3.5.07

Campanha fez triplicar inscrições nas "Novas Oportunidades"

Alexandra Inácio, in Jornal de Notícias

Mais de 250 mil pessoas inscreveram-se no programa "Novas Oportunidades" de formação e requalificação profissional. Os ministros do Trabalho e da Educação apresentaram, ontem, esse número. Há quase um mês, Manuel Alegre classificou a maior campanha publicitária promovida pelo Governo de "imprópria de um país democrático" mas o número de inscrições desde o dia do seu lançamento revela enorme eficácia as inscrições mais do que triplicaram.

O JN fez os cálculos tendo em conta o número avançado pelo Executivo a 7 de Março (185 mil inscritos), o que significa que em menos de dois meses aderiram ao programa 65 mil pessoas. Isto é, mais de 1100 adesões por dia, enquanto até ao lançamento da campanha a média era de 348 inscrições diárias desde a apresentação do programa, em Setembro de 2005.

"Aprender compensa. Individual e colectivamente. Tudo o resto são opiniões que respeitamos sem nos desviarmos do nosso objectivo", retorquiu Vieira da Silva à Imprensa quando confrontado com as críticas de Manuel Alegre. Recorde-se que o deputado socialista condenou a campanha - em que a jornalista Judite de Sousa aparece a vender jornais num quiosque ou o treinador de futebol Carlos Queirós surge como cortador de relva num estádio - por "denegrir profissões apresentadas como desqualificantes".

O ministro do Trabalho insistiu aos jornalistas em que a mensagem veiculada pelo Governo "não é retrógrada mas de progresso todos têm o direito de ambicionar mais". A campanha vai continuar, garantiu, até entrar numa nova fase "mais informativa e dirigida para os jovens".

Em defesa da campanha, Maria de Lurdes Rodrigues alegou que há muitos concursos televisivos que transmitem a ideia "ilusão de que se pode alcançar sucesso sem esforço, estudos ou trabalho". Para a ministra da Educação, o programa "Novas Oportunidades" combate um dos maiores problemas do país o abandono precoce e o insucesso escolar.

"Nenhum país europeu tem um sistema tão inovador embora também nenhum tenha um problema da dimensão do nosso", defendeu a responsável pela Educação. Interpelada sobre o desemprego de licenciados, a ministra reduziu esses casos a "dramatismos individuais". "O desemprego de diplomados é menor e dura menos tempo", frisou. O Governo tem como metas qualificar um milhão de activos até 2010, fazer do Secundário (12º ano) o patamar mínimo de qualificação e alargar em 50% a oferta de cursos profissionalizantes. Objectivos "perfeitamente realizáveis" para Vieira da Silva. "Tendo em conta o ritmo de adesão, os recursos disponíveis pelo QREN (nove milhões de euros) e a rede montada (268 centros em todo o país)", são metas "perfeitamente possíveis de alcançar", argumentou o ministro.

Neste momento, a equiparação ao 12.º ano é feita em 31 centros no país, mas até ao fim do mês já serão 100 e até final do ano todos os centros estarão habilitados a desenvolver processos RVCC de nível secundário. Vieira da Silva garante que já há "dezenas de milhares" de inscritos.