23.2.08

Cavaco avisa que saúde não pode excluir os mais pobres

Natália Faria, in Jornal Público

"Ninguém pode ficar excluído do direito à saúde por falta de recursos financeiros." A frase, em tom de aviso, foi lançada ontem pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

Salientando o papel que os privados podem ter no sector da saúde, o chefe de Estado ressalvou que "o doente não pode deixar de estar no centro da actividade, quer no domínio privado quer no público". "Ambos devem empenhar-se em garantir da melhor forma o direito inalienável de todos à saúde", insistiu, falando aos jornalistas, em Matosinhos, no final da inauguração do Instituto CUF, a primeira unidade de diagnóstico e tratamento do Grupo Mello na Região Norte do país.

Questionado sobre as controvérsias no sector da saúde - nomeadamente os protestos contra o encerramento das urgências que foram decisivos para a substituição de Correia de Campos por Ana Jorge -, o Presidente da República aconselhou serenidade e diálogo. "A saúde é uma preocupação natural dos cidadãos, quando surgem os problemas é preciso encará-los de forma serena e num diálogo construtivo e recolhendo a experiência daqueles que contactam diariamente com os doentes", declarou, manifestando a sua confiança "nos profissionais de saúde".

Durante a tarde, Cavaco passou por Penafiel para visitar o único gabinete de apoio às vítimas de violência doméstica do vale do Sousa e prometeu voltar a visitar em breve aquelas que as estatísticas apontam como as regiões mais deprimidas do país: além do vale do Sousa, o Baixo Tâmega e o vale do Ave.

"Quero ajudar a região a alertar os poderes públicos, mas também as forças locais, para que se mobilizem no sentido de inverter os problemas", disse, depois de o autarca local, Alberto Santos, ter alertado para o desemprego que assola a região.