Uma loja que só vende artigos feitos por reclusos

IS, in Jornal de Notícias

Loja da Solidariedade, inaugurada ontem, é única no país

Quadros, molduras, caixas de madeira e pratos pintados à mão, roupa de bebé, calças de de ganga, mochilas e carteiras, panos bordados, brincos, colares e porta-chaves. São artigos únicos com a assinatura de reclusas e reclusos dos estabelecimentos prisionais de Santa Cruz do Bispo, Custóias e Paços de Ferreira, à venda na Loja da Solidariedade, inaugurada, ontem, da Rua da Alegria, no Porto. As receitas do espaço revertem para os criadores dos produtos colocados à venda.

"Uma experiência inovadora e um exemplo que se pode repetir no país", afirmou José Conde Rodrigues, secretário de Estado adjunto e da Justiça, considerando que o trabalho é a forma de reinserção mais firme que existe.

A possibilidade de fazer chegar ao exterior o trabalho feito nos estabelecimentos prisionais já é, em si mesmo, uma forma de reinserção social. Este é, aliás, o principal objectivo do projecto da Loja da Solidariedade, uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia do Porto que gere o Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo em parceria com a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais. O espaço na Rua da Alegria pertence à Santa Casa da Misericórdia do Porto.

Antes do provedor da Santa Casa, José Luís Novaes, e o secretário de Estado adjunto descerrarem a placa comemorativa da inauguração, a Loja da Solidariedade foi abençoada. Lembrando a proximidade do Natal, o padre referiu que "Natal é sempre que ajudamos alguém a levantar-se".

Preços acessíveis
Molduras a partir de 7,55 euros, pratos decorativos e roupa de bebé a 22,70 euros, calças de ganga e mochilas a 30 e 15 euros, respectivamente.

Onde fica
Na Rua da Alegria, n.º 1804, no Porto.