3.9.15

208 desempregados pediram apoio à mobilidade

in TSF

Entre março, altura em que entrou em vigor a Medida de Apoio à Mobilidade Geográfica no Mercado de Trabalho, e o final de agosto 208 desempregados pediram ajuda ao Instituto de Emprego para trabalharem longe de casa. A TSF falou com dois beneficiários deste apoio.

Mariana Azevedo vive em Almeirim e conseguiu trabalho em Samora Correia, a pouco mais de 50 quilómetros de casa. Feitas as contas, diz que gasta 250 euros por mês em combustível. Recebe durante seis meses cerca de 200 euros de Apoio à Mobilidade Geográfica do Instituto de Emprego (IEFP).

Mariana Azevedo diz que é uma ajuda importante mas sublinha que nem todas as desvantagens que decorrem de trabalhar longe de casa podem ser eliminadas; "Se acontece alguma coisa com os meus filhos estou a uma hora de distância. É mais cansativo. Estamos mais tempo fora de casa. É sacrificar um lado para tentar melhorar outro".

Mesmo sem o Apoio à Mobilidade, Mariana Azevedo diz que acabaria por aceitar a oferta de emprego em Samora Correia. Continuar desempregada não era uma alternativa porque "em casa uma pessoa não aprende nada e não evolui. Tenho dois filhos e tinha mesmo de arranjar alguma coisa independentemente de onde fosse".

José Campos perdeu o emprego na área da engenharia na Covilhã. Depois de mais de um ano no desemprego encontrou uma oportunidade de trabalho na mesma área, em Lisboa. Os custos da mudança são elevados e os quase 1800 euros que recebeu do Apoio à Mobilidade Permanente representaram uma grande ajuda.

Este engenheiro diz que se continuasse a viver na Covilhã dificilmente poderia voltar a trabalhar; "Na minha área estava fora de questão. Até estava disponível para fazer outro tipo de coisas, mas não há nada para fazer, basicamente".

Tanto José Campos como Mariana Azevedo foram dos primeiros a apresentar uma candidatura à Medida de Apoio à Mobilidade Geográfica no Mercado de Trabalho, em vigor desde o final de Março. Até ao final de Agosto chegaram ao Instituto de emprego um pouco mais de 200 candidaturas.

Esta medida destina-se a inscritos nos centros de emprego há pelo menos 3 meses. Há dois tipos de apoio: O apoio à mobilidade temporária nos casos em que o local de trabalho está a mais de 50 quilómetros da residência do desempregado; O apoio à mobilidade permanente para os casos em que o local de trabalho fica a mais de 100 quilómetros e o desempregado mudou de local de residência.
Joaquim Ferreira