24.9.15

Passos quer mecanismos que facilitem acesso de desempregados a ofertas sazonais

in Negócios on-line

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu esta segunda-feira um melhor funcionamento dos serviços de emprego e uma nova lei das rendas, que permitam adequar as necessidades de trabalho às ofertas sazonais.

"Numa altura em que ainda temos um nível de desemprego razoavelmente alto, está nos dois dígitos, está acima dos 10%, e há esse desemprego muito pouco qualificado, faria sentido uma organização melhor dos serviços de emprego que pudesse trazer mão-de-obra portuguesa para estes casos que, nós sabemos são sazonais, mas até são sazonais de forma um bocadinho simétrica à outra sazonalidade que temos aqui [no Algarve]", afirmou Passos Coelho.

Passos Coelho e Paulo Portas visitaram uma exploração de frutos vermelhos, a Quinta da Campina da Luz, no concelho de Tavira, onde eram visíveis dezenas de trabalhadores estrangeiros e o líder social-democrata disse que a mão-de-obra imigrante é bem-vinda, mas "faria sentido" que se conseguisse "organizar melhor estas ofertas de emprego, casando-as com as necessidades que as pessoas têm".

De acordo com um trabalhador daquela exploração de frutos vermelhos, o trabalho é pago a 2,27 euros à hora e existem metas de produção que são levadas em conta em futuras campanhas em que seja preciso voltar a contratar. "Alguma coisa não está a funcionar muito bem, na medida em que não há uma barreira tecnológica e ao nível da capacidade de formação de base das pessoas para poderem fazer este trabalho", considerou, falando sempre em conversa com um responsável da quinta.

De acordo com o também primeiro-ministro, ofertas de trabalho como as que são disponibilizadas naquela exploração, podiam "representar para algumas pessoas, não todas, um contínuo de oportunidades de trabalho ao longo do ano". "É uma questão para os nossos serviços de emprego poderem trabalhar um bocadinho melhor para ir ao encontro das vossas necessidades", argumentou.

Quando o responsável pela exploração respondeu que têm aceitado todas as colocações mediadas pelo Instituto de Emprego, Passos Coelho retorquiu que "tem de se usar a rede toda nacional".

Depois, o presidente do PSD acrescentou que as pessoas estão também limitadas geograficamente com encargos como o crédito à habitação, que constituem "factores de rigidez" à mobilidade. "Por isso é que era tão importante uma nova lei das rendas que permitisse às pessoas terem mais mobilidade e irem à procura das oportunidades", defendeu.

Na despedida, Paulo Portas deu os parabéns ao responsável da exploração pelos seus "quase 30 milhões de volumes de negócios". "Este senhor tem uma qualidade, investiu quando era difícil acreditar", disse.