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3.8.22

Consumo diário de energia aumentou 7,2% em julho e bateu recordes no verão

in Expresso

As temperaturas elevadas levaram o consumo de energia elétrica em Portugal a subir 7,2% em julho e a atingir o valor mais elevado de sempre no verão no dia 13 de julho

O consumo de energia elétrica em Portugal subiu 7,2% em julho em relação ao período homólogo, devido às temperaturas elevadas, tendo atingido, no dia 13, o valor mais elevado de sempre no verão, segundo dados da REN.

Assim, de acordo com a informação divulgada pela REN - Redes Energéticas Nacionais, o “consumo de energia elétrica em Portugal aumentou 7,2% no mês de julho, face ao período homólogo, impulsionado pelas temperaturas acima dos valores normais que se fizeram sentir”.

Paralelamente, “no dia 13, uma quarta-feira, registou-se mesmo o consumo diário mais elevado de sempre em Portugal em período de verão, 163,5 GWh [gigawatts-hora], ultrapassando o anterior máximo, registado em 2010”, destacou.

De acordo com os mesmos dados, “com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis registou-se um crescimento homólogo mensal de 4,9%”, indicou a REN.

De acordo com a empresa, “nos primeiros sete meses do ano, o consumo cresceu, face ao mesmo período do ano anterior, 3,5%, ou 3,3% com correção da temperatura e dias úteis”.

Por sua vez, “o regime hidroelétrico continua seco, com um índice de produtibilidade de 0,30 (média histórica de 1)”, indicou, mas alertando que este valor tem “pouco significado porque se trata de um período do ano em que as afluências são praticamente nulas”.


Já “o regime eólico ficou também abaixo dos valores médios, registando 0,88 (média histórica de 1), enquanto nas fotovoltaicas foi mais favorável com 1,08 (média histórica de 1)”.

Segundo a REN, “a produção renovável abasteceu 36% do consumo, a produção não renovável 35%, enquanto os restantes 29% corresponderam a energia importada”.

No período de “janeiro a julho o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 0,34 (média histórica de 1), o de produtibilidade eólica 0,94 e o de produtibilidade solar 1,10” sendo que “a produção renovável abasteceu 46% do consumo, repartida pela eólica com 24%, hidroelétrica com 10%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 5%”, tendo a produção a gás natural abastecido 32% do consumo e os restantes 22% corresponderam a energia importada.

Por sua vez, “o mercado de gás natural voltou a registar uma evolução mensal homóloga positiva, 5,4%, devido ao comportamento do segmento de produção de energia elétrica que cresceu 38%”, mas “no segmento convencional mantém-se a tendência de quebra, com uma variação mensal homóloga negativa de 14,8%”.

Entre janeiro e julho, “o consumo de gás natural está praticamente em linha com o verificado no mesmo período do ano anterior, registando uma queda marginal de 0,3%, resultado de uma quebra de 21% no segmento convencional e de um crescimento de 47% no segmento de produção de energia elétrica”, disse a REN.

A empresa recordou que o “aprovisionamento do sistema nacional” se mantém “quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines”.

21.7.22

Depois de dois anos de restrições, esperados mais emigrantes em Portugal no Verão

in Público

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafofo, espera que “possam perspectivar em Portugal uma oportunidade de investir”. Associação Cap Magellan tem previstas várias acções de acolhimento e esclarecimento em três pontos da fronteira portuguesa: Vilar Formoso, Vila Nova de Raia e Valença.

Após dois anos de restrições impostas pela pandemia de covid-19, é esperada uma forte presença de emigrantes em Portugal nestas férias de Verão, o que é motivo de regozijo, mas também de preocupações com a segurança rodoviária.

“Teremos este ano uma presença significativa, após dois anos de pandemia, em que as viagens tiveram restrições e as próprias pessoas acabaram por não se deslocar tanto como habitualmente faziam”, disse à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafofo.

E adiantou: “Será um ano em cheio para Portugal acolher de braços abertos os portugueses e portuguesas que estão no mundo”.

Para Paulo Cafofo é grande a expectativa em relação à presença de emigrantes portugueses e luso-descendentes em Portugal nestas férias, restabelecendo assim uma ligação física ao país que a pandemia interrompeu. “Desejamos um regresso com boa energia, que tragam não só o seu exemplo daquilo que nos dão enquanto inspiração de quem vence na vida com muito empreendedorismo e coragem, mas também tragam investimentos”, referiu. “Também é um dos nossos objectivos que estes portugueses mantenham a ligação com o país, com as visitas, a deslocação, mas também que possam perspectivar em Portugal uma oportunidade de investir, de realizar sonhos e, por isso, esperamos que venham em segurança”, adiantou.

Paulo Cafofo, que estará na fronteira de Vilar Formoso no próximo dia 30, numa sessão de boas-vindas aos emigrantes portugueses, alertou para a necessidade de as viagens serem feitas em segurança, de modo a que este seja um regresso “em alegria”.

Especialmente atenta a este regresso rodoviário, a associação Cap Magellan tem previstas várias acções de acolhimento e esclarecimento em três pontos da fronteira portuguesa: Vilar Formoso, Vila Nova de Raia e Valença.

A Cap Magellan, uma associação de jovens lusófonos da Europa, que promove a língua portuguesa, a cultura lusófona e acções de cidadania, promove este ano a 20ª edição da campanha de segurança rodoviária que visa alertar para os perigos das longas viagens, como a fadiga e o excesso de velocidade.

Gabriela Vieira, coordenadora desta campanha de segurança rodoviária, explicou à Lusa que são esperados muitos emigrantes portugueses nas estradas portuguesas, rumo a Portugal.

Este ano, disse, o lema da campanha é “Vamos salvar vidas” e Gabriela Vieira está certa que esta recepção aos portugueses que vivem no estrangeiro ajuda nesse propósito.

Nestes três locais os voluntários da Cap Magellan irão distribuir sacos com ofertas e lembrar mais uma vez que é preciso fazer uma pausa na condução de duas em duas horas.

“O emigrante quer chegar a casa o mais depressa possível, mas é preciso parar e descansar, ainda mais com os fogos que assolam muitos dos países que atravessam”, referiu.

14.7.22

Chegada do verão empurra subida de preços para lá da média do euro

Maria Caetano, in DN

Além dos combustíveis dos transportes, que voltaram a subir após uma redução em maio, os preços de alojamentos, pacotes de férias e bilhetes de avião dispararam e fizeram acelerar os custos do cabaz das compras nacionais.

Achegada do verão foi no último mês a acha a atiçar o combustível da inflação, levando a subida nacional de preços a ultrapassar a da média da Zona Euro pela primeira vez em quatro anos e meio. Desde o final de 2017 que tal não acontecia.

Em junho, os preços suportados pelos consumidores domésticos ficaram 8,7% acima de um ano antes, segundo dados confirmados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística. Já o cabaz de compras que inclui a procura de estrangeiros, usado para comparações europeias, subiu de preços em 9%, quatro décimas acima da média dos 19 países da moeda única.

Segundo o INE, o índice harmonizado de preços no consumidor português registou em junho uma variação mensal de 1,1%, com o mesmo indicador para o conjunto da Zona Euro a ser de 0,8%.

Já excluindo componentes mais voláteis e sensíveis a choques, a energia e os produtos alimentares não-transformados, tem-se a inflação subjacente, que em Portugal tem andado à frente dos registos da área do euro já desde o arranque deste ano. Este indicador, cuja subida aponta para um acréscimo de preços mais persistente e alargado, marcava aumentos homólogos na ordem dos 6,6% em junho, contra apenas 4,6% na média do euro.

O distanciamento do ritmo de subida de preços português relativamente àquele que ocorre no bloco da moeda única tem vindo a ser notado pelo INE. O indicador harmonizado que permite as comparações é importante, designadamente, por pesar nas avaliações da inflação pelo Banco Central Europeu, que neste mês se prepara para subir juros pela primeira vez em mais de uma década e que tem de assegurar que a política monetária que conduz é adequada a todos os países do euro.

Neste indicador compilado pelo Eurostat, contam de forma mais significativa as despesas em viagens, excursões e alojamento, preços que em Portugal dispararam com a chegada a junho, mostra a evolução detalhada das diferentes componentes de compras.

Turismo dispara

Os índices do INE indicam que a maior subida mensal de preços ocorreu em junho nas passagens de avião, que encareceram 20,3%, e estão agora 60,1% mais caras do que um ano antes. A segunda maior subida ocorreu nos alojamentos, que reagiram à chegada do verão com aumentos de preços de 13,7% e estão hoje 41,6% mais caros do que um ano antes. As férias organizadas também passaram a custar mais 13%, com os preços cobrados pelas agências de viagens a situarem-se 31,3% acima daqueles que eram praticados em junho do ano passado.

A recuperação do turismo está a traduzir-se, assim, também numa subida considerável de preços que alimenta a inflação. Mas, os combustíveis - em particular, a gasolina e o gasóleo usados no transporte das famílias - continuam ainda a sustentar também a aceleração.

Os preços de gasóleo e da gasolina subiram 9% para as famílias em junho, revertendo descidas que coincidiram com os cortes de ISP no mês anterior.

Nova subida nas bombas

Em junho, os preços de combustíveis usados no transporte pessoal voltaram a aumentar, com uma subida de 9% para novos máximos. O aumento mais do que que reverteu uma descida de 3,5% observada em maio, mês em que passou a ser aplicada pelo governo uma redução em imposto sobre produtos petrolíferos equivalente à passagem do IVA sobre os combustíveis para a taxa intermédia. Entretanto, face há um ano, os custos são 34,7% superiores.

Os combustíveis líquidos usados em casa também ficaram 8% mais caros no últimos mês, situando-se 62,5% acima de um ano antes.

Já o gás das habitações sofreu um ligeiro recuo mensal de 0,6%, estando ainda 38,9% acima dos preços de há um ano.

O preço da eletricidade não mexeu em junho. Está 23,6% mais caro do que no ano passado.

Na alimentação, a secção mais pesada dos orçamentos familiares, a subida mensal de preços foi de 1,1%, colocando os gastos com esta parte do cabaz 13,2% acima daqueles que eram feitos há um ano.

Nesta secção, óleos e gordura são os bens que mais têm encarecido. Contudo, em junho, estes preços conheceram uma redução ligeira de 0,3%. Ainda assim, estão 42,6% acima de há um ano.
Também açúcar e refrigerantes conheceram reduções mensais de 1,2% e 0,4%, respetivamente.

Em sentido contrário, junho fica marcado por um aumento de preços na fruta de 3,5%, a maior subida na despesa alimentar das famílias. Em termos homólogos, porém, os preços estão apenas 2,7% acima daqueles que foram recolhidos pelo INE em junho de 2021.

Para os consumidores domésticos, a subida mensal global de preços foi de 0,8%. Retirando, no entanto, energia e produtos alimentares não transformados, o aumento é bem mais contido, de 0,3%, A inflação mensal subjacente para o consumidor português foi menor do que a registada em maio (0,7%).

15.6.22

Se os médicos do quadro dos hospitais recebessem tanto como os “tarefeiros”, urgências teriam menos problemas

Alexandra Campos, in Público

Ministra da Saúde anunciou plano de contingência de curto prazo para os meses de Verão para evitar encerramentos de urgências. E frisou que a tutela está disponível para contratar “todos os especialistas que aceitem ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde”.

A ministra da Saúde anunciou esta segunda-feira que vai avançar com um plano de contingência, de curto prazo, para atenuar os problemas nos serviços de urgência de ginecologia-obstetrícia dos hospitais nos meses de Julho a Setembro, o qual passa pela contratação de recém-especialistas e pelo “funcionamento mais articulado, antecipado e organizado das urgências em rede”, e adiantou que tem outro plano, de médio prazo, para atacar questões “estruturais”.

Ao início da noite desta segunda-feira, à saída de uma maratona de reuniões com responsáveis dos hospitais, da Ordem dos Médicos (OM) e dos sindicatos do sector, após três dias de encerramentos e de transferência de doentes de urgências de ginecologia-obstetrícia de vários hospitais, Marta Temido foi vaga nas declarações aos jornalistas. Não revelou que medidas concretas tem em carteira nem explicou como tenciona resolver um problema que está a provocar uma grande disrupção no funcionamento destes serviços – o pagamento diferenciado das horas extraordinárias aos médicos do quadro dos hospitais e aos clínicos que são contratados em prestação de serviço (vulgo “tarefeiros").

Os “tarefeiros” chegam a cobrar, em situações excepcionais em que não há alternativa como as deste fim-de-semana prolongado, mais de 100 euros por hora. Recebem habitualmente 40 a 50 euros por hora, cerca de três vezes mais do que o que é pago aos médicos do quadro dos hospitais e, se faltarem, não podem ser penalizados. E há muitos médicos que preferem abandonar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ficar a trabalhar à tarefa.

No curto prazo, Marta Temido admitiu que vão ser ponderadas “questões remuneratórias associadas”, sem especificar que tipo de implicações isso terá nos valores pagos aos médicos e adiantou que será aberto já esta semana um concurso para a contratação de recém-especialistas.

Quanto ao plano de médio prazo, desvendou apenas que está a ser equacionada a criação de uma coordenação para apoiar as “reestruturações necessárias” na rede materno-infantil semelhante à que foi constituída para o apoio à resposta em medicina intensiva durante a pandemia e acentuou que a tutela estará disponível para contratar “todos os especialistas que aceitem ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde”.

A maratona de reuniões aconteceu depois de três dias caóticos em que a falta de especialistas para completar escalas implicou o encerramento e limitações no atendimento em vários serviços de urgência, com necessidade de encaminhamento para outros hospitais. Os problemas foram sendo noticiados após a divulgação do caso de uma grávida que se deslocou ao Hospital das Caldas da Rainha e acabou por perder o bebé, na noite de quarta-feira.

Grávidas em trabalho de parto em enfermarias

A partir de sexta-feira, foi essencialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) que a situação se complicou com encerramentos e contingências em várias urgências de obstetrícia (maternidades), mas também houve problemas em Braga e no Algarve. Em LVT, aconteceu uma espécie de choque em cadeia. Os encerramentos e as limitações de várias maternidades provocaram um aumento da pressão no hospital de Santa Maria, onde algumas grávidas tiveram de permanecer “em trabalho de parto em enfermarias”, descreveu ao PÚBLICO o director do serviço de obstetrícia, Diogo Ayres Campos. “Isto é uma amostra do que se irá passar nos meses de Verão”, avisa.

Os problemas são muitos, mas aquele cuja resolução é mais premente é o de “harmonização” do que se paga aos médicos dos quadros dos hospitais que fazem horas extraordinárias nas urgências e os valores que recebem os prestadores de serviços, defende o presidente da Sociedade Europeia de Medicina Perinatal. “É muito desagradável ter um médico a ganhar 25 euros à hora e vir outro de fora [do hospital] ganhar mais de 100 euros por hora”, o que acontece em fins-de-semana prolongados, no Natal e no Verão, exemplifica.

Desta forma, os médicos do quadro “são incentivados a fazer urgências noutros hospitais”. Resultado? “Os hospitais do SNS estão a competir uns com os outros” para conseguirem completar as escalas dos serviços, uma vez que não podem funcionar sem um número mínimo de profissionais. Mas são necessárias igualmente “medidas de fundo” e é preciso “ir à raiz do problema”, que “tem a ver com a pouca atractividade do SNS” e a deficiente qualidade das instalações, sublinha.

Recordando que a Ordem dos Médicos já contabilizou que faltam 5500 profissionais no SNS, o bastonário Miguel Guimarães destacou igualmente que existe um despacho de 2011 que impede as instituições de contratarem os seus médicos em prestação de serviço depois de estes terem feito as 150 horas extraordinárias previstas na legislação. “Se os médicos fizerem mais horas extraordinárias a partir deste limite recebem 12, 13, 14, 17 euros à hora [consoante a categoria], enquanto os prestadores de serviços recebem 40 a 50 euros por hora”, nos dias normais, especifica.

Bastava que as instituições pudessem pagar o mesmo aos seus médicos para que os problemas na constituição das escalas ficassem atenuados. “A ministra disse que a proposta era interessante. Mas será que vai avançar nesse sentido?”, pergunta. Na reunião foi ainda anunciado que vão ser publicados os indicadores de saúde materna e também foi abordada a necessidade de revisão da carta hospitalar nesta área.

Concentração de serviços de urgência?

Esta é uma medida que tem sido anunciada desde há vários anos mas que se antevê muito polémica. O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, lembra que chegou a ser anunciada em 2013 uma reforma da rede de referenciação materno-infantil, que implicava até o fecho da Maternidade Alfredo da Costa, mas desencadeou enorme contestação e não avançou. “Claro que não é uma reforma que seja fácil de fazer neste momento. Mas podemos olhar só para as três maternidades da margem Sul, que estiveram encerradas ou com limitações durante dois ou três dias. Neste caso específico, a hipótese de concentração [das equipas] num só hospital poderá fazer sentido”, acredita.

Xavier Barreto também põe a ênfase no problema de uma grande parte das urgências estarem actualmente a ser garantidas por prestadores de serviços que não tem vínculo às instituições. “Se calhar faz mais sentido propôr-lhes um contrato individual de trabalho. É obvio que, com os actuais salários, não conseguimos recrutar porque não somos competitivos...”. Os hospitais precisam de autonomia e flexibilidade para poder contratar os médicos que necessitam, diz, notando que, no início da carreira, um médico ganha pouco mais de 2700 euros brutos (cerca de 1800 euros líquidos) no SNS.

Os responsáveis dos sindicatos que representam os médicos não esconderam a desilusão à saída da reunião. “Não ouvimos qualquer proposta concreta”, lamentou Noel Carrilho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), frisando que os encerramentos de vários serviços de urgência nos últimos dias não constituem problemas pontuais, como defendeu a ministra, mas “são estruturais”. “Não me pareceu que [a ministra] estivesse ciente de que está [aqui] em causa um problema estrutural” e “não tem a noção da gravidade da situação nos serviços de obstetrícia”, que se estende ainda a outras especialidades e “um pouco por todo o SNS”, criticou também Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.


Oito urgências fechadas ou em contingência

O caso da grávida que perdeu o bebé na noite de quarta-feira no hospital das Caldas da Rainha - em averiguação pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e pela Entidade Reguladora da Saúde - foi o primeiro sinal de alerta. Mas há problemas em várias regiões e em diversas especialidades, apesar de a ginecologia-obstetrícia ser a mais preocupante.

No Hospital de Almada, por exemplo, não houve urgências de ginecologia-obstetrícia na passada quarta-feira, 8 de Junho, e até às 08h30 de quinta-feira e de ortotraumatologia até às 20h de quarta-feira. Também houve problemas no São Francisco Xavier (Lisboa), com a urgência de obstetrícia fechada na sexta-feira à noite e no sábado de manhã. Caldas da Rainha, Barreiro, Setúbal e Santarém estiveram igualmente com limitações, tal como o Amadora-Sintra.

No domingo, a urgência de ginecologia e obstetrícia de Loures esteve fechada e reabriu apenas às 20h. E a urgência de obstetrícia do hospital de Braga também esteve encerrada durante 24 horas. Na Guarda, não houve urgências de ortopedia nos últimos dias.

Esta segunda-feira, foi o Hospital de Vila Franca de Xira que solicitou ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) que encaminhasse para outras unidades os utentes transportados em ambulância, por não conseguir dar resposta na urgência geral.
Constrangimentos mantêm-se em Lisboa e no Algarve

Os constrangimentos mantêm-se em alguns serviços. A partir das 20h desta segunda-feira, as urgências de obstetrícia dos hospitais do Barreiro e do São Francisco Xavier voltaram a encerrar até às 8h da manhã de terça-feira. As grávidas serão encaminhadas ou devem dirigir-se a outras unidades da região, como as de Setúbal, Almada, Cascais, o hospital de Santa Maria e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, avisou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

O serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia de Portimão vai também estar encerrado e durante quase uma semana, entre as 21h desta terça-feira e as 9h da próxima segunda-feira, devido à dificuldade em assegurar escalas, informou o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

O conselho de administração do CHUA acrescenta que a resposta está garantida no hospital de Faro pela equipa de especialistas local, que será reforçada com médicos do hospital de Portimão.