21.2.08

Abandono escolar na topo das inquietações

Inês Schreck, in Jornal de Notícias

O abandono escolar continua a ser uma das problemáticas mais identificadas pelas comissões de protecção de crianças e jovens em risco do distrito do Porto. Idália Moniz, secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, admitiu-o, ontem, no final de uma reunião com os representantes das comissões, no Governo Civil do Porto. "Há muito trabalho a fazer junto das famílias", realçou a governante, lembrando que quando os jovens abandonam a escola para trabalhar têm mais dificuldade em, por exemplo, interpretar um contrato de trabalho, evitando eventuais abusos da entidade patronal.

Apesar de ainda ser uma preocupação das comissões, sobretudo na faixa etária dos 13 aos 15 anos, Idália Moniz acredita que o problema do abandono escolar pode ser minorado com as ofertas formativas existentes. "Já há respostas que ajudam os jovens a voltar à escola", realçou a secretária de Estado, recordando exemplos, relatados na reunião, de estabelecimentos que conseguiram reduzir significativamente a taxa de abandono escolar.

No encontro "Intervir para e com as crianças", Idália Moniz recolheu testemunhos de alunos da primária do Bom Sucesso e da EB 2/3 Gomes Teixeira sobre os direitos das crianças. O depoimento de Diana, estudante do 5º ano, a lembrar a importância do direito à educação, mereceu especial atenção da governante, que aproveitou a ocasião para incentivar os alunos a convencerem os colegas a não abandonarem a escola.

A importância da opinião das crianças e dos jovens, algo "que os adultos nem sempre reconhecem", como admitou Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional da Protecção de Crianças e Jovens em Risco, também foi abordada. A este propósito, a secretária de Estado Adjunta procurou sensibilizar os alunos a criarem associações e a participarem na vida das escolas, bem como na vida das freguesias e cidades onde vivem.

Idália Moniz confirmou, ainda, a criação de duas novas comissões de menores em Gaia (uma nos Carvalhos outra no centro da cidade), tal como foi anunciado pela Autarquia no início da semana. A criação de comissões é da responsabilidade das comunidades locais e, segundo a governante, no distrito do Porto apenas Gaia mostrou interesse em abrir novas estruturas.