pela agência Lusa, se passados cinco anos da manifestação ainda existe uma geração à rasca, Paula Gil, um dos quatro jovens que organizou o protesto, respondeu: "Claro que sim e cada vez mais".
"Os últimos quatros anos de governo demonstraram que a única forma de contratação no país era a precariedade, se não fosse essa precariedade estávamos limitados ao desemprego ou então à emigração", disse Paula Gil, que continua a ter um trabalho precário.
A activista adiantou que "a precariedade laboral intensificou-se" devido "a uma estratégia de desvalorização do trabalho".
"Hoje em dia as pessoas trabalham por muito menos dinheiro, com muito menos condições, com muitos menos direitos, exactamente porque o desemprego é tão grande", sustentou.
Apesar de a situação se ter agravado, Paula Gil afirmou que a manifestação "valeu a pena", uma vez que demonstrou que "era possível organizar pessoas em conjunto, independente do valor que os sindicatos e partidos têm para a nossa democracia".
"Mesmo assim acho que valeu a pena organizar aquela manifestação pela organização popular, pela noção de que é possível fazer democracia fora de estruturas organizadas e pelo enquadramento que as pessoas sentiram quando saíram à rua ao defenderem o seu trabalho e os seus direitos, mas sobretudo porque colocou, na altura, a precariedade na agenda política, que era uma coisa que não acontecia", disse.
A activista salientou que a questão da precariedade laboral está actualmente na agenda política e existe "uma preocupação constante em mencioná-la".
Nesse sentido, manifestou expectativa no actual Governo e espera que o acordo parlamentar com os partidos de esquerda "traga algumas alterações" aos direitos dos trabalhadores.
"Acha que há bastante expectativa criada em volta deste Governo. É um Governo que conta com o apoio do BE e do PCP", afirmou, avançando que o combate à precariedade laboral é "uma questão de vontade política".
"São várias situações ilegais que até agora foram formalizadas e autorizadas por todos os governos que tivemos no parlamento. Para se manter a ideia de que temos um Governo de esquerda, terá que se tomar uma atitude em relação à situação da precariedade laboral da maioria dos jovens", disse.
Para a activista, uma "boa forma de demonstrar vontade política" passa por "alterar o regime de impostos dos recibos verdes".
Paula Gil considerou ainda que actualmente é "possível existir uma manifestação como aquela que aconteceu há cinco anos". No entanto, sustentou que é necessário aguardar para ver quais as iniciativas que o Governo vai tomar na área de trabalho.
"Mas é sempre possível haver uma manifestação em torno da questão da precariedade, até porque cada vez mais há falsos recibos verdes. É o novo método de contratação nacional", concluiu.
Organizadora da manifestação "Geração à rasca" diz que a precariedade, o desemprego e a emigração continuam a ser um problema em Portugal, mas valeu à pena sair à rua.
Cinco anos depois da manifestação "Geração à rasca", os organizadores do protesto afirmam que os jovens ainda estão "mais à rasca" devido ao agravamento da precariedade laboral, mas estão confiantes que o actual Governo consiga alterar a situação.
A 12 de Março de 2011, realizou-se pela primeira vez um protesto convocado nas redes sociais e não vinculado a partidos políticos ou sindicatos, conseguindo reunir o maior número de manifestantes nas ruas desde o 25 de Abril de 1974.
Cerca de 500 mil pessoas participaram nas manifestações da "Geração à rasca" em todo o país para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim da precariedade e, apesar de hoje a situação se ter agravado, os organizadores consideram que "valeu a pena" o protesto.
Questionada pela agência Lusa, se passados cinco anos da manifestação ainda existe uma geração à rasca, Paula Gil, um dos quatro jovens que organizou o protesto, respondeu: "Claro que sim e cada vez mais".
"Os últimos quatros anos de governo demonstraram que a única forma de contratação no país era a precariedade, se não fosse essa precariedade estávamos limitados ao desemprego ou então à emigração", disse Paula Gil, que continua a ter um trabalho precário.
A activista adiantou que "a precariedade laboral intensificou-se" devido "a uma estratégia de desvalorização do trabalho".
"Hoje em dia as pessoas trabalham por muito menos dinheiro, com muito menos condições, com muitos menos direitos, exactamente porque o desemprego é tão grande", sustentou.
Apesar de a situação se ter agravado, Paula Gil afirmou que a manifestação "valeu a pena", uma vez que demonstrou que "era possível organizar pessoas em conjunto, independente do valor que os sindicatos e partidos têm para a nossa democracia".
"Mesmo assim acho que valeu a pena organizar aquela manifestação pela organização popular, pela noção de que é possível fazer democracia fora de estruturas organizadas e pelo enquadramento que as pessoas sentiram quando saíram à rua ao defenderem o seu trabalho e os seus direitos, mas sobretudo porque colocou, na altura, a precariedade na agenda política, que era uma coisa que não acontecia", disse.
A activista salientou que a questão da precariedade laboral está actualmente na agenda política e existe "uma preocupação constante em mencioná-la".
Nesse sentido, manifestou expectativa no actual Governo e espera que o acordo parlamentar com os partidos de esquerda "traga algumas alterações" aos direitos dos trabalhadores.
"Acha que há bastante expectativa criada em volta deste Governo. É um Governo que conta com o apoio do BE e do PCP", afirmou, avançando que o combate à precariedade laboral é "uma questão de vontade política".
"São várias situações ilegais que até agora foram formalizadas e autorizadas por todos os governos que tivemos no parlamento. Para se manter a ideia de que temos um Governo de esquerda, terá que se tomar uma atitude em relação à situação da precariedade laboral da maioria dos jovens", disse.
Para a activista, uma "boa forma de demonstrar vontade política" passa por "alterar o regime de impostos dos recibos verdes".
Paula Gil considerou ainda que actualmente é "possível existir uma manifestação como aquela que aconteceu há cinco anos". No entanto, sustentou que é necessário aguardar para ver quais as iniciativas que o Governo vai tomar na área de trabalho.
"Mas é sempre possível haver uma manifestação em torno da questão da precariedade, até porque cada vez mais há falsos recibos verdes. É o novo método de contratação nacional", concluiu.
29.9.15
Mais de 100 mil jovens continuam desempregados
in TSF
A caminho das eleições, nas semanas de campanha eleitoral, a TSF selecionou 10 perguntas para o futuro governo. Hoje a questão centra-se na falta de trabalho: A primeira medida que apresentam para combater o desemprego jovem?
Nuno Guedes com Afonso de Sousa, in TSF
As respostas dos partidos
O Bloco de Esquerda, através da porta-voz do partido, Catarina Martins, lembra que, por um lado, é preciso que a economia esteja a funcionar melhor, e, por outro, é preciso respeitar mais o trabalho
As estatísticas oficiais dizem que o desemprego tem descido bastante. As estimativas provisórias do INE dizem que em julho chegou aos 12,1%, atingindo 604 mil pessoas. Nos jovens a taxa também tem diminuído, mas continua nos 31%: perto de 110 mil desempregados com idades entre os 15 e os 24 anos.
O jornalista Nuno Guedes resume os dados sobre o desemprego em Portugal
Os concelho com mais desemprego
Para perceber melhor o fenómeno, a TSF procurou os municípios com mais e menos desemprego. Aqueles que têm menos trabalho ficam quase todos no Interior do país e com frequência próximo da fronteira.
As contas feitas incluem os concelhos do Continente e foram realizadas com base nos desempregados registados em julho no IEFP face à população que se estima ativa nesse mesmo município (com base na taxa de atividade da região). Contudo, nem todos os desempregados estão inscritos no IEFP pelo que os resultados que se seguem ficam, certamente, abaixo da realidade.
Além de permitirem estimar o desemprego por concelho, os números do IEFP revelam os municípios que terão mais desemprego jovem (dos 15 aos 24 anos): no topo surgem Barrancos, Mourão e Monforte, todos municípios alentejanos do Interior. Na população dos 25 aos 34 anos os concelhos com mais desemprego aparecem na mesma região: Mourão, Moura e Monforte.
Se formos além dos jovens e procurarmos os municípios com mais desempregados inscritos nos centros de emprego, destacam-se, de novo, aqueles que ficam no Interior: Mourão (22,5%), Moura (19,7%), Mesão Frio (19,5%) e Barrancos (18,8%).
Do outro lado, nos concelhos com menos desempregados, a lista é liderada por Vila do Bispo (3,2%), no Algarve, que em julho é beneficiada pelo turismo, seguida de Vila Velha de Ródão (3,7%).
O segredo para ter pouco desemprego
Vila Velha de Ródão é um município com características raras no Interior. A Sul de Castelo Branco, a capital de distrito, o concelho tem uma taxa de desemprego baixíssima que contrasta com o que acontece em várias outras zonas perto da fronteira.
O presidente da câmara não fica surpreendido. Carlos Pereira recorda o trabalho para atrair, em 2008, uma segunda grande fábrica para o território. O principal segredo foi especializarem-se no setor do papel.
O presidente de Vila Velha de Ródão explica o segredo para uma taxa de desemprego tão baixa
Além das fábricas de papel, o concelho apostou ainda na agricultura, nos produtos tradicionais e no turismo
No mapa do desemprego, o concelho de Freixo de Espada a Cinta destaca-se por ser o que tem maior proporção de desempregados de longa duração inscritos no centro de emprego.
Ana Brito vive em Ligares, uma aldeia de Freixo de Espada a Cinta, e é uma das pessoas inscritas há mais de um ano no IEFP. Emigrar está fora de hipótese pois acredita que não é só Portugal que está mal. Além disso, precisava de alguma espécie de orientação no estrangeiro.
Fábio Pereira, 23 anos, também tem procurado trabalho. Fez um curso técnico de turismo e estagiou no posto de turismo da vila, mas nunca mais arranjou emprego. Já pensou migrar para o Litoral, mas os salários são tão baixos que não compensa. O dia-a-dia é passado a fazer "nada".
O jornalista Afonso de Sousa visitou Freixo de Espada a Cinta, o concelho com mais desempregados de longa duração
Edmar Bento, o presidente da junta de freguesia de Ligares, explica que estamos num concelho rural, com poucos empregos e muito trabalho precário. Sem indústrias, é difícil prender à terra os poucos jovens que querem continuar em Freixo de Espada à Cinta.
Reformado à força
Caetano Rodrigues é um caso diferente. Com mais idade do que os desempregados anteriores, nasceu no Minho mas veio jovem para Lisboa. Agora, aos 60 anos, foi 'obrigado' a reformar-se.
O jornalista Nuno Guedes falou com um cozinheiro de 60 anos. Desempregado de longa duração, foi obrigado a reformar-se
Cozinheiro, Caetano ficou desempregado há três anos e meio. Procurou trabalho, mas diziam-lhe sempre que era velho. Contrariado, sem alternativa, em janeiro, teve mesmo de meter os papeis para a reforma.
A caminho das eleições, nas semanas de campanha eleitoral, a TSF selecionou 10 perguntas para o futuro governo. Hoje a questão centra-se na falta de trabalho: A primeira medida que apresentam para combater o desemprego jovem?
Nuno Guedes com Afonso de Sousa, in TSF
As respostas dos partidos
O Bloco de Esquerda, através da porta-voz do partido, Catarina Martins, lembra que, por um lado, é preciso que a economia esteja a funcionar melhor, e, por outro, é preciso respeitar mais o trabalho
As estatísticas oficiais dizem que o desemprego tem descido bastante. As estimativas provisórias do INE dizem que em julho chegou aos 12,1%, atingindo 604 mil pessoas. Nos jovens a taxa também tem diminuído, mas continua nos 31%: perto de 110 mil desempregados com idades entre os 15 e os 24 anos.
O jornalista Nuno Guedes resume os dados sobre o desemprego em Portugal
Os concelho com mais desemprego
Para perceber melhor o fenómeno, a TSF procurou os municípios com mais e menos desemprego. Aqueles que têm menos trabalho ficam quase todos no Interior do país e com frequência próximo da fronteira.
As contas feitas incluem os concelhos do Continente e foram realizadas com base nos desempregados registados em julho no IEFP face à população que se estima ativa nesse mesmo município (com base na taxa de atividade da região). Contudo, nem todos os desempregados estão inscritos no IEFP pelo que os resultados que se seguem ficam, certamente, abaixo da realidade.
Além de permitirem estimar o desemprego por concelho, os números do IEFP revelam os municípios que terão mais desemprego jovem (dos 15 aos 24 anos): no topo surgem Barrancos, Mourão e Monforte, todos municípios alentejanos do Interior. Na população dos 25 aos 34 anos os concelhos com mais desemprego aparecem na mesma região: Mourão, Moura e Monforte.
Se formos além dos jovens e procurarmos os municípios com mais desempregados inscritos nos centros de emprego, destacam-se, de novo, aqueles que ficam no Interior: Mourão (22,5%), Moura (19,7%), Mesão Frio (19,5%) e Barrancos (18,8%).
Do outro lado, nos concelhos com menos desempregados, a lista é liderada por Vila do Bispo (3,2%), no Algarve, que em julho é beneficiada pelo turismo, seguida de Vila Velha de Ródão (3,7%).
O segredo para ter pouco desemprego
Vila Velha de Ródão é um município com características raras no Interior. A Sul de Castelo Branco, a capital de distrito, o concelho tem uma taxa de desemprego baixíssima que contrasta com o que acontece em várias outras zonas perto da fronteira.
O presidente da câmara não fica surpreendido. Carlos Pereira recorda o trabalho para atrair, em 2008, uma segunda grande fábrica para o território. O principal segredo foi especializarem-se no setor do papel.
O presidente de Vila Velha de Ródão explica o segredo para uma taxa de desemprego tão baixa
Além das fábricas de papel, o concelho apostou ainda na agricultura, nos produtos tradicionais e no turismo
No mapa do desemprego, o concelho de Freixo de Espada a Cinta destaca-se por ser o que tem maior proporção de desempregados de longa duração inscritos no centro de emprego.
Ana Brito vive em Ligares, uma aldeia de Freixo de Espada a Cinta, e é uma das pessoas inscritas há mais de um ano no IEFP. Emigrar está fora de hipótese pois acredita que não é só Portugal que está mal. Além disso, precisava de alguma espécie de orientação no estrangeiro.
Fábio Pereira, 23 anos, também tem procurado trabalho. Fez um curso técnico de turismo e estagiou no posto de turismo da vila, mas nunca mais arranjou emprego. Já pensou migrar para o Litoral, mas os salários são tão baixos que não compensa. O dia-a-dia é passado a fazer "nada".
O jornalista Afonso de Sousa visitou Freixo de Espada a Cinta, o concelho com mais desempregados de longa duração
Edmar Bento, o presidente da junta de freguesia de Ligares, explica que estamos num concelho rural, com poucos empregos e muito trabalho precário. Sem indústrias, é difícil prender à terra os poucos jovens que querem continuar em Freixo de Espada à Cinta.
Reformado à força
Caetano Rodrigues é um caso diferente. Com mais idade do que os desempregados anteriores, nasceu no Minho mas veio jovem para Lisboa. Agora, aos 60 anos, foi 'obrigado' a reformar-se.
O jornalista Nuno Guedes falou com um cozinheiro de 60 anos. Desempregado de longa duração, foi obrigado a reformar-se
Cozinheiro, Caetano ficou desempregado há três anos e meio. Procurou trabalho, mas diziam-lhe sempre que era velho. Contrariado, sem alternativa, em janeiro, teve mesmo de meter os papeis para a reforma.
26.1.15
Desempregados até 29 anos podem candidatar-se a apoios do IEFP
in Jornal de Notícias
Os desempregados entre os 18 e os 29 anos com escolaridade a partir do 9.º ano podem, a partir desta segunda-feira, candidatar-se a apoios do Instituto do Emprego e Formação Profissional destinados à sua integração no mercado laboral.
A medida Emprego Jovem Ativo, que se insere no programa Garantia Jovem, destina-se a jovens com idade entre os 18 e os 29 anos, inscritos como desempregados nos serviços do IEFP que tenham a escolaridade mínima equivalente ao 9.º ano ou sejam detentores de uma habilitação académica ao nível da licenciatura ou superior, segundo informação do instituto.
O Emprego Jovem Ativo consiste no desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho por jovens em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho, conjuntamente com jovens mais qualificados.
As atividades a desenvolver podem ser dinamizadas por entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, mediante a apresentação de um projeto integrado de atividade conjunta destes jovens, com a duração de seis meses, e que inclua a designação de um orientador responsável pelo acompanhamento.
Os destinatários terão direito a uma bolsa mensal (que varia em função do nível de qualificação mas que não ultrapassa 1,3 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais [419,22 euros]), refeição ou subsídio de alimentação e seguro de acidentes pessoais, inteiramente comparticipados pelo IEFP
O Emprego Jovem Ativo constitui, segundo o IEFP, "uma nova forma de dinamizar a integração social e profissional dos jovens que por diversos motivos se encontram afastados, quer da escola, quer do mercado de trabalho".
As informações sobre as condições de candidatura, de acesso ao Emprego Jovem Ativo e ao regulamento específico estão disponíveis, a partir de hoje, na página oficial do instituto na Internet.
Os desempregados entre os 18 e os 29 anos com escolaridade a partir do 9.º ano podem, a partir desta segunda-feira, candidatar-se a apoios do Instituto do Emprego e Formação Profissional destinados à sua integração no mercado laboral.
A medida Emprego Jovem Ativo, que se insere no programa Garantia Jovem, destina-se a jovens com idade entre os 18 e os 29 anos, inscritos como desempregados nos serviços do IEFP que tenham a escolaridade mínima equivalente ao 9.º ano ou sejam detentores de uma habilitação académica ao nível da licenciatura ou superior, segundo informação do instituto.
O Emprego Jovem Ativo consiste no desenvolvimento de uma experiência prática em contexto de trabalho por jovens em situação de desfavorecimento face ao mercado de trabalho, conjuntamente com jovens mais qualificados.
As atividades a desenvolver podem ser dinamizadas por entidades públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, mediante a apresentação de um projeto integrado de atividade conjunta destes jovens, com a duração de seis meses, e que inclua a designação de um orientador responsável pelo acompanhamento.
Os destinatários terão direito a uma bolsa mensal (que varia em função do nível de qualificação mas que não ultrapassa 1,3 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais [419,22 euros]), refeição ou subsídio de alimentação e seguro de acidentes pessoais, inteiramente comparticipados pelo IEFP
O Emprego Jovem Ativo constitui, segundo o IEFP, "uma nova forma de dinamizar a integração social e profissional dos jovens que por diversos motivos se encontram afastados, quer da escola, quer do mercado de trabalho".
As informações sobre as condições de candidatura, de acesso ao Emprego Jovem Ativo e ao regulamento específico estão disponíveis, a partir de hoje, na página oficial do instituto na Internet.
12.3.14
Cáritas lança 'franchising' para apoiar desempregados e jovens
in Sol
Desempregados de longa duração, jovens e microempresas podem candidatar-se, a partir de Abril, a um programa da Cáritas Portuguesa destinado a apoiar projectos de Franchising Social, micro negócios e actividades por conta própria.
O projecto "Franchising Social potenciado pelo Marketing Social", que é apresentado na quarta-feira em Coimbra, visa "a inclusão social pela via do empreendedorismo, por forma a autonomizar financeiramente pessoas em situação de desemprego", segundo a Cáritas.
"O franchising social potenciado pelo marketing social tem como fim último gerar valor de forma sustentada através da replicação de projectos-piloto de franchising social e da criação de micro negócios e actividades por conta própria", acrescentou.
Para desenvolver este programa, a Cáritas concorreu ao Programa Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu, que aceitou o projecto, disse hoje à Lusa o coordenador do projecto, Carlos Medeiros.
Este projecto é dirigido a "três universos": desempregados de longa duração, jovens, "para tentar suster a emigração desenfreada", e "quadros de empresas que perderam os seus empregos, mas que têm uma história profissional importante", explicou o responsável.
O principal desafio do programa é apoiar "microempresas em situação difícil" e ajudar pessoas desempregadas "a ter uma actividade por conta própria que seja sustentável", explicou.
Para isso, as pessoas poderão apresentar, a partir de Abril, à Cáritas uma ideia de negócio ou recorrer a um "banco de ideias" da instituição, que depois os apoiará na sua concretização.
"O primeiro desafio é ter uma ideia viável", de acordo com as necessidades do mercado, o segundo "é arranjar meios para financiar o projecto", adiantou.
Carlos Medeiros espera que o Governo "dê um pequeno fundo" para a concretização de uma experiência piloto na área do franchising social.
"Já falámos com o ministro Poiares Maduro e com o secretário de Estado [adjunto do primeiro-ministro] Carlos Moedas, que foram muito receptivos", disse, comentando que têm "a esperança que a receptividade passe a actos concretos".
O projecto é desenvolvido pela Cáritas Portuguesa, conta com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network e é co-financiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica/Fundo Social Europeu.
Lusa/SOL
Desempregados de longa duração, jovens e microempresas podem candidatar-se, a partir de Abril, a um programa da Cáritas Portuguesa destinado a apoiar projectos de Franchising Social, micro negócios e actividades por conta própria.
O projecto "Franchising Social potenciado pelo Marketing Social", que é apresentado na quarta-feira em Coimbra, visa "a inclusão social pela via do empreendedorismo, por forma a autonomizar financeiramente pessoas em situação de desemprego", segundo a Cáritas.
"O franchising social potenciado pelo marketing social tem como fim último gerar valor de forma sustentada através da replicação de projectos-piloto de franchising social e da criação de micro negócios e actividades por conta própria", acrescentou.
Para desenvolver este programa, a Cáritas concorreu ao Programa Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu, que aceitou o projecto, disse hoje à Lusa o coordenador do projecto, Carlos Medeiros.
Este projecto é dirigido a "três universos": desempregados de longa duração, jovens, "para tentar suster a emigração desenfreada", e "quadros de empresas que perderam os seus empregos, mas que têm uma história profissional importante", explicou o responsável.
O principal desafio do programa é apoiar "microempresas em situação difícil" e ajudar pessoas desempregadas "a ter uma actividade por conta própria que seja sustentável", explicou.
Para isso, as pessoas poderão apresentar, a partir de Abril, à Cáritas uma ideia de negócio ou recorrer a um "banco de ideias" da instituição, que depois os apoiará na sua concretização.
"O primeiro desafio é ter uma ideia viável", de acordo com as necessidades do mercado, o segundo "é arranjar meios para financiar o projecto", adiantou.
Carlos Medeiros espera que o Governo "dê um pequeno fundo" para a concretização de uma experiência piloto na área do franchising social.
"Já falámos com o ministro Poiares Maduro e com o secretário de Estado [adjunto do primeiro-ministro] Carlos Moedas, que foram muito receptivos", disse, comentando que têm "a esperança que a receptividade passe a actos concretos".
O projecto é desenvolvido pela Cáritas Portuguesa, conta com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network e é co-financiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica/Fundo Social Europeu.
Lusa/SOL
25.2.14
Jovens licenciados desempregados em maioria no banco de voluntariado de Leiria
in Sol
Jovens licenciados desempregados são a maioria dos candidatos do Banco Local de Voluntariado de Leiria, anunciou a Câmara Municipal local, que iniciou junto das instituições de solidariedade do concelho a divulgação deste programa e da tele-assistência.
"Verifica-se que, maioritariamente, as candidaturas recepcionadas pelo município são de jovens licenciados e em situação de desemprego, com capacidades, aptidões, dinâmica e, essencialmente, com disponibilidade em dar o seu contributo em causas sociais", informa uma nota de imprensa da autarquia.
A vereadora com o pelouro do Desenvolvimento Social, Ana Valentim, disse à agência Lusa não ter ficado surpreendida com este dado, referindo que, no âmbito da actualização dos inscritos no Banco Local de Voluntariado de Leiria, num total de 122, "estão a ser chamados para as entrevistas de perfil 40 candidatos, sendo a esmagadora maioria jovens licenciados e desempregados".
"Estamos a actualizar a lista, porque chegámos à conclusão que muitos voluntários eram estudantes do Instituto Politécnico de Leiria e que estavam temporariamente a residir na cidade", explicou Ana Valentim.
A vereadora da Câmara liderada por Raul Castro afirmou que o objectivo da entrevista é "integrar o candidato, de acordo com o seu perfil e área de formação, na instituição ou associação que se considere ser adequada ao seu perfil".
"Por exemplo, um psicólogo poderá ter perfil para uma instituição ligada a perturbações de comportamento", declarou Ana Valentim, adiantando que, antes, os candidatos serão convidados a fazer uma formação: "Achamos que é importante dar formação e, para isso, vamos chamar um grupo de voluntários que já esteja em ação para que o seu exemplo seja replicado".
A autarca, que na semana passada iniciou o contacto com as instituições de solidariedade social do concelho, cerca de 60, salientou a importância do Banco Local de Voluntariado: "É uma mais-valia para as instituições que recebem os voluntários, mas também para os candidatos, para a sua auto-estima, e formação pessoal e social", exemplificou.
"Das instituições que já foram contactadas estão todas receptivas a aderir a este programa, no qual o município é o elo de ligação. Entre o voluntário e as instituições é, depois, estabelecido um plano das acções e actividades a exercer", continuou.
No âmbito das visitas às instituições de solidariedade ligadas à terceira idade está a ser, também, dinamizada a tele-assistência.
"Neste momento, há dois idosos que beneficiam deste programa e, este ano, há uma terceira pessoa que se candidatou", disse Ana Valentim, reconhecendo que "gostaria de aumentar a tele-assistência para idosos em situação de isolamento e sem retaguarda familiar".
Segundo Ana Valentim, "o objectivo é contactar todos os idosos que as instituições sinalizem com a necessidade deste serviço".
As visitas às instituições deverão estar concluídas até ao final do primeiro semestre, acrescenta o município.
Lusa/SOL
Jovens licenciados desempregados são a maioria dos candidatos do Banco Local de Voluntariado de Leiria, anunciou a Câmara Municipal local, que iniciou junto das instituições de solidariedade do concelho a divulgação deste programa e da tele-assistência.
"Verifica-se que, maioritariamente, as candidaturas recepcionadas pelo município são de jovens licenciados e em situação de desemprego, com capacidades, aptidões, dinâmica e, essencialmente, com disponibilidade em dar o seu contributo em causas sociais", informa uma nota de imprensa da autarquia.
A vereadora com o pelouro do Desenvolvimento Social, Ana Valentim, disse à agência Lusa não ter ficado surpreendida com este dado, referindo que, no âmbito da actualização dos inscritos no Banco Local de Voluntariado de Leiria, num total de 122, "estão a ser chamados para as entrevistas de perfil 40 candidatos, sendo a esmagadora maioria jovens licenciados e desempregados".
"Estamos a actualizar a lista, porque chegámos à conclusão que muitos voluntários eram estudantes do Instituto Politécnico de Leiria e que estavam temporariamente a residir na cidade", explicou Ana Valentim.
A vereadora da Câmara liderada por Raul Castro afirmou que o objectivo da entrevista é "integrar o candidato, de acordo com o seu perfil e área de formação, na instituição ou associação que se considere ser adequada ao seu perfil".
"Por exemplo, um psicólogo poderá ter perfil para uma instituição ligada a perturbações de comportamento", declarou Ana Valentim, adiantando que, antes, os candidatos serão convidados a fazer uma formação: "Achamos que é importante dar formação e, para isso, vamos chamar um grupo de voluntários que já esteja em ação para que o seu exemplo seja replicado".
A autarca, que na semana passada iniciou o contacto com as instituições de solidariedade social do concelho, cerca de 60, salientou a importância do Banco Local de Voluntariado: "É uma mais-valia para as instituições que recebem os voluntários, mas também para os candidatos, para a sua auto-estima, e formação pessoal e social", exemplificou.
"Das instituições que já foram contactadas estão todas receptivas a aderir a este programa, no qual o município é o elo de ligação. Entre o voluntário e as instituições é, depois, estabelecido um plano das acções e actividades a exercer", continuou.
No âmbito das visitas às instituições de solidariedade ligadas à terceira idade está a ser, também, dinamizada a tele-assistência.
"Neste momento, há dois idosos que beneficiam deste programa e, este ano, há uma terceira pessoa que se candidatou", disse Ana Valentim, reconhecendo que "gostaria de aumentar a tele-assistência para idosos em situação de isolamento e sem retaguarda familiar".
Segundo Ana Valentim, "o objectivo é contactar todos os idosos que as instituições sinalizem com a necessidade deste serviço".
As visitas às instituições deverão estar concluídas até ao final do primeiro semestre, acrescenta o município.
Lusa/SOL
23.7.13
Papa alerta para risco de geração de jovens sem trabalho
in Jornal de Notícias
O papa Francisco, que se encontra, esta segunda-feira, em viagem para o Brasil, insistiu "no risco" de ver toda uma geração de jovens sem trabalho, ao mesmo tempo que criticou "a cultura de rejeição" dos idosos.
"A crise mundial nada fez pelos jovens. Corremos o risco de ter uma geração sem trabalho, e do trabalho provém a dignidade da pessoa", sublinhou o primeiro papa sul-americano da história, perante os jornalistas que o acompanham no avião com destino ao Rio de Janeiro.
Francisco, que prega desde que foi eleito uma "Igreja pobre para os pobres", vai chegar a um país onde os jovens realizaram manifestações em massa, em junho, por vezes violentas, contra a incompetência dos serviços públicos e a corrupção.
"O objetivo da minha viagem é encorajar os jovens a viverem inseridos no tecido social com as pessoas de idade", acrescentou o papa argentino, numa crítica à "cultura de rejeição dos idosos, que transmitem a sabedoria da vida".
Para o papa, de 76 anos, os jovens "são o futuro dos povos, mas não apenas eles".
"No outro extremo da vida, as pessoas idosas têm a sabedoria da vida, da história, da pátria e da família, de que precisamos", sublinhou.
Antes desta intervenção, o papa cumprimentou cada um dos 70 jornalistas a bordo do avião, afirmando não gostar de dar entrevistas. E antes da partida, Jorge Bergoglio garantiu que não faria qualquer declaração no avião, mas acabou por pedir "a colaboração" dos jornalistas na defesa "dos jovens e dos idosos".
Esta é a primeira viagem ao estrangeiro do jesuíta argentino que em março sucedeu a Bento XVI na chefia da Igreja católica, também em crise, minada sobretudo por escândalos de pedofilia.
"Chego ao Brasil dentro de algumas horas e o meu coração está cheio de alegria porque em breve estarei junto de vós" para celebrar a 28.ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), disse o papa numa mensagem divulgada na rede social Twitter, logo após a partida.
Cerca de 1,5 milhões de peregrinos de todo o mundo são esperados nesta ocasião, no Brasil, o maior país católico do mundo.
O papa deve chegar às 16 horas (20 horas em Lisboa), ao aeroporto internacional do Rio, onde será recebido pela presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Francisco, que renunciou ao 'papamóvel' blindado, vai saudar a multidão no centro do Rio, a bordo de um jipe descoberto.
Durante a estada, o papa vai visitar uma favela e uma unidade hospitalar para toxicodependentes de 'crack', tendo ainda previsto encontros com detidos.
Movimentos de ateus e militantes de 'Anonymous' Rio convocaram manifestações para protestar, desde a chegada do papa, contra as despesas públicas (mais de 30 milhões de euros) criadas pelas JMJ.
O movimento 'Anonymous' convocou uma segunda manifestação para sexta-feira, na praia de Copacabana, no percurso do calvário das JMJ.
"Não é contra a Igreja católica. É mais um grito contra a corrupção e por serviços públicos dignos", explicou o grupo na página da rede social Facebook.
As autoridades brasileiras destacaram 30.000 polícias e militares para garantir a segurança do papa e das JMJ, na "maior operação de segurança da história do Rio" de Janeiro, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.
O papa Francisco, que se encontra, esta segunda-feira, em viagem para o Brasil, insistiu "no risco" de ver toda uma geração de jovens sem trabalho, ao mesmo tempo que criticou "a cultura de rejeição" dos idosos.
"A crise mundial nada fez pelos jovens. Corremos o risco de ter uma geração sem trabalho, e do trabalho provém a dignidade da pessoa", sublinhou o primeiro papa sul-americano da história, perante os jornalistas que o acompanham no avião com destino ao Rio de Janeiro.
Francisco, que prega desde que foi eleito uma "Igreja pobre para os pobres", vai chegar a um país onde os jovens realizaram manifestações em massa, em junho, por vezes violentas, contra a incompetência dos serviços públicos e a corrupção.
"O objetivo da minha viagem é encorajar os jovens a viverem inseridos no tecido social com as pessoas de idade", acrescentou o papa argentino, numa crítica à "cultura de rejeição dos idosos, que transmitem a sabedoria da vida".
Para o papa, de 76 anos, os jovens "são o futuro dos povos, mas não apenas eles".
"No outro extremo da vida, as pessoas idosas têm a sabedoria da vida, da história, da pátria e da família, de que precisamos", sublinhou.
Antes desta intervenção, o papa cumprimentou cada um dos 70 jornalistas a bordo do avião, afirmando não gostar de dar entrevistas. E antes da partida, Jorge Bergoglio garantiu que não faria qualquer declaração no avião, mas acabou por pedir "a colaboração" dos jornalistas na defesa "dos jovens e dos idosos".
Esta é a primeira viagem ao estrangeiro do jesuíta argentino que em março sucedeu a Bento XVI na chefia da Igreja católica, também em crise, minada sobretudo por escândalos de pedofilia.
"Chego ao Brasil dentro de algumas horas e o meu coração está cheio de alegria porque em breve estarei junto de vós" para celebrar a 28.ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), disse o papa numa mensagem divulgada na rede social Twitter, logo após a partida.
Cerca de 1,5 milhões de peregrinos de todo o mundo são esperados nesta ocasião, no Brasil, o maior país católico do mundo.
O papa deve chegar às 16 horas (20 horas em Lisboa), ao aeroporto internacional do Rio, onde será recebido pela presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Francisco, que renunciou ao 'papamóvel' blindado, vai saudar a multidão no centro do Rio, a bordo de um jipe descoberto.
Durante a estada, o papa vai visitar uma favela e uma unidade hospitalar para toxicodependentes de 'crack', tendo ainda previsto encontros com detidos.
Movimentos de ateus e militantes de 'Anonymous' Rio convocaram manifestações para protestar, desde a chegada do papa, contra as despesas públicas (mais de 30 milhões de euros) criadas pelas JMJ.
O movimento 'Anonymous' convocou uma segunda manifestação para sexta-feira, na praia de Copacabana, no percurso do calvário das JMJ.
"Não é contra a Igreja católica. É mais um grito contra a corrupção e por serviços públicos dignos", explicou o grupo na página da rede social Facebook.
As autoridades brasileiras destacaram 30.000 polícias e militares para garantir a segurança do papa e das JMJ, na "maior operação de segurança da história do Rio" de Janeiro, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.
25.6.13
Bancos recebem mais de 500 jovens desempregados
Carla Castro, in Económico
Numa altura em que o desemprego jovem está acima dos 40%, estagiar durante um ano inteiro num banco tornou-se um sonho. Para mais de 500 jovens este sonho vai tornar-se realidade com direito a uma bolsa de estágio de 800 euros por mês durante 12 meses no âmbito da iniciativa "Movimento para a Empregabilidade" desenvolvida conjuntamente pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Fundação Calouste Gulbenkian e COTEC Portugal. Para se inscrever pode ir directamente a http://movimentoparaoemprego.iefp.pt ou aos sites dos respectivos bancos.
Na Caixa Geral de Depósitos estes estágios já começaram para 100 jovens, mas os restantes bancos ainda estão a aceitar candidaturas. O BPI deverá ser o banco que receberá mais estagiários - 250 -, mas não tem ainda regulamentados os termos das candidaturas. O Millennium bcp vai ter, a partir de Julho, outros 100 jovens em diversas áreas do banco. O BES receberá 75, em duas fases (Julho e Setembro), e o O Santander Totta 48, a partir de 1 de Outubro.
"Vão estagiar na rede comercial. É nas agências que se aprende o negócio dos bancos, a contactar com os clientes", explicou ao Diário Económico Henrique Melo, director de pessoal da Caixa Geral de Depósitos.
O estágio neste banco começou em Lisboa na agência-escola e depois cada estagiário segue para a agência mais perto da sua residência, por todo o país. As limitações de contratações no banco fazem com que as hipóteses de retenção de alguns destes jovens estagiários sejam poucas. Ainda assim, "serão uma fonte preferencial de recrutamento" quando houver espaço para contratar, diz Henrique Melo.
O BES receberá 65 estagiários com destino aos departamentos comerciais e dez para os departamentos centrais, neste segundo caso pra exercer funções de cariz técnico. Em Julho contratarão os 20 primeiros (a grande maioria para os departamentos comerciais) e os restantes 55 deverão iniciar o estágio na segunda quinzena de Setembro.
O Santander Totta procura "essencialmente jovens de Economia e Gestão, que irão estagiar sobretudo em áreas comerciais", segundo fonte oficial deste banco.
O Millennium bcp distribuirá os jovens pelas diversas áreas e projectos do banco e oferece um plano de estágio personalizado e tutoria prestada por um quadro altamente qualificado. As acções de formação, segundo o site do Millennium bcp, serão presenciais e em e-learning, havendo ainda participação na discussão de casos Millennium e iniciativas de responsabilidade social.
O financiamento de 800 euros mensais que cada estagiário recebe ao longo dos 12 meses é financiado em 80% por fundos públicos, sobretudo comunitários, enquanto os restantes 20% ficam a cargo da empresa.
Além da banca, as empresas aderentes ao "Movimento para a Empregabilidade" são mais de 100 e oferecerão um total de cinco mil estágios, até 2014. Entre elas estão a Nokia Simens, a Microsoft, o Ikea, os CTT, a Refer, a REN, a CP, a Cruz Vermelha, a Fundação Oriente, a Fundação Champalimaud, etc. As ofertas são de várias áreas: engenharia, psicologia, sociologia, contabilidade, gestão, marketing, entre muitas outras, por todo o país.
Numa altura em que o desemprego jovem está acima dos 40%, estagiar durante um ano inteiro num banco tornou-se um sonho. Para mais de 500 jovens este sonho vai tornar-se realidade com direito a uma bolsa de estágio de 800 euros por mês durante 12 meses no âmbito da iniciativa "Movimento para a Empregabilidade" desenvolvida conjuntamente pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Fundação Calouste Gulbenkian e COTEC Portugal. Para se inscrever pode ir directamente a http://movimentoparaoemprego.iefp.pt ou aos sites dos respectivos bancos.
Na Caixa Geral de Depósitos estes estágios já começaram para 100 jovens, mas os restantes bancos ainda estão a aceitar candidaturas. O BPI deverá ser o banco que receberá mais estagiários - 250 -, mas não tem ainda regulamentados os termos das candidaturas. O Millennium bcp vai ter, a partir de Julho, outros 100 jovens em diversas áreas do banco. O BES receberá 75, em duas fases (Julho e Setembro), e o O Santander Totta 48, a partir de 1 de Outubro.
"Vão estagiar na rede comercial. É nas agências que se aprende o negócio dos bancos, a contactar com os clientes", explicou ao Diário Económico Henrique Melo, director de pessoal da Caixa Geral de Depósitos.
O estágio neste banco começou em Lisboa na agência-escola e depois cada estagiário segue para a agência mais perto da sua residência, por todo o país. As limitações de contratações no banco fazem com que as hipóteses de retenção de alguns destes jovens estagiários sejam poucas. Ainda assim, "serão uma fonte preferencial de recrutamento" quando houver espaço para contratar, diz Henrique Melo.
O BES receberá 65 estagiários com destino aos departamentos comerciais e dez para os departamentos centrais, neste segundo caso pra exercer funções de cariz técnico. Em Julho contratarão os 20 primeiros (a grande maioria para os departamentos comerciais) e os restantes 55 deverão iniciar o estágio na segunda quinzena de Setembro.
O Santander Totta procura "essencialmente jovens de Economia e Gestão, que irão estagiar sobretudo em áreas comerciais", segundo fonte oficial deste banco.
O Millennium bcp distribuirá os jovens pelas diversas áreas e projectos do banco e oferece um plano de estágio personalizado e tutoria prestada por um quadro altamente qualificado. As acções de formação, segundo o site do Millennium bcp, serão presenciais e em e-learning, havendo ainda participação na discussão de casos Millennium e iniciativas de responsabilidade social.
O financiamento de 800 euros mensais que cada estagiário recebe ao longo dos 12 meses é financiado em 80% por fundos públicos, sobretudo comunitários, enquanto os restantes 20% ficam a cargo da empresa.
Além da banca, as empresas aderentes ao "Movimento para a Empregabilidade" são mais de 100 e oferecerão um total de cinco mil estágios, até 2014. Entre elas estão a Nokia Simens, a Microsoft, o Ikea, os CTT, a Refer, a REN, a CP, a Cruz Vermelha, a Fundação Oriente, a Fundação Champalimaud, etc. As ofertas são de várias áreas: engenharia, psicologia, sociologia, contabilidade, gestão, marketing, entre muitas outras, por todo o país.
8.3.13
Restaurante-escola para jovens desempregados nasce no Porto António Tavares realça importância do projecto O projecto inovador, da Santa Casa, pretende dar uma ajuda à entrada no mercado de trabalho. Só falta o aval do Instituto do Emprego. 08-03-2013 13:12 0 Comentar0 Fonte SAIBA MAIS Ajudas no combate ao desemprego devem privilegiar países em dificuldades Mais de 50 medidas vão ajudar jovens espanhoís desempregados Número de casais desempregados quase que duplicou num ano A Santa Casa da Misericórdia do Porto vai abrir um restaurante destinado a apoiar desempregados. O projecto vai ser desenvolvido na zona dos Clérigos e tem como objectivo dar apoio aos jovens sem trabalho. A ideia é criar uma espécie de escola que possa ajudar na entrada do mercado de trabalho, explica o António Tavares, provedor da Santa Casa. Para que o processo possa avançar falta o aval do Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Existe abertura do Instituto para analisar a questão. Esperemos que rapidamente se consiga pôr este programa de pé, uma vez que é inovador e procura responder a um dos problemas mais complicados que é o desemprego em Portugal e procura, ao mesmo tempo, também dar a jovens, muitos deles com situações problemáticas, uma oportunidade profissional”, refere.
in RR
O projecto inovador, da Santa Casa, pretende dar uma ajuda à entrada no mercado de trabalho. Só falta o aval do Instituto do Emprego.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto vai abrir um restaurante destinado a apoiar desempregados. O projecto vai ser desenvolvido na zona dos Clérigos e tem como objectivo dar apoio aos jovens sem trabalho.
A ideia é criar uma espécie de escola que possa ajudar na entrada do mercado de trabalho, explica o António Tavares, provedor da Santa Casa.
Para que o processo possa avançar falta o aval do Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Existe abertura do Instituto para analisar a questão. Esperemos que rapidamente se consiga pôr este programa de pé, uma vez que é inovador e procura responder a um dos problemas mais complicados que é o desemprego em Portugal e procura, ao mesmo tempo, também dar a jovens, muitos deles com situações problemáticas, uma oportunidade profissional”, refere.
O projecto inovador, da Santa Casa, pretende dar uma ajuda à entrada no mercado de trabalho. Só falta o aval do Instituto do Emprego.
A Santa Casa da Misericórdia do Porto vai abrir um restaurante destinado a apoiar desempregados. O projecto vai ser desenvolvido na zona dos Clérigos e tem como objectivo dar apoio aos jovens sem trabalho.
A ideia é criar uma espécie de escola que possa ajudar na entrada do mercado de trabalho, explica o António Tavares, provedor da Santa Casa.
Para que o processo possa avançar falta o aval do Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Existe abertura do Instituto para analisar a questão. Esperemos que rapidamente se consiga pôr este programa de pé, uma vez que é inovador e procura responder a um dos problemas mais complicados que é o desemprego em Portugal e procura, ao mesmo tempo, também dar a jovens, muitos deles com situações problemáticas, uma oportunidade profissional”, refere.
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