in JN
O número de colocação em trabalho temporário aumentou 45% no segundo trimestre em termos homólogos, com o maior crescimento a observar-se em maio.
De acordo com os dados do Barómetro da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) e do ISCTE, ao longo do segundo trimestre deste ano registaram-se 92.847 colocações em trabalho temporário, número que compara com as 64.047 contabilizadas entre abril e junho de 2020.
O valor do Índice TT (Trabalho Temporário) atingiu 1,67 em maio, o mais elevado dos registos efetuados, mantendo a subida progressiva iniciada em maio de 2020, quando se verificou o valor mais baixo da série (0,50), apenas interrompida em dezembro de 2020 e junho deste ano.
O Barómetro do trabalho temporário indica ainda que os trabalhadores com menos de 30 anos têm o maior peso nas colocações de trabalho temporário, representando 48% em abril e maio e 47,8% em junho, enquanto os que têm mais de 50 anos representam cerca de 9%.
O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (mais de 66% no trimestre), seguindo-se o ensino secundário (entre 25,3% e 26,6%) e a licenciatura (aproximadamente 6%).
Por setores, verifica-se que as empresas de fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis continuam a ser as que mais recorreram ao trabalho temporário no segundo trimestre de 2021, seguidas pelas empresas de fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições.
Segundo o presidente da APESPE-RH, Afonso Carvalho, os dados dos barómetros permitem constatar que o nível de contratos de trabalho temporário "reduziu drasticamente entre 2019 e 2021".
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3.9.21
22.7.21
Governo quer contratos sem termo para trabalhadores de empresas de trabalho temporário
Por Nuno Guedes, in TSF
Objetivo é acabar com os abusos no recurso a empresas ao trabalho temporário.
Governo pretende mais rigor nas regras de renovação dos contratos de trabalho temporários e apertar o controlo das empresas
O Governo quer obrigar as empresas de trabalho temporário a fazerem contratos sem termo aos trabalhadores que são sucessivamente cedidos a diferentes empresas. A proposta foi entregue pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social aos parceiros sociais (sindicatos e confederações patronais), no âmbito de um plano para promover o "trabalho digno", com especial enfoque no combate à precariedade.
O documento, a que a TSF teve acesso, detalha que um dos objetivos é avançar com a "obrigatoriedade de celebrar contrato por tempo indeterminado para cedência temporária entre a empresa de trabalho temporário e o trabalhador sempre que este seja cedido ao abrigo de sucessivos contratos com diferentes utilizadores".
Por outro lado, a proposta também diz que pretende "combater a fraude" no recurso abusivo ao trabalho temporário, sendo explicado que um dos objetivos é acabar com as práticas de empresas que usam outras empresas do mesmo grupo para contratar trabalhadores temporários, evitando, assim, contratos sem termo.
O Governo pretende ainda mais rigor nas regras de renovação dos contratos de trabalho temporários e apertar o controlo das empresas de trabalho temporário, com "certificação de qualidade" e verificação da idoneidade dos seus sócios e gerentes.
Uma das metas é acabar com o uso injustificado de trabalho não permanente, reforçando as regras contra a sucessão de contratos a termo e "impedindo a nova admissão ou afetação de trabalhador através de contrato (a termo, temporário ou prestação de serviços) cuja execução se concretize, no mesmo posto de trabalho, para o mesmo objeto ou na mesma atividade profissional".
Objetivo é acabar com os abusos no recurso a empresas ao trabalho temporário.
Governo pretende mais rigor nas regras de renovação dos contratos de trabalho temporários e apertar o controlo das empresas
O Governo quer obrigar as empresas de trabalho temporário a fazerem contratos sem termo aos trabalhadores que são sucessivamente cedidos a diferentes empresas. A proposta foi entregue pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social aos parceiros sociais (sindicatos e confederações patronais), no âmbito de um plano para promover o "trabalho digno", com especial enfoque no combate à precariedade.
O documento, a que a TSF teve acesso, detalha que um dos objetivos é avançar com a "obrigatoriedade de celebrar contrato por tempo indeterminado para cedência temporária entre a empresa de trabalho temporário e o trabalhador sempre que este seja cedido ao abrigo de sucessivos contratos com diferentes utilizadores".
Por outro lado, a proposta também diz que pretende "combater a fraude" no recurso abusivo ao trabalho temporário, sendo explicado que um dos objetivos é acabar com as práticas de empresas que usam outras empresas do mesmo grupo para contratar trabalhadores temporários, evitando, assim, contratos sem termo.
O Governo pretende ainda mais rigor nas regras de renovação dos contratos de trabalho temporários e apertar o controlo das empresas de trabalho temporário, com "certificação de qualidade" e verificação da idoneidade dos seus sócios e gerentes.
Uma das metas é acabar com o uso injustificado de trabalho não permanente, reforçando as regras contra a sucessão de contratos a termo e "impedindo a nova admissão ou afetação de trabalhador através de contrato (a termo, temporário ou prestação de serviços) cuja execução se concretize, no mesmo posto de trabalho, para o mesmo objeto ou na mesma atividade profissional".
2.4.15
Empresas de trabalho temporário crescem 4,5% em 2014
por João Carlos Malta, in RR
Este sector facturou 910 milhões de euros no ano passado e estima-se que depois de dois anos a decrescer (2012 e 2013) cresça no próximo biénio. Emprega 65.811 pessoas.
Em 2014, as empresas de trabalho temporário facturaram mais 4,5% do que em 2013. As 205 unidades deste sector (mais quatro do que em 2013) tiveram um volume de vendas de 910 milhões de euros, segundo um estudo da consultora D&B Informa.
"A facturação das empresas agregadas das empresas portuguesas de trabalho temporário registou em 2014, num contexto de recuperação do emprego, um aumento de 4,5%, após vários anos de fortes quebras", diz a consultora.
Os anos anteriores, marcados pela crise económica, tiveram reflexos nesta actividade com a contracção da actividade em 15% no ano de 2012 e de 2% em 2013.
Depois de no ano passado a tendência se inverter, para este ano está previsto novo crescimento de facturação de 7%.
O número de empresas de trabalho temporário com actividade em Portugal manteve entre os anos de 2005 e 2012 uma tendência de descida, reduzindo 25% neste período. Entre 2012 e 2014, no entanto, registou-se uma ligeira recuperação, com um crescimento anual do número de operadores de 1%.
Lisboa concentra a maior parte das empresas de trabalho temporário, localizando-se nesta zona cerca da metade do total em 2013, com 98 sociedades. Seguem-se as zonas Norte, com 77 empresas, e Centro, com 15.
Este sector que emprega 65.811 pessoas é composto por um número reduzido de grandes grupos multinacionais que ocupa os lugares de liderança no mercado português e que têm a concorrência de alguns importantes operadores multiserviços nacionais, que estão presentes em outros ramos relacionados com a gestão de recursos humanos.
Este sector facturou 910 milhões de euros no ano passado e estima-se que depois de dois anos a decrescer (2012 e 2013) cresça no próximo biénio. Emprega 65.811 pessoas.
Em 2014, as empresas de trabalho temporário facturaram mais 4,5% do que em 2013. As 205 unidades deste sector (mais quatro do que em 2013) tiveram um volume de vendas de 910 milhões de euros, segundo um estudo da consultora D&B Informa.
"A facturação das empresas agregadas das empresas portuguesas de trabalho temporário registou em 2014, num contexto de recuperação do emprego, um aumento de 4,5%, após vários anos de fortes quebras", diz a consultora.
Os anos anteriores, marcados pela crise económica, tiveram reflexos nesta actividade com a contracção da actividade em 15% no ano de 2012 e de 2% em 2013.
Depois de no ano passado a tendência se inverter, para este ano está previsto novo crescimento de facturação de 7%.
O número de empresas de trabalho temporário com actividade em Portugal manteve entre os anos de 2005 e 2012 uma tendência de descida, reduzindo 25% neste período. Entre 2012 e 2014, no entanto, registou-se uma ligeira recuperação, com um crescimento anual do número de operadores de 1%.
Lisboa concentra a maior parte das empresas de trabalho temporário, localizando-se nesta zona cerca da metade do total em 2013, com 98 sociedades. Seguem-se as zonas Norte, com 77 empresas, e Centro, com 15.
Este sector que emprega 65.811 pessoas é composto por um número reduzido de grandes grupos multinacionais que ocupa os lugares de liderança no mercado português e que têm a concorrência de alguns importantes operadores multiserviços nacionais, que estão presentes em outros ramos relacionados com a gestão de recursos humanos.
29.12.14
Um em cada 4 trabalhadores dos hipers é temporário
por Erika Nunes e Teresa Costa, in Dinheiro Vivo
Comércio perde empresas e trabalhadores, mas mantém volume de negócios.
O trabalho temporário abrange praticamente um quarto (26,4%) dos trabalhadores ao serviço das grandes unidades comerciais, que no total empregam quase 100 mil pessoas, segundo dados do INE.
O comércio perdeu quase quatro mil empresas e 20 mil trabalhadores, mas manteve o volume de negócios, num só ano, de 2012 para 2013.
Por outras palavras, tudo culminou no apuramento de um total de 232 mil empresas (22% da totalidade do setor empresarial), que empregavam 733 mil trabalhadores (21,3%), e geraram um volume de negócios de 119,6 mil milhões de euros (37,0%).
No caso concreto das chamadas "Unidades comerciais de dimensão relevante", o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que empregam 98,7 mil pessoas, das quais 26,4% estavam em trabalho temporário, ou seja, quase um em cada quatro trabalhadores está abrangido por este regime. Também se conclui que 70,7% do pessoal ao serviço eram mulheres.
"Perecariedade é exagerada"
Em relação ao regime laboral praticado nas grandes unidades comerciais, o sindicato encara os números "sem surpresa", para lamentar que, "nos super e nos hipermercados, a precariedade é exagerada", como comenta Jorge Pinto, coordenador da Direção Regional do Norte do CESP.
"Nem todas as empresas do setor têm a mesma taxa de precariedade, mas é um recurso persistente, sobretudo, por ocasião dos picos de venda, uma situação contra a qual temos vindo a lutar", sublinha Jorge Pinto.
Quanto à dinâmica do setor - de estar a perder empresas e trabalhadores, mas a manter o volume de negócios -, o sindicalista entende que "esse só pode ser o resultado das fortes campanhas que as empresas estão a desenvolver para fidelizar clientes, com cartões e descontos".
Margens a duplicar
Mas as grandes unidades destacam-se ainda por outra realidade. Segundo o INE, as empresas do comércio a retalho do "grupo 471", onde se incluem hipermercados, supermercados e outras grandes superfícies dedicadas à venda de bens variados, foram as que "obtiveram a mais elevada margem comercial": 170 mil euros por empresa, "valor que representa mais do dobro das margens por empresa observadas na maioria dos restantes grupos de comércio a retalho".
Marca própria
Em 2013, a venda de produtos de marca própria abrangeu 34,9% do volume de vendas global do segmento alimentar (em 2012 era 34,4%), enquanto no segmento não alimentar representou 48,0% do volume de vendas (48,4% em 2012).
Comércio perde empresas e trabalhadores, mas mantém volume de negócios.
O trabalho temporário abrange praticamente um quarto (26,4%) dos trabalhadores ao serviço das grandes unidades comerciais, que no total empregam quase 100 mil pessoas, segundo dados do INE.
O comércio perdeu quase quatro mil empresas e 20 mil trabalhadores, mas manteve o volume de negócios, num só ano, de 2012 para 2013.
Por outras palavras, tudo culminou no apuramento de um total de 232 mil empresas (22% da totalidade do setor empresarial), que empregavam 733 mil trabalhadores (21,3%), e geraram um volume de negócios de 119,6 mil milhões de euros (37,0%).
No caso concreto das chamadas "Unidades comerciais de dimensão relevante", o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que empregam 98,7 mil pessoas, das quais 26,4% estavam em trabalho temporário, ou seja, quase um em cada quatro trabalhadores está abrangido por este regime. Também se conclui que 70,7% do pessoal ao serviço eram mulheres.
"Perecariedade é exagerada"
Em relação ao regime laboral praticado nas grandes unidades comerciais, o sindicato encara os números "sem surpresa", para lamentar que, "nos super e nos hipermercados, a precariedade é exagerada", como comenta Jorge Pinto, coordenador da Direção Regional do Norte do CESP.
"Nem todas as empresas do setor têm a mesma taxa de precariedade, mas é um recurso persistente, sobretudo, por ocasião dos picos de venda, uma situação contra a qual temos vindo a lutar", sublinha Jorge Pinto.
Quanto à dinâmica do setor - de estar a perder empresas e trabalhadores, mas a manter o volume de negócios -, o sindicalista entende que "esse só pode ser o resultado das fortes campanhas que as empresas estão a desenvolver para fidelizar clientes, com cartões e descontos".
Margens a duplicar
Mas as grandes unidades destacam-se ainda por outra realidade. Segundo o INE, as empresas do comércio a retalho do "grupo 471", onde se incluem hipermercados, supermercados e outras grandes superfícies dedicadas à venda de bens variados, foram as que "obtiveram a mais elevada margem comercial": 170 mil euros por empresa, "valor que representa mais do dobro das margens por empresa observadas na maioria dos restantes grupos de comércio a retalho".
Marca própria
Em 2013, a venda de produtos de marca própria abrangeu 34,9% do volume de vendas global do segmento alimentar (em 2012 era 34,4%), enquanto no segmento não alimentar representou 48,0% do volume de vendas (48,4% em 2012).
12.12.14
Trabalho temporário: podemos acabar com este buraco negro?
Texto de Carla Prino, in Publico on-line (P3)
As empresas de trabalho temporário têm assumido uma posição de ataque ao trabalho digno e contribuído em grande parte para a sua desumanização
O trabalho temporário chegou sem darmos por ele. Agora, quase que domina o mercado de trabalho e criou-se o mito de que é o inevitável para o futuro. “Alugar e dispensar” é o lema vendido.
Foi na década de 50 que os grandes líderes da indústria americana se lembraram de criar modelos contratuais “alternativos”, mais flexíveis, pensados exclusivamente para o que eles determinaram ser puro trabalho feminino; o tal trabalho secundário que ninguém quer fazer, mas que de que todos precisam.
Empresas como a Kelly Services e a Manpower foram as principais impulsionadoras a que hoje damos o nome de trabalho temporário. Trata-se de uma importação americana a contribuir para a degradação social. As empresas de trabalho temporário (ETT) têm assumido uma posição de ataque ao trabalho digno e contribuído em grande parte para a desumanização do trabalho. Transformam-se os trabalhadores em meros recursos, que podem e devem ser dispensados quando o princípio da proteção do lucro assim o ditar. Se há prejuízo, corta-se na massa trabalhadora; afinal é só despesa, ora essa!
Um estudo apresentado em Fevereiro de 2014 mostra que os Estados Unidos são dos piores na regulação do trabalho temporário e, ao que parece, Portugal nem é assim tão mau. Pois, Portugal regular até regula, mas com demasiada flexibilidade e o que regula não é respeitado. Uma lei perversa que permite que as ETT's e as suas clientes consigam usar falsas justificações para manter postos de trabalho temporários, mesmo que considerados de necessidade permanente.
Direito do Trabalho vandalizado
E o trabalhador temporário é sugado para um cenário permanente de precariedade. Mas porquê? Fica mais barato manter trabalhadores neste regime e trata-se de uma forma fácil de desresponsabilização sobre os trabalhadores. É este o modelo contratual que dizem ser o mais adequado de acordo com o princípio da flexisegurança e adaptado às novas exigências do mercado. Ou será esta mais uma forma de vandalizar o Direito do Trabalho à luz da lógica dos mercados?
No fim, quem ganha são as ETT's. São elas que determinam o preço do seu capital humano juntamente com os seus clientes, num negócio em que o trabalhador é parte nula. E o metal redondo e o papel verde ditam as regras de um jogo onde a dignidade do trabalhador não entra na estratégia económica.
E o certo é que as ETT's estão a empurrar o trabalho digno para um buraco negro sem retorno; e vem aí mais tratados de liberalização do comércio e investimento, como o TTIP, com a sentença de que tudo piorará. Como é que acabamos com este buraco negro? Devem os patrões voltar a ser patrões e tratar de dispensar estas intermediárias chupistas? Que alternativas podemos construir?
Este será um dos temas a debater, com o especialista em Direito do Trabalho Jorge Leite, Francisco Fernandes (do Ganhem Vergonha) e com os Precários Inflexíveis, nos dias 12, 13 e 14 de Dezembro, no Fórum Precariedade e Desemprego, em Lisboa.
As empresas de trabalho temporário têm assumido uma posição de ataque ao trabalho digno e contribuído em grande parte para a sua desumanização
O trabalho temporário chegou sem darmos por ele. Agora, quase que domina o mercado de trabalho e criou-se o mito de que é o inevitável para o futuro. “Alugar e dispensar” é o lema vendido.
Foi na década de 50 que os grandes líderes da indústria americana se lembraram de criar modelos contratuais “alternativos”, mais flexíveis, pensados exclusivamente para o que eles determinaram ser puro trabalho feminino; o tal trabalho secundário que ninguém quer fazer, mas que de que todos precisam.
Empresas como a Kelly Services e a Manpower foram as principais impulsionadoras a que hoje damos o nome de trabalho temporário. Trata-se de uma importação americana a contribuir para a degradação social. As empresas de trabalho temporário (ETT) têm assumido uma posição de ataque ao trabalho digno e contribuído em grande parte para a desumanização do trabalho. Transformam-se os trabalhadores em meros recursos, que podem e devem ser dispensados quando o princípio da proteção do lucro assim o ditar. Se há prejuízo, corta-se na massa trabalhadora; afinal é só despesa, ora essa!
Um estudo apresentado em Fevereiro de 2014 mostra que os Estados Unidos são dos piores na regulação do trabalho temporário e, ao que parece, Portugal nem é assim tão mau. Pois, Portugal regular até regula, mas com demasiada flexibilidade e o que regula não é respeitado. Uma lei perversa que permite que as ETT's e as suas clientes consigam usar falsas justificações para manter postos de trabalho temporários, mesmo que considerados de necessidade permanente.
Direito do Trabalho vandalizado
E o trabalhador temporário é sugado para um cenário permanente de precariedade. Mas porquê? Fica mais barato manter trabalhadores neste regime e trata-se de uma forma fácil de desresponsabilização sobre os trabalhadores. É este o modelo contratual que dizem ser o mais adequado de acordo com o princípio da flexisegurança e adaptado às novas exigências do mercado. Ou será esta mais uma forma de vandalizar o Direito do Trabalho à luz da lógica dos mercados?
No fim, quem ganha são as ETT's. São elas que determinam o preço do seu capital humano juntamente com os seus clientes, num negócio em que o trabalhador é parte nula. E o metal redondo e o papel verde ditam as regras de um jogo onde a dignidade do trabalhador não entra na estratégia económica.
E o certo é que as ETT's estão a empurrar o trabalho digno para um buraco negro sem retorno; e vem aí mais tratados de liberalização do comércio e investimento, como o TTIP, com a sentença de que tudo piorará. Como é que acabamos com este buraco negro? Devem os patrões voltar a ser patrões e tratar de dispensar estas intermediárias chupistas? Que alternativas podemos construir?
Este será um dos temas a debater, com o especialista em Direito do Trabalho Jorge Leite, Francisco Fernandes (do Ganhem Vergonha) e com os Precários Inflexíveis, nos dias 12, 13 e 14 de Dezembro, no Fórum Precariedade e Desemprego, em Lisboa.
8.7.14
Salário médio dos trabalhadores temporários é de 582 euros
in Expresso
Lisboa, 03 jul (Lusa) - O salário médio anual dos trabalhadores temporários era de 582 euros em 2012, o que equivale a mais 20% que o salário mínimo, mas menos 1,3% que o rendimento médio do setor em 2011, refere um relatório.
De acordo com o relatório de 2013 que o Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT) vai apresentar publicamente hoje em Lisboa, o salário médio anual auferido pelos trabalhadores temporários era de 589,73 euros em 2011.
Cerca de 43,3% dos trabalhadores temporários auferiram em 2012 salários entre os 485 euros e os 600 euros.
Lisboa, 03 jul (Lusa) - O salário médio anual dos trabalhadores temporários era de 582 euros em 2012, o que equivale a mais 20% que o salário mínimo, mas menos 1,3% que o rendimento médio do setor em 2011, refere um relatório.
De acordo com o relatório de 2013 que o Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT) vai apresentar publicamente hoje em Lisboa, o salário médio anual auferido pelos trabalhadores temporários era de 589,73 euros em 2011.
Cerca de 43,3% dos trabalhadores temporários auferiram em 2012 salários entre os 485 euros e os 600 euros.
12.12.12
Crise penaliza sector do trabalho temporário em Portugal
Raquel Martins, in Público on-line
Depois de uma contracção de 0,6% no ano passado, em 2012 a DBK prevê uma queda de 7,3% na facturação do sector.
O mercado do trabalho temporário facturou no ano passado 895 milhões de euros em Portugal, uma descida de 0,6% face a 2010. E no corrente ano, a queda deverá ser maior devido “à deterioração da actividade económica”, revela uma análise ao sector do trabalho temporário em Portugal, feita pela DBK, uma empresa de estudos de mercado.
No final de 2012, a DBK aponta para uma quebra da facturação na ordem dos 7% e “em 2013 esta tendência manter-se-á, prevendo-se uma contracção do volume de negócios na ordem dos 3% ou 4%”.
A DBK conclui que a crise económica e o grau de maturidade do mercado levaram, nos últimos anos, ao desaparecimento de “numerosas pequenas empresas de trabalho temporário” e a uma maior concentração. Em 2010 havia 220 empresas licenciadas, menos 47 do que em 2005.
O sector dos serviços é o principal destino dos trabalhadores temporários, seguindo-se a restauração, alojamento, construção, indústria alimentar e comércio.
Em 2011, havia 71931 trabalhadores inscritos em empresas de trabalho temporário, sem contar com os Açores.
Depois de uma contracção de 0,6% no ano passado, em 2012 a DBK prevê uma queda de 7,3% na facturação do sector.
O mercado do trabalho temporário facturou no ano passado 895 milhões de euros em Portugal, uma descida de 0,6% face a 2010. E no corrente ano, a queda deverá ser maior devido “à deterioração da actividade económica”, revela uma análise ao sector do trabalho temporário em Portugal, feita pela DBK, uma empresa de estudos de mercado.
No final de 2012, a DBK aponta para uma quebra da facturação na ordem dos 7% e “em 2013 esta tendência manter-se-á, prevendo-se uma contracção do volume de negócios na ordem dos 3% ou 4%”.
A DBK conclui que a crise económica e o grau de maturidade do mercado levaram, nos últimos anos, ao desaparecimento de “numerosas pequenas empresas de trabalho temporário” e a uma maior concentração. Em 2010 havia 220 empresas licenciadas, menos 47 do que em 2005.
O sector dos serviços é o principal destino dos trabalhadores temporários, seguindo-se a restauração, alojamento, construção, indústria alimentar e comércio.
Em 2011, havia 71931 trabalhadores inscritos em empresas de trabalho temporário, sem contar com os Açores.
27.3.12
Agências de trabalho temporário recrutam 87 mil
in Dinheiro Vivo
As agências de trabalho temporário recrutaram o equivalente a 87 mil pessoas a tempo inteiro em 2010. O aumento foi o quinto maior da União Europeia (UE) e o mais elevado desde 1996, pelo menos. Ao todo, foram celebrados bastantes mais contratos - cerca de quase 280 mil - reflexo da muito curta duração desse tipo de trabalhos.
De acordo com o relatório do provedor do trabalho temporário relativo a 2011, Portugal tinha cerca de 265 agências a operar no sector em 2010 (último ano para o qual há dados). Segundo Vitalino Canas, o provedor, 75% dos trabalhadores colocados tem um salário inferior a 600 euros e 25% ganha o mínimo.
“Mais de metade dos contratos celebrados foram de duração inferior a três meses”. A duração média global também está mais curta: era de 6,5 meses em 2009 e desceu para 3,9 meses em 2010. “Esta redução anual poderá estar associada à contração económica”, reconhece o estudo ontem apresentado no Instituto Superior de Ciências da Administração (ISCAD), em Lisboa.
Os homens têm mais ‘sucesso’ na colocação do que as mulheres. Eles representam quase 60% do total; cerca de 71% dos recrutados tem entre 25 e 54 anos; a região de Lisboa é, de longe, onde mais se recorre a este tipo de serviço, com 66% dos recrutamentos, seguida do Norte com quase 23% do total.
O número de empresas no país aumentou 1,7% nesse ano, a quinta maior expansão da UE a seguir ao Reino Unido (3%), Holanda (2,5%), França e Alemanha (2%). Bulgária e Luxemburgo também registaram 1,9% em 2010, mostram dados da Confederação Internacional de Empresas de Trabalho Temporário (CIETT).
Vitalino Canas referiu que o sector ainda tem pouco peso em termos relativos (essas firmas empregam diretamente 750 pessoas). Cada agência têm, em média, 222 trabalhadores temporários, um dos valores mais baixos a nível internacional. Por isso, destacou, há margem para crescer.
Mas também há problemas por resolver. Existe um “altíssimo nível de informalidade e de ilegalidade” que tem de ser combatido, reconheceu o deputado socialista.
A maior empresa em Portugal é a Randstadt. Vitalino Canas calcula que “25% dos trabalhadores temporários arranja colocação ao fim de seis meses”.
Marcelino Pena Costa, presidente da APESPE (a associação do sector), disse que o sector colocou o dobro das pessoas comparativamente aos centros de emprego públicos (IEFP) e sublinhou que “apesar da boa vontade do presidente do presidente do instituto no terreno nada mudou”.
“As empresas de trabalho temporário continuam a ser discriminadas negativamente” e, por isso, a APESPE enviou para o Parlamento propostas que “esperamos ver plasmadas” no futuro.
O secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, reiterou que estas empresas “são atores fundamentais no contexto de alguma volatilidade no mercado”.
Existem dois extremos sobre o que significa o trabalho temporário: "entre o steping stone [degrau para poder subir] ou um dead end [beco sem saída]”, ilustrou o governante. Pedro Martins acredita claramente na primeira hipótese. “Temos de olhar para o potencial que o trabalho temporário encerra no combate ao desemprego”.
As agências de trabalho temporário recrutaram o equivalente a 87 mil pessoas a tempo inteiro em 2010. O aumento foi o quinto maior da União Europeia (UE) e o mais elevado desde 1996, pelo menos. Ao todo, foram celebrados bastantes mais contratos - cerca de quase 280 mil - reflexo da muito curta duração desse tipo de trabalhos.
De acordo com o relatório do provedor do trabalho temporário relativo a 2011, Portugal tinha cerca de 265 agências a operar no sector em 2010 (último ano para o qual há dados). Segundo Vitalino Canas, o provedor, 75% dos trabalhadores colocados tem um salário inferior a 600 euros e 25% ganha o mínimo.
“Mais de metade dos contratos celebrados foram de duração inferior a três meses”. A duração média global também está mais curta: era de 6,5 meses em 2009 e desceu para 3,9 meses em 2010. “Esta redução anual poderá estar associada à contração económica”, reconhece o estudo ontem apresentado no Instituto Superior de Ciências da Administração (ISCAD), em Lisboa.
Os homens têm mais ‘sucesso’ na colocação do que as mulheres. Eles representam quase 60% do total; cerca de 71% dos recrutados tem entre 25 e 54 anos; a região de Lisboa é, de longe, onde mais se recorre a este tipo de serviço, com 66% dos recrutamentos, seguida do Norte com quase 23% do total.
O número de empresas no país aumentou 1,7% nesse ano, a quinta maior expansão da UE a seguir ao Reino Unido (3%), Holanda (2,5%), França e Alemanha (2%). Bulgária e Luxemburgo também registaram 1,9% em 2010, mostram dados da Confederação Internacional de Empresas de Trabalho Temporário (CIETT).
Vitalino Canas referiu que o sector ainda tem pouco peso em termos relativos (essas firmas empregam diretamente 750 pessoas). Cada agência têm, em média, 222 trabalhadores temporários, um dos valores mais baixos a nível internacional. Por isso, destacou, há margem para crescer.
Mas também há problemas por resolver. Existe um “altíssimo nível de informalidade e de ilegalidade” que tem de ser combatido, reconheceu o deputado socialista.
A maior empresa em Portugal é a Randstadt. Vitalino Canas calcula que “25% dos trabalhadores temporários arranja colocação ao fim de seis meses”.
Marcelino Pena Costa, presidente da APESPE (a associação do sector), disse que o sector colocou o dobro das pessoas comparativamente aos centros de emprego públicos (IEFP) e sublinhou que “apesar da boa vontade do presidente do presidente do instituto no terreno nada mudou”.
“As empresas de trabalho temporário continuam a ser discriminadas negativamente” e, por isso, a APESPE enviou para o Parlamento propostas que “esperamos ver plasmadas” no futuro.
O secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, reiterou que estas empresas “são atores fundamentais no contexto de alguma volatilidade no mercado”.
Existem dois extremos sobre o que significa o trabalho temporário: "entre o steping stone [degrau para poder subir] ou um dead end [beco sem saída]”, ilustrou o governante. Pedro Martins acredita claramente na primeira hipótese. “Temos de olhar para o potencial que o trabalho temporário encerra no combate ao desemprego”.
26.3.12
Alerta para perda de direitos dos trabalhadores temporários
in Diário de Notícias
O Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT) considera que o trabalho temporário permite um regresso mais célere das pessoas ao mercado laboral, mas alerta para a perda de direitos destes trabalhadores em situações de crise.
"O trabalho temporário tem algumas vantagens reconhecidas, mas em situações de crise os trabalhadores temporários ficam particularmente vulneráveis, não só porque são os primeiros a ser despedidos, como também aceitam mais facilmente a perda dos seus direitos", disse à Lusa o socialista Vitalino Canas.
No dia em que é apresentado o 4º relatório anual, referente a 2011, sobre trabalho temporário em Portugal, Vitalino Canas refere que este "é [um relatório] de alerta para a situação dos direitos dos trabalhadores temporários, que correm o risco de se agravar" em tempos de austeridade.
Se, por um lado, "o trabalho temporário pode ser uma forma de criar emprego e, numa situação de crise, pode até gerar emprego que, de outra forma, não existia", por outro, alerta o Provedor estes trabalhadores estão mais expostos às necessidades do empregador que pode avançar para o despedimento se assim o entender.
No entanto, e apesar dos riscos que os trabalhadores enfrentam, "num cenário de crise e de reajustamento das atividades económicas o trabalho temporário é uma forma positiva de a economia se ajustar a essas alterações", entende Vitalino Canas.
Por isso, justifica, este relatório vem "chamar à atenção, sem por em causa o trabalho temporário, em situações de crise".
"É um setor onde temos de estar especialmente atentos", reitera.
O responsável defende ainda que, perante as dificuldades que o país enfrenta e a inexistência de ofertas de emprego, o papel das agências privadas de emprego é fulcral para inverter a situação e combater o desemprego que tem vindo a agravar-se em Portugal.
"As agências privadas de emprego são um fator que permite um mais célere regresso ao mercado de trabalho de trabalhadores de formação menor, bem como de pessoas que estão há algum tempo fora do mercado de trabalho, como os trabalhadores de longa duração", afirma.
De acordo com o relatório a apresentar hoje ao final da tarde, que cruza dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Confederação Internacional de Agências de Trabalho Temporário (CIETT), a maioria dos trabalhadores temporários em Portugal, bem como no conjunto da União Europeia, são jovens de 30 anos.
Em 2011, havia 87 mil trabalhadores temporários a 'full time', com horário completo, num universo de 289 mil trabalhadores colocados.
De acordo com o IEFP, existem atualmente em Portugal cerca de 190 empresas de trabalho temporário.
O Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT) considera que o trabalho temporário permite um regresso mais célere das pessoas ao mercado laboral, mas alerta para a perda de direitos destes trabalhadores em situações de crise.
"O trabalho temporário tem algumas vantagens reconhecidas, mas em situações de crise os trabalhadores temporários ficam particularmente vulneráveis, não só porque são os primeiros a ser despedidos, como também aceitam mais facilmente a perda dos seus direitos", disse à Lusa o socialista Vitalino Canas.
No dia em que é apresentado o 4º relatório anual, referente a 2011, sobre trabalho temporário em Portugal, Vitalino Canas refere que este "é [um relatório] de alerta para a situação dos direitos dos trabalhadores temporários, que correm o risco de se agravar" em tempos de austeridade.
Se, por um lado, "o trabalho temporário pode ser uma forma de criar emprego e, numa situação de crise, pode até gerar emprego que, de outra forma, não existia", por outro, alerta o Provedor estes trabalhadores estão mais expostos às necessidades do empregador que pode avançar para o despedimento se assim o entender.
No entanto, e apesar dos riscos que os trabalhadores enfrentam, "num cenário de crise e de reajustamento das atividades económicas o trabalho temporário é uma forma positiva de a economia se ajustar a essas alterações", entende Vitalino Canas.
Por isso, justifica, este relatório vem "chamar à atenção, sem por em causa o trabalho temporário, em situações de crise".
"É um setor onde temos de estar especialmente atentos", reitera.
O responsável defende ainda que, perante as dificuldades que o país enfrenta e a inexistência de ofertas de emprego, o papel das agências privadas de emprego é fulcral para inverter a situação e combater o desemprego que tem vindo a agravar-se em Portugal.
"As agências privadas de emprego são um fator que permite um mais célere regresso ao mercado de trabalho de trabalhadores de formação menor, bem como de pessoas que estão há algum tempo fora do mercado de trabalho, como os trabalhadores de longa duração", afirma.
De acordo com o relatório a apresentar hoje ao final da tarde, que cruza dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Confederação Internacional de Agências de Trabalho Temporário (CIETT), a maioria dos trabalhadores temporários em Portugal, bem como no conjunto da União Europeia, são jovens de 30 anos.
Em 2011, havia 87 mil trabalhadores temporários a 'full time', com horário completo, num universo de 289 mil trabalhadores colocados.
De acordo com o IEFP, existem atualmente em Portugal cerca de 190 empresas de trabalho temporário.
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