10.9.07

AMI quer reforçar resposta no distrito

Denisa Sousa, in Jornal de Notícias

Pinturas feitas na prisão expostas pela AMI na Casa dos Crivos


A AMI (Fundação de Assistência Médica Internacional) quer reforçar a sua actividade em Braga, aumentando a resposta social a vários níveis. O núcleo bracarense, aberto, em Novembro passado, quis assinalar esta vontade de dinamização, organizando, em conjunto com os Serviços Prisionais locais, uma mostra de pintura para venda, com mais de 30 quadros feitos por reclusos.

Através da AMIarte, estrutura que tem a seu cargo a realização de eventos, pela primeira vez, o ateliê de pintura do Estabelecimento Prisional de Braga será rentabilizado já que, até à data, os quadros eram expostos mas não vendidos. A actual exposição, inaugurada na sexta- feira na Casa dos Crivos, estará patente até ao dia 24, disponibilizando pinturas que oscilam entre os 100 e os 250 euros.

O delegado do Norte, João Sousa, esclarece que os resultados da venda serão repartidos pela própria cadeia e a AMI. "Até aqui, esses trabalhos ficavam guardados. Pensámos por que não fazer mais?", explica. Numa outra sala, estarão, também para venda, quadros do pintor Noronha da Costa, com parte da venda a reverter também para o núcleo de Braga, que conta, presentemente, com sete voluntários. De acordo com este responsável, a equipa local tem vindo a procurar outro espaço mais amplo, antes de se poder avançar para um tipo de serviço mais abrangente.

"Não temos tido muita visibilidade. Estamos numa sala cedida pela Câmara, mas queríamos conseguir um local onde pudéssemos passar a prestar apoio ao nível da psicologia, médico, distribuição de roupas e alimentos. As acções locais até à data, têm passado muito por peditórios e recolhas alimentares pontuais. Mas havia mais a fazer, ainda que a AMI não sonhe com um projecto semelhante ao Porta Amiga, no Porto.

"Lá, por exemplo, temos um acordo com o Banco Alimentar, que nos fornece uma parte da recolha. Queríamos fazer o mesmo em Braga para ajudar as famílias", revela, adiantando que o núcleo de Bragança, a abrir por estes dias numa sede com dimensão e condições, já terá algumas destas ajudas.

Ensino básico para presos

Há sete professores da Escola André Soares e dois de outras áreas a dar aulas do primeiro e segundo ciclos do ensino básico e outras disciplinas a 30 alunos. O Centro Protocolar de Justiça vai iniciar um curso de informática para 12 presos. Também a PROSALIS está a ministrar um curso de canalizador para sete formandos da prisão de Braga , onde oito professores dão aulas e actividades extracurriculares como uma "grande família" que se tornou perita em acalmar as tensões de quem vive em clausura, como diz Alfredo Queirós, o coordenador, referindo compensações que o desafio traz.