12.12.07

Estrangeiros dizem-se discriminados

in Jornal de Notícias

O número de enfermeiros estrangeiros a trabalhar em Portugal aumentou quatro vezes entre 200 e 2004, tendo desde então estabilizado. São actualmente 2223 e 28% dizem ter sido discriminados por colegas de trabalho. Os dados constam de um estudo promovido pela Ordem do Enfermeiros a propósito do tema da Presidência Portuguesa da União Europeia - "Saúde e migrações" - e revelam ainda que 25% destes profissionais sentem-se discriminados pelos doentes.

O inquérito visou analisar as características sócio-profissionais dos enfermeiros estrangeiros e concluiu que dois terços apontam diferenças no exercício da profissão em relação ao país de origem. Mais de um terço teve dificuldades de adaptação e quase metade optou por fazer formação em língua portuguesa. A decisão de vir para Portugal prende-se com desemprego no seu país ou aquisição de experiência profissional.

A maioria destes profissionais são de origem espanhola (1487), seguindo-se os brasileiros (186), angolanos (71), guineenses (57) e alemães (40). Mais de metade deles exercem na região de Lisboa e a grande maioria trabalha em hospitais.

Um panorama que se repete entre os médicos estrangeiros a exercer entre nós. De acordo com dados da Ordem dos Médicos, são 3654 (isto é, 9,5% do total) e vêm essencialmente da União Europeia (2337), Brasil (520) e países africanos de língua portuguesa (444).