in JN
O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que, com a aprovação em votação final global da proposta de Orçamento para 2022, o país virou a página da crise política e defendeu que esse era um passo que os portugueses aguardavam.
Esta posição foi transmitida por António Costa momentos depois de o Parlamento ter aprovado a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, com votos favoráveis do PS, abstenções dos três deputados do PSD/Madeira e dos deputados únicos do PAN e Livre, e contra da bancada social-democrata, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda.
Tendo ao seu lado os ministros das Finanças, Fernando Medina, e Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, o líder do executivo defendeu que os portugueses aguardavam pela aprovação deste Orçamento.
"Virámos a página desta crise. Portanto, agora, é mesmo arregaçar as mangas e pormo-nos ao trabalho. É isso que o país precisa, é isso que os portugueses merecem e é isso que seguramente querem", considerou.
Perante os jornalistas, numa breve declaração, António Costa procurou sintetizar a sua perspetiva sobre as principais características da proposta orçamental do Governo que entrará em vigor a 7 de julho próximo.
"Este é um Orçamento que vai permitir aos jovens, à classe média e às famílias com menores rendimentos pagarem menos IRS. Vai permitir aos pensionistas receberem já a partir de julho o aumento extraordinário das suas pensões com efeitos retroativos a janeiro, assim como reforçar os equipamentos sociais, começando no Serviço Nacional de Saúde, mas, também, com o início do programa das creches gratuitas já a partir do início do próximo ano letivo", sustentou.
António Costa defendeu em seguida que o Orçamento irá melhorar "significativamente a ação escolar para todos os jovens que pretendam frequentar os seus mestrados".
"É um Orçamento que apoia fortemente a recuperação económica, seja pelo incentivo que dá às empresas para poderem investir, seja também pelo reforço do investimento público", acrescentou.
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5.7.22
"Virámos a página desta crise. Agora, é arregaçar as mangas e trabalhar", diz Costa
26.2.21
Há margem para fazer alterações dentro dos limites do Plano de Recuperação e Resiliência, diz ministra
in DN
Está em discussão pública o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que envolve 13,9 mil milhões de euros de verbas da União Europeia em subvenções a fundo perdido.
A ministra da Presidência afirma que há margem para introduzir alterações ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) após o processo de consulta pública, embora sempre dentro dos limites apertados deste programa negociado com Bruxelas.
Esta posição foi transmitida por Mariana Vieira da Silva em entrevista à Lusa, num momento em que se encontra em discussão pública o PRR, que envolve 13,9 mil milhões de euros de verbas da União Europeia em subvenções a fundo perdido.
A ministra de Estado e da Presidência, que tem no PRR a coordenação da vertente das qualificações e da dimensão denominada "vulnerabilidades sociais" dentro do pilar "Resiliência", nos quais se incluem as áreas da saúde e da habitação, entre outras, afirma que o executivo socialista pretende estimular a discussão pública do documento com debates setoriais e com consultas aos diferentes conselhos que existem nos diferentes campos setoriais.
Segundo Mariana Vieira da Silva, ao longo do processo de consulta pública, o executivo pretende promover uma discussão transversal do documento, mas, também, concretizar um debate focado em áreas mais relevantes do programa.
"Teremos seminários para colocar em diálogo a academia, a sociedade civil, as organizações não governamentais e administração pública. Vamos animar um debate e não apenas ficar à espera dos contributos da discussão pública. Isto para que ainda possam ser feitas alterações como resultado da discussão pública", salienta a ministra de Estado e da Presidência.
Governo tem "disponibilidade para fazer acertos" no plano
Neste ponto, Mariana Vieira da Silva frisa que o Governo tem "disponibilidade para fazer acertos, umas vezes para explicar melhor algumas coisas, outras para tornar mais visíveis algumas dimensões que, embora estando presentes [no documento], poderão merecer mais destaque".
"As negociações com Bruxelas são por vezes muito técnicas, designadamente como se pode processar a utilização do programa, ou em que tipo de despesas se pode utilizar o dinheiro. Mas isso não significa que não haja margens para introduzir melhorias nas diferentes áreas, pequenos acertos. Este documento já é conhecido em versões anteriores há muito tempo, mas ainda temos margem para fazer algumas alterações, naturalmente dentro dos limites que o programa tem - e o programa tem muitos limites", adverte.
Interrogada sobre em que medida pode o PRR merecer um amplo consenso político, designadamente com o PSD, a ministra da Presidência alega que "o Governo tem procurado fazer uma concertação forte destes investimentos de longo prazo no seio do parlamento".
"Essa concertação foi concretizada no Plano Nacional de Infraestruturas, que é uma das partes muito significativas e que tem no PRR muitos dos seus investimentos estruturantes, também no acordo sobre fundos [europeus]. E, neste âmbito, temos procurado respostas a problemas que são reconhecidos por todos", responde.
No plano estritamente político, Mariana Vieira da Silva observa que "a margem para consensos não tem sido muito desenvolvida nos últimos tempos".
"A nossa perspetiva é sempre de uma discussão muito alargada - e foi isso que fizemos em todas as horas desde o planeamento estratégico. Aqui, no PRR, precisamos de garantir que a economia portuguesa rapidamente pode começar a beneficiar destes volumes financeiros", adverte logo a seguir.
Ainda relativamente à questão dos consensos políticos em torno do PRR, Mariana Vieira da Silva sustenta também que o Governo está a "responder a um conjunto de prioridades já muito debatidas com a sociedade portuguesa".
"Este tipo de políticas são da responsabilidade do Governo. Muitos destes investimentos fazem parte do Orçamento do Estado. Julgo que não tem faltado debate no parlamento em torno da construção de um compromisso sobre isto. Cabe ao Governo definir estas respostas e é isso que temos feito", acrescenta.
Está em discussão pública o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que envolve 13,9 mil milhões de euros de verbas da União Europeia em subvenções a fundo perdido.
Esta posição foi transmitida por Mariana Vieira da Silva em entrevista à Lusa, num momento em que se encontra em discussão pública o PRR, que envolve 13,9 mil milhões de euros de verbas da União Europeia em subvenções a fundo perdido.
A ministra de Estado e da Presidência, que tem no PRR a coordenação da vertente das qualificações e da dimensão denominada "vulnerabilidades sociais" dentro do pilar "Resiliência", nos quais se incluem as áreas da saúde e da habitação, entre outras, afirma que o executivo socialista pretende estimular a discussão pública do documento com debates setoriais e com consultas aos diferentes conselhos que existem nos diferentes campos setoriais.
Segundo Mariana Vieira da Silva, ao longo do processo de consulta pública, o executivo pretende promover uma discussão transversal do documento, mas, também, concretizar um debate focado em áreas mais relevantes do programa.
"Teremos seminários para colocar em diálogo a academia, a sociedade civil, as organizações não governamentais e administração pública. Vamos animar um debate e não apenas ficar à espera dos contributos da discussão pública. Isto para que ainda possam ser feitas alterações como resultado da discussão pública", salienta a ministra de Estado e da Presidência.
Governo tem "disponibilidade para fazer acertos" no plano
Neste ponto, Mariana Vieira da Silva frisa que o Governo tem "disponibilidade para fazer acertos, umas vezes para explicar melhor algumas coisas, outras para tornar mais visíveis algumas dimensões que, embora estando presentes [no documento], poderão merecer mais destaque".
"As negociações com Bruxelas são por vezes muito técnicas, designadamente como se pode processar a utilização do programa, ou em que tipo de despesas se pode utilizar o dinheiro. Mas isso não significa que não haja margens para introduzir melhorias nas diferentes áreas, pequenos acertos. Este documento já é conhecido em versões anteriores há muito tempo, mas ainda temos margem para fazer algumas alterações, naturalmente dentro dos limites que o programa tem - e o programa tem muitos limites", adverte.
Interrogada sobre em que medida pode o PRR merecer um amplo consenso político, designadamente com o PSD, a ministra da Presidência alega que "o Governo tem procurado fazer uma concertação forte destes investimentos de longo prazo no seio do parlamento".
"Essa concertação foi concretizada no Plano Nacional de Infraestruturas, que é uma das partes muito significativas e que tem no PRR muitos dos seus investimentos estruturantes, também no acordo sobre fundos [europeus]. E, neste âmbito, temos procurado respostas a problemas que são reconhecidos por todos", responde.
No plano estritamente político, Mariana Vieira da Silva observa que "a margem para consensos não tem sido muito desenvolvida nos últimos tempos".
"A nossa perspetiva é sempre de uma discussão muito alargada - e foi isso que fizemos em todas as horas desde o planeamento estratégico. Aqui, no PRR, precisamos de garantir que a economia portuguesa rapidamente pode começar a beneficiar destes volumes financeiros", adverte logo a seguir.
Ainda relativamente à questão dos consensos políticos em torno do PRR, Mariana Vieira da Silva sustenta também que o Governo está a "responder a um conjunto de prioridades já muito debatidas com a sociedade portuguesa".
"Este tipo de políticas são da responsabilidade do Governo. Muitos destes investimentos fazem parte do Orçamento do Estado. Julgo que não tem faltado debate no parlamento em torno da construção de um compromisso sobre isto. Cabe ao Governo definir estas respostas e é isso que temos feito", acrescenta.
19.11.20
Actividade económica regista ritmo mais lento de recuperação em Setembro
O indicador de confiança dos consumidores aumentou em Outubro, mas mantém-se abaixo dos níveis pré-pandemia, indica o Instituto Nacional de Estatística.
A recuperação da actividade económica revelou um ritmo mais lento em Setembro, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a Síntese Económica de Conjuntura, “o indicador de actividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que reflectem a evolução da economia, continuou a recuperar em Setembro, mas a um ritmo mais lento que o observado desde Maio, após ter registado o mínimo da série em Abril [-9,4 pontos]”.
O indicador da actividade económica atingiu em Setembro os -1,1 pontos, depois de em Agosto ter registado os -1,6 pontos e em Julho os -2,6 pontos.
Os indicadores de curto prazo relativos à actividade económica na perspectiva de produção, disponíveis para Setembro, recuperaram parcialmente, reflectindo o contexto de reabertura da actividade económica, depois de terem registado mínimos em Abril e Maio, em resultado da aplicação de medidas de contenção à propagação da covid-19.
Segundo o INE, para Outubro, a informação disponível revela a manutenção do ritmo lento de recuperação da actividade económica, com vários indicadores já disponíveis a assinalar esta tendência.
O indicador de confiança dos consumidores aumentou em Outubro e o indicador de clima económico prolongou o perfil de recuperação observado desde Maio, mas situando-se ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.
Os indicadores de confiança aumentaram em todos os sectores, Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas, Comércio e Serviços.
A recuperação da actividade económica revelou um ritmo mais lento em Setembro, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a Síntese Económica de Conjuntura, “o indicador de actividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que reflectem a evolução da economia, continuou a recuperar em Setembro, mas a um ritmo mais lento que o observado desde Maio, após ter registado o mínimo da série em Abril [-9,4 pontos]”.
O indicador da actividade económica atingiu em Setembro os -1,1 pontos, depois de em Agosto ter registado os -1,6 pontos e em Julho os -2,6 pontos.
Os indicadores de curto prazo relativos à actividade económica na perspectiva de produção, disponíveis para Setembro, recuperaram parcialmente, reflectindo o contexto de reabertura da actividade económica, depois de terem registado mínimos em Abril e Maio, em resultado da aplicação de medidas de contenção à propagação da covid-19.
Segundo o INE, para Outubro, a informação disponível revela a manutenção do ritmo lento de recuperação da actividade económica, com vários indicadores já disponíveis a assinalar esta tendência.
O indicador de confiança dos consumidores aumentou em Outubro e o indicador de clima económico prolongou o perfil de recuperação observado desde Maio, mas situando-se ainda abaixo dos níveis pré-pandemia.
Os indicadores de confiança aumentaram em todos os sectores, Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas, Comércio e Serviços.
18.11.20
Já ouviu falar da recuperação em K? Então veja o que o 'pai' da teoria tem para lhe dizer
Jorge Nascimento Rodrigues, in Expresso
A recessão atual aponta para uma retoma económica bifurcada, com países e sectores a crescerem e outros em crise prolongada, diz o académico Peter Atwater em entrevista exclusiva ao Expresso
A letra que está a ensombrar esta crise provocada pela pandemia da covid-19 é o K, avisa Peter Atwater, professor de economia na Universidade William and Mary, na Virgínia, nos Estados Unidos, uma das mais antigas do país.
O K significa, desta vez, uma bifurcação clara na retoma económica, avançou o académico para distinguir o que se está a passar em relação a outros 'perfis' clássicos de crises. O típico na história das crises é que o ciclo desenhe um V - com uma recuperação rápida - ou, no caso pessimista, que a economia sofra uma recaída em recessão, prefigurando um W.
O K, de que fala Peter Atwater, distingue-se dos outros tipos de recuperação que os economistas têm classificado usando letras do alfabeto (ver Alfabeto das Retomas). No caso de um ciclo em K, uma parte da economia de cada país e alguns países à escala mundial vão registar, de facto, uma recuperação em V (rápida e uniforme) em 2020 e 2021, mas outros sectores e países vão aprofundar a recessão e poderão mesmo sofrer uma depressão por algum tempo.
“Portugal, dada a sua dependência do turismo, que globalmente está de rastos e não se sabe quando regressará à dinâmica anterior à pandemia, vai ter uma retoma muito mais lenta do que o normal”, vaticina o académico em entrevista ao Expresso.
Se recorresse à fauna selvagem, em vez do abecedário, Atwater diz para imaginarmos as duas mandíbulas de um crocodilo bem abertas, precisamente em K. O risco, ironiza, é que se fechem e não haja retoma de tipo nenhum.
PSICOLOGIA DE MASSAS
"Tudo vai depender da psicologia de massas", adianta Atwater, que desde a crise financeira de 2008 se especializou no estudo da confiança dos agentes económicos, o que o levou a criar, naquele ano, uma consultora, a Financial Insygths, depois de anos no mundo da finança, nomeadamente no JP Morgan.
Muito do que vai acontecer nas retomas vai depender se as pessoas encaram a recessão provocada pela pandemia da covid-19 como temporária ou mais permanente. Quanto mais pessoas em mais sectores económicos sentirem que a retoma económica vai ser vagarosa, com maior probabilidade ela será mesmo muito vagarosa”, acrescenta o académico.
O perfil da crise em K surgiu-lhe a partir da observação do que se passava no seu país. O académico norte-americano refere que começou a constatar, desde o início do segundo trimestre deste ano, “uma clara divergência” no comportamento social de dois grupos da população ativa dos EUA.
O LADO INVISÍVEL DO K
“Os profissionais mais bem pagos, que são capazes de trabalhar à distância, adaptaram-se rapidamente a um ambiente de covid-19 e viram as suas carteiras de investimento recuperarem nitidamente”, sublinha. Mas, em contraste, “o empregado dos serviços e o trabalhador fabril foram simplesmente despedidos ou entraram em lay-off”.
Há, por isso, um problema político e social muito grave: “A perna do K, em baixo, com o desemprego em massa, a execução das hipotecas e as falências, é largamente invisível para os que estão no braço do K, em cima”. A divergência no impacto da crise nestes dois grupos sociais passa-se, também, entre sectores dentro de um país, refere o entrevistado.
Atwater destaca que, no caso da União Europeia, a perna do K vai abranger cinco “ecossistemas” (como os designa Bruxelas) – turismo (o mais afetado, com 25% das perdas totais); construção civil; mobilidade (industria automóvel e sector dos transportes em geral, incluindo a aviação comercial); indústrias intensivas no consumo de energia (químicas, papel e celulose, refinação de petróleo e alimentação e bebidas); e retalho.
Finalmente, há uma terceira dimensão do K, geopolítica. Ela coloca a nu as divergências entre países, chama a atenção Peter Atwater. Esta crise vai acentuar a diferença entre filhos e enteados da economia mundial, diz o entrevistado.
O primeiro semestre desta crise gerada pela pandemia já revelou diferenças abissais na dimensão da recessão. Em termos homólogos, o Produto Interno Bruto da Índia afundou-se 20%, o da Zona Euro caiu 18,1% (com Portugal a quebrar um pouco mais, quase 19%) e o do Japão e do Brasil recuou 12%. O que contrasta com a queda, bem menor, nos EUA, de 8,7%. A China registou uma queda de menos de 4%, tendo sido a primeira grande economia do G20 a entrar em recuperação já no segundo trimestre.
Se analisarmos por outro ângulo, o da evolução da economia de um trimestre para outro - o que os economistas chamam de variação em cadeia -, a China é a única grande economia que nos nove meses deste ano já regista um crescimento de mais de 4% em relação ao último trimestre do ano anterior. Todas as outras grandes economias estão ainda no vermelho - a zona euro está quase 3% abaixo e o Japão quase 4%. Os EUA registam uma queda menor, de 1,7%.
As previsões do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia não apontam para uma recuperação em V concluída em 2021 em nenhuma grande economia, à exceção da China.
Os casos do Brasil e da Índia, duas das maiores economias emergentes do G20, são particularmente preocupantes sobre a demora que a retoma poderá ter.
Na Zona Euro, apenas Malta deverá registar uma recuperação em V.
ALFABETO DAS RETOMAS
K -- A retoma é bifurcada. Há países e sectores que recuperam rapidamente, e outros que permanecem em contração ou estagnação. Peter Atwater avançou com esta explicação para a crise em curso gerada pela Covid-19
L -- Depois de uma forte contração da economia, a recuperação é muito demorada, podendo levar décadas ou mesmo um século (como na mais demorada retoma da economia portuguesa entre 1811 e 1923).
N -- Deriva de Nike. A crise assume o formato do símbolo da Nike, com uma recuperação rápida inicial, que depois abranda, atrasando o regresso ao nível do PIB anterior à crise
U -- A retoma é mais demorada, atrasada por um período de estagnação. Também designada por crise em formato de banheira
V -- O caso clássico otimista, que se verifica a maior parte das vezes. Depois de uma recessão curta, uma recuperação rápida
W -- O pior cenário. Depois de um período curto de retoma, a economia tem uma recaída em recessão. O caso clássico é o regresso à crise nos EUA em 1937-38 depois da retoma a seguir à Grande Depressão. No caso de Portugal, registaram-se cinco crises em W desde 1865 - a mais recente entre 2009 e 2013.
A recessão atual aponta para uma retoma económica bifurcada, com países e sectores a crescerem e outros em crise prolongada, diz o académico Peter Atwater em entrevista exclusiva ao Expresso
A letra que está a ensombrar esta crise provocada pela pandemia da covid-19 é o K, avisa Peter Atwater, professor de economia na Universidade William and Mary, na Virgínia, nos Estados Unidos, uma das mais antigas do país.
O K significa, desta vez, uma bifurcação clara na retoma económica, avançou o académico para distinguir o que se está a passar em relação a outros 'perfis' clássicos de crises. O típico na história das crises é que o ciclo desenhe um V - com uma recuperação rápida - ou, no caso pessimista, que a economia sofra uma recaída em recessão, prefigurando um W.
O K, de que fala Peter Atwater, distingue-se dos outros tipos de recuperação que os economistas têm classificado usando letras do alfabeto (ver Alfabeto das Retomas). No caso de um ciclo em K, uma parte da economia de cada país e alguns países à escala mundial vão registar, de facto, uma recuperação em V (rápida e uniforme) em 2020 e 2021, mas outros sectores e países vão aprofundar a recessão e poderão mesmo sofrer uma depressão por algum tempo.
“Portugal, dada a sua dependência do turismo, que globalmente está de rastos e não se sabe quando regressará à dinâmica anterior à pandemia, vai ter uma retoma muito mais lenta do que o normal”, vaticina o académico em entrevista ao Expresso.
Se recorresse à fauna selvagem, em vez do abecedário, Atwater diz para imaginarmos as duas mandíbulas de um crocodilo bem abertas, precisamente em K. O risco, ironiza, é que se fechem e não haja retoma de tipo nenhum.
PSICOLOGIA DE MASSAS
"Tudo vai depender da psicologia de massas", adianta Atwater, que desde a crise financeira de 2008 se especializou no estudo da confiança dos agentes económicos, o que o levou a criar, naquele ano, uma consultora, a Financial Insygths, depois de anos no mundo da finança, nomeadamente no JP Morgan.
Muito do que vai acontecer nas retomas vai depender se as pessoas encaram a recessão provocada pela pandemia da covid-19 como temporária ou mais permanente. Quanto mais pessoas em mais sectores económicos sentirem que a retoma económica vai ser vagarosa, com maior probabilidade ela será mesmo muito vagarosa”, acrescenta o académico.
O perfil da crise em K surgiu-lhe a partir da observação do que se passava no seu país. O académico norte-americano refere que começou a constatar, desde o início do segundo trimestre deste ano, “uma clara divergência” no comportamento social de dois grupos da população ativa dos EUA.
O LADO INVISÍVEL DO K
“Os profissionais mais bem pagos, que são capazes de trabalhar à distância, adaptaram-se rapidamente a um ambiente de covid-19 e viram as suas carteiras de investimento recuperarem nitidamente”, sublinha. Mas, em contraste, “o empregado dos serviços e o trabalhador fabril foram simplesmente despedidos ou entraram em lay-off”.
Há, por isso, um problema político e social muito grave: “A perna do K, em baixo, com o desemprego em massa, a execução das hipotecas e as falências, é largamente invisível para os que estão no braço do K, em cima”. A divergência no impacto da crise nestes dois grupos sociais passa-se, também, entre sectores dentro de um país, refere o entrevistado.
Atwater destaca que, no caso da União Europeia, a perna do K vai abranger cinco “ecossistemas” (como os designa Bruxelas) – turismo (o mais afetado, com 25% das perdas totais); construção civil; mobilidade (industria automóvel e sector dos transportes em geral, incluindo a aviação comercial); indústrias intensivas no consumo de energia (químicas, papel e celulose, refinação de petróleo e alimentação e bebidas); e retalho.
Finalmente, há uma terceira dimensão do K, geopolítica. Ela coloca a nu as divergências entre países, chama a atenção Peter Atwater. Esta crise vai acentuar a diferença entre filhos e enteados da economia mundial, diz o entrevistado.
O primeiro semestre desta crise gerada pela pandemia já revelou diferenças abissais na dimensão da recessão. Em termos homólogos, o Produto Interno Bruto da Índia afundou-se 20%, o da Zona Euro caiu 18,1% (com Portugal a quebrar um pouco mais, quase 19%) e o do Japão e do Brasil recuou 12%. O que contrasta com a queda, bem menor, nos EUA, de 8,7%. A China registou uma queda de menos de 4%, tendo sido a primeira grande economia do G20 a entrar em recuperação já no segundo trimestre.
Se analisarmos por outro ângulo, o da evolução da economia de um trimestre para outro - o que os economistas chamam de variação em cadeia -, a China é a única grande economia que nos nove meses deste ano já regista um crescimento de mais de 4% em relação ao último trimestre do ano anterior. Todas as outras grandes economias estão ainda no vermelho - a zona euro está quase 3% abaixo e o Japão quase 4%. Os EUA registam uma queda menor, de 1,7%.
As previsões do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia não apontam para uma recuperação em V concluída em 2021 em nenhuma grande economia, à exceção da China.
Os casos do Brasil e da Índia, duas das maiores economias emergentes do G20, são particularmente preocupantes sobre a demora que a retoma poderá ter.
Na Zona Euro, apenas Malta deverá registar uma recuperação em V.
ALFABETO DAS RETOMAS
K -- A retoma é bifurcada. Há países e sectores que recuperam rapidamente, e outros que permanecem em contração ou estagnação. Peter Atwater avançou com esta explicação para a crise em curso gerada pela Covid-19
L -- Depois de uma forte contração da economia, a recuperação é muito demorada, podendo levar décadas ou mesmo um século (como na mais demorada retoma da economia portuguesa entre 1811 e 1923).
N -- Deriva de Nike. A crise assume o formato do símbolo da Nike, com uma recuperação rápida inicial, que depois abranda, atrasando o regresso ao nível do PIB anterior à crise
U -- A retoma é mais demorada, atrasada por um período de estagnação. Também designada por crise em formato de banheira
V -- O caso clássico otimista, que se verifica a maior parte das vezes. Depois de uma recessão curta, uma recuperação rápida
W -- O pior cenário. Depois de um período curto de retoma, a economia tem uma recaída em recessão. O caso clássico é o regresso à crise nos EUA em 1937-38 depois da retoma a seguir à Grande Depressão. No caso de Portugal, registaram-se cinco crises em W desde 1865 - a mais recente entre 2009 e 2013.
9.3.15
OCDE confirma desaceleração na recuperação da atividade económica em Portugal
por Dinheiro Vivo
OCDE confirma desaceleração na recuperação da atividade económica em Portugal
Indicador mensal de janeiro recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) continua a apontar para uma desaceleração da melhoria da atividade económica em Portugal, segundo os indicadores compósitos avançados hoje divulgados.
O indicador mensal para Portugal voltou a recuar duas centésimas em janeiro, face a dezembro, para 101,27 pontos, acima do nível 100 que marca a média de longo prazo e acima da média dos países da zona euro, que progrediu 11 centésimas para 100,7 pontos.
Os indicadores compósitos apontam para a tendência de evolução futura da atividade económica num período de quatro a oito meses, antecipando inflexões no ciclo económico.
Este indicador recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último, tendo-se fixado precisamente no valor em que se encontrava neste mês (101,27 pontos).
Na zona euro, os indicadores compósitos da OCDE apontam para uma "alteração positiva no sentido de um crescimento" e para a "manutenção da tendência de crescimento" nas restantes grandes economias e na área da OCDE como um todo.
Na Alemanha, os dados disponíveis confirmam os sinais positivos registados na avaliação do mês passado, tendo as perspetivas para Itália e França também melhorado, com os indicadores compósitos a evidenciarem agora "alguns sinais no sentido de uma alteração positiva da tendência de crescimento".
Nas restantes grandes economias, a OCDE antecipa a manutenção do crescimento estável que tem vindo a registar-se, nomeadamente nos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, China e Brasil.
Quanto à Índia, os indicadores compósitos continuam a apontar para um "crescimento firme", enquanto na Rússia revelam um abrandamento do ritmo de crescimento.
OCDE confirma desaceleração na recuperação da atividade económica em Portugal
Indicador mensal de janeiro recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) continua a apontar para uma desaceleração da melhoria da atividade económica em Portugal, segundo os indicadores compósitos avançados hoje divulgados.
O indicador mensal para Portugal voltou a recuar duas centésimas em janeiro, face a dezembro, para 101,27 pontos, acima do nível 100 que marca a média de longo prazo e acima da média dos países da zona euro, que progrediu 11 centésimas para 100,7 pontos.
Os indicadores compósitos apontam para a tendência de evolução futura da atividade económica num período de quatro a oito meses, antecipando inflexões no ciclo económico.
Este indicador recuou em janeiro em Portugal pelo segundo mês consecutivo, após aumentos sucessivos desde agosto último, tendo-se fixado precisamente no valor em que se encontrava neste mês (101,27 pontos).
Na zona euro, os indicadores compósitos da OCDE apontam para uma "alteração positiva no sentido de um crescimento" e para a "manutenção da tendência de crescimento" nas restantes grandes economias e na área da OCDE como um todo.
Na Alemanha, os dados disponíveis confirmam os sinais positivos registados na avaliação do mês passado, tendo as perspetivas para Itália e França também melhorado, com os indicadores compósitos a evidenciarem agora "alguns sinais no sentido de uma alteração positiva da tendência de crescimento".
Nas restantes grandes economias, a OCDE antecipa a manutenção do crescimento estável que tem vindo a registar-se, nomeadamente nos EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, China e Brasil.
Quanto à Índia, os indicadores compósitos continuam a apontar para um "crescimento firme", enquanto na Rússia revelam um abrandamento do ritmo de crescimento.
12.5.14
«A recuperação económica sem criação de emprego não é sustentável»
in TVI24
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jack Straw, considerou hoje que Portugal melhorou a situação das suas finanças públicas durante o período de vigência do programa de ajustamento imposto pela troika, mas apontou para a necessidade de criar emprego.
«Portugal deu passos em frente durante estes três anos, o que permitiu ao primeiro-ministro anunciar a saída limpa do resgate de 78 mil milhões de euros», afirmou o deputado do Partido Trabalhista britânico, num evento em Lisboa.
Jack Straw, que foi o orador convidado para a conferência "Trazer a Europa de volta ao trabalho", apontou como exemplo as melhorias fiscais, sublinhando que Portugal «não foi o único país a sofrer uma grave crise financeira» e que «os últimos anos foram os mais difíceis para Portugal desde a revolução de há 40 anos».
Apontando para os «grandes progressos» do país desde o fim da ditadura, Jack Straw realçou que Portugal «ainda tem uma taxa de desemprego muito alta» e que «um dos principais problemas que Portugal enfrenta tem a ver com a emigração dos jovens mais qualificados, que criará no futuro um problema demográfico».
E reforçou: «A recuperação económica sem criação de emprego não é sustentável».
Já à margem da conferência, questionado pelos jornalistas
sobre a decisão do executivo de Passos Coelho por uma saída limpa do programa da troika, o político britânico disse que se trata de «uma decisão do Governo», mas que «o mais importante é que é a decisão que reunia maior apoio».
Mesmo assim, considerou a saída à irlandesa, isto é, sem recurso a um programa cautelar, «uma boa notícia».
O deputado trabalhista insistiu que «o maior problema em Portugal é o desemprego jovem, que leva à emigração» de milhares de profissionais bem preparados que não encontram colocação no mercado de trabalho interno.
«Atacar este problema deve ser a prioridade, não só em Portugal, mas ao nível da União Europeia», vincou.
Sobre o papel da moeda única europeia na crise, Jack Straw salientou que sempre foi um opositor da entrada do Reino Unido no euro.
«Ninguém sabe o que teria acontecido a Portugal se não tivesse aderido ao euro», disse, constatando que, apesar de tudo, «os principais partidos [portugueses] continuam vinculados à Europa» e ao projeto da moeda única.
Certo é que, segundo o político britânico, «se há uma moeda única, tem que haver soluções únicas» de âmbito europeu para responder à crise.
Questionado sobre as suas declarações, em 2011, acerca de existir a possibilidade de a União Monetária falhar na Europa, o antigo ministro do governo de Tony Blair frisou que, de facto, alertou na altura para esse risco.
«Se tivesse acontecido nalgum país [a tomada de decisão de deixar de pertencer à moeda única], era destrutivo para toda a Europa», considerou.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jack Straw, considerou hoje que Portugal melhorou a situação das suas finanças públicas durante o período de vigência do programa de ajustamento imposto pela troika, mas apontou para a necessidade de criar emprego.
«Portugal deu passos em frente durante estes três anos, o que permitiu ao primeiro-ministro anunciar a saída limpa do resgate de 78 mil milhões de euros», afirmou o deputado do Partido Trabalhista britânico, num evento em Lisboa.
Jack Straw, que foi o orador convidado para a conferência "Trazer a Europa de volta ao trabalho", apontou como exemplo as melhorias fiscais, sublinhando que Portugal «não foi o único país a sofrer uma grave crise financeira» e que «os últimos anos foram os mais difíceis para Portugal desde a revolução de há 40 anos».
Apontando para os «grandes progressos» do país desde o fim da ditadura, Jack Straw realçou que Portugal «ainda tem uma taxa de desemprego muito alta» e que «um dos principais problemas que Portugal enfrenta tem a ver com a emigração dos jovens mais qualificados, que criará no futuro um problema demográfico».
E reforçou: «A recuperação económica sem criação de emprego não é sustentável».
Já à margem da conferência, questionado pelos jornalistas
sobre a decisão do executivo de Passos Coelho por uma saída limpa do programa da troika, o político britânico disse que se trata de «uma decisão do Governo», mas que «o mais importante é que é a decisão que reunia maior apoio».
Mesmo assim, considerou a saída à irlandesa, isto é, sem recurso a um programa cautelar, «uma boa notícia».
O deputado trabalhista insistiu que «o maior problema em Portugal é o desemprego jovem, que leva à emigração» de milhares de profissionais bem preparados que não encontram colocação no mercado de trabalho interno.
«Atacar este problema deve ser a prioridade, não só em Portugal, mas ao nível da União Europeia», vincou.
Sobre o papel da moeda única europeia na crise, Jack Straw salientou que sempre foi um opositor da entrada do Reino Unido no euro.
«Ninguém sabe o que teria acontecido a Portugal se não tivesse aderido ao euro», disse, constatando que, apesar de tudo, «os principais partidos [portugueses] continuam vinculados à Europa» e ao projeto da moeda única.
Certo é que, segundo o político britânico, «se há uma moeda única, tem que haver soluções únicas» de âmbito europeu para responder à crise.
Questionado sobre as suas declarações, em 2011, acerca de existir a possibilidade de a União Monetária falhar na Europa, o antigo ministro do governo de Tony Blair frisou que, de facto, alertou na altura para esse risco.
«Se tivesse acontecido nalgum país [a tomada de decisão de deixar de pertencer à moeda única], era destrutivo para toda a Europa», considerou.
5.5.14
Riscos permanecem negativos em Portugal apesar da recuperação económica
in iOnline
A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe nos 0,4% este ano e que suba para os 1,1% em 2015, em linha com uma aceleração modesta nos salários
A Comissão Europeia (CE) considerou hoje que a recuperação económica de Portugal "parece estar a tornar-se progressivamente mais equilibrada e impulsionada pela procura doméstica", mas alertou que "permanecem os riscos negativos".
Nas previsões económicas da primavera, hoje divulgadas, a CE adverte que "os riscos à previsão macroeconómica estão inclinados para o lado negativo", uma vez que "a recuperação do crédito, o elevado endividamento do setor privado e a consolidação orçamental em curso podem ser um obstáculo maior do que o esperado à procura doméstica".
Referindo que as condições de financiamento da economia portuguesa estão "relativamente favoráveis neste momento", a Comissão alerta, no entanto, que "o sentimento dos investidores tem sido volátil no passado".
Além disso, Bruxelas considera que o desempenho das exportações portuguesas está ainda "altamente dependente" do ambiente económico na Europa.
Quanto aos riscos orçamentais, a Comissão entende que estão "a tornar-se mais equilibrados" e que o objetivo de reduzir o défice para os 4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano "está ao alcance".
"Embora os riscos para alcançar o objetivo do défice de 2014 se tenham tornado mais equilibrados, os riscos negativos ainda são importantes", sublinha Bruxelas, considerando que estes riscos são "sobretudo de natureza legal", uma vez que foram submetidos ao escrutínio do Tribunal Constitucional elementos fundamentais do Orçamento do Estado para 2014 e do Orçamento Retificativo.
Como elemento positivo, a Comissão destaca que "um crescimento mais forte [do que os 1,2% previstos para 2014] pode aumentar as receitas mais do que o esperado".
Quanto à evolução dos preços, Bruxelas considera que, "apesar da recente desaceleração dos preços, as expectativas da inflação parecem estar ancoradas de forma firme em território positivo, sugerindo alguma aceleração dos preços no final de 2014".
A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe nos 0,4% este ano e que suba para os 1,1% em 2015, em linha com uma aceleração modesta nos salários.
A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe nos 0,4% este ano e que suba para os 1,1% em 2015, em linha com uma aceleração modesta nos salários
A Comissão Europeia (CE) considerou hoje que a recuperação económica de Portugal "parece estar a tornar-se progressivamente mais equilibrada e impulsionada pela procura doméstica", mas alertou que "permanecem os riscos negativos".
Nas previsões económicas da primavera, hoje divulgadas, a CE adverte que "os riscos à previsão macroeconómica estão inclinados para o lado negativo", uma vez que "a recuperação do crédito, o elevado endividamento do setor privado e a consolidação orçamental em curso podem ser um obstáculo maior do que o esperado à procura doméstica".
Referindo que as condições de financiamento da economia portuguesa estão "relativamente favoráveis neste momento", a Comissão alerta, no entanto, que "o sentimento dos investidores tem sido volátil no passado".
Além disso, Bruxelas considera que o desempenho das exportações portuguesas está ainda "altamente dependente" do ambiente económico na Europa.
Quanto aos riscos orçamentais, a Comissão entende que estão "a tornar-se mais equilibrados" e que o objetivo de reduzir o défice para os 4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano "está ao alcance".
"Embora os riscos para alcançar o objetivo do défice de 2014 se tenham tornado mais equilibrados, os riscos negativos ainda são importantes", sublinha Bruxelas, considerando que estes riscos são "sobretudo de natureza legal", uma vez que foram submetidos ao escrutínio do Tribunal Constitucional elementos fundamentais do Orçamento do Estado para 2014 e do Orçamento Retificativo.
Como elemento positivo, a Comissão destaca que "um crescimento mais forte [do que os 1,2% previstos para 2014] pode aumentar as receitas mais do que o esperado".
Quanto à evolução dos preços, Bruxelas considera que, "apesar da recente desaceleração dos preços, as expectativas da inflação parecem estar ancoradas de forma firme em território positivo, sugerindo alguma aceleração dos preços no final de 2014".
A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe nos 0,4% este ano e que suba para os 1,1% em 2015, em linha com uma aceleração modesta nos salários.
29.1.14
País que deixou cair os bancos já tem desemprego nos 4%
António Freitas de Sousa, in Económico
Os islandeses não resgataram o sistema bancário. Mas a economia recuperou rapidamente: cresce a 2,7% e taxa de desemprego ronda os 4%.
A Islândia, em Setembro de 2008, tornou-se o primeiro país fora dos EUA a sofrer com os desvarios do sistema financeiro, que passaram à história sob o nome de ‘subprime'.
O figurino da crise espalhar-se-ia rapidamente: o sistema bancário entrou em falência - os bancos Kaupthing, Glitnir e Landsbanki Islands fechariam as portas menos de um ano e meio depois -, o mercado de capitais colapsou, as famílias acumularam dívidas astronómicas e a inflação entrou de rompante no dia-a-dia dos islandeses. Nas fronteiras, os credores internacionais faziam fila para serem reembolsados. Contra todas as expectativas, o governo islandês decidiu não seguir o ‘road book' que as instâncias internacionais propunham como solução: não ajudaram os bancos a saírem de uma dívida na ordem dos 60 mil milhões de euros, seis vezes mais que o PIB do arquipélago. Sigmundur Gunnlaugsson, o primeiro-ministro liberal de 38 anos, mantém hoje a rota: os problemas da banca "não vão passar a ser dívida soberana".
A Islândia continua a debater-se com uma série de casos em tribunal levantados pelos credores britânicos e holandeses, mas isso ainda não é suficiente para alterar as opções económicas do governo. E, apesar da pressão internacional, a economia está a responder positivamente graças a uma profunda depreciação da coroa islandesa, um instrumento fora do alcance dos países periféricos do euro.
No último ano, segundo a Bloomberg, a coroa apreciou cerca de 10% face ao euro mas o câmbio de 156 coroas por cada euro continua muito longe das 88 registadas, em média, em 2007. Segundo a OCDE, a Islândia vai crescer 2,7% em 2014, contra os 2,3% da média dos membros da organização. Por outro lado - e esse é o problema que está na ordem do dia - o governo quer adoptar medidas que permitam estabilizar o desemprego nos 2%.Um esforço assinalável, dado que, em Dezembro, a taxa de desemprego estava nos 4%, que compara com os 26% da Grécia, os 25% de Espanha e os 15,6% de Portugal.
Gunnlaugsson é peremptório: "Os islandeses não estão acostumados ao desemprego". O país estima alocar 43% do orçamento à economia social este ano. Uma das últimas decisões nesta área foi isolar 7% do PIB para aliviar as dívidas hipotecárias dos que enfrentam o risco de despejo. "O aumento da estabilidade vai significar mais investimentos, mais empregos, mais criação de riqueza, para que possamos manter o Estado social islandês", disse Gunnlaugsson. Quanto aos credores, vão ter de esperar.
Os islandeses não resgataram o sistema bancário. Mas a economia recuperou rapidamente: cresce a 2,7% e taxa de desemprego ronda os 4%.
A Islândia, em Setembro de 2008, tornou-se o primeiro país fora dos EUA a sofrer com os desvarios do sistema financeiro, que passaram à história sob o nome de ‘subprime'.
O figurino da crise espalhar-se-ia rapidamente: o sistema bancário entrou em falência - os bancos Kaupthing, Glitnir e Landsbanki Islands fechariam as portas menos de um ano e meio depois -, o mercado de capitais colapsou, as famílias acumularam dívidas astronómicas e a inflação entrou de rompante no dia-a-dia dos islandeses. Nas fronteiras, os credores internacionais faziam fila para serem reembolsados. Contra todas as expectativas, o governo islandês decidiu não seguir o ‘road book' que as instâncias internacionais propunham como solução: não ajudaram os bancos a saírem de uma dívida na ordem dos 60 mil milhões de euros, seis vezes mais que o PIB do arquipélago. Sigmundur Gunnlaugsson, o primeiro-ministro liberal de 38 anos, mantém hoje a rota: os problemas da banca "não vão passar a ser dívida soberana".
A Islândia continua a debater-se com uma série de casos em tribunal levantados pelos credores britânicos e holandeses, mas isso ainda não é suficiente para alterar as opções económicas do governo. E, apesar da pressão internacional, a economia está a responder positivamente graças a uma profunda depreciação da coroa islandesa, um instrumento fora do alcance dos países periféricos do euro.
No último ano, segundo a Bloomberg, a coroa apreciou cerca de 10% face ao euro mas o câmbio de 156 coroas por cada euro continua muito longe das 88 registadas, em média, em 2007. Segundo a OCDE, a Islândia vai crescer 2,7% em 2014, contra os 2,3% da média dos membros da organização. Por outro lado - e esse é o problema que está na ordem do dia - o governo quer adoptar medidas que permitam estabilizar o desemprego nos 2%.Um esforço assinalável, dado que, em Dezembro, a taxa de desemprego estava nos 4%, que compara com os 26% da Grécia, os 25% de Espanha e os 15,6% de Portugal.
Gunnlaugsson é peremptório: "Os islandeses não estão acostumados ao desemprego". O país estima alocar 43% do orçamento à economia social este ano. Uma das últimas decisões nesta área foi isolar 7% do PIB para aliviar as dívidas hipotecárias dos que enfrentam o risco de despejo. "O aumento da estabilidade vai significar mais investimentos, mais empregos, mais criação de riqueza, para que possamos manter o Estado social islandês", disse Gunnlaugsson. Quanto aos credores, vão ter de esperar.
12.11.13
OCDE volta a perspectivar recuperação económica para Portugal
in iOnline
Segundo a organização, “os indicadores compósitos avançados apontam melhorias no crescimento da maior parte dos países da OCDE e, possivelmente, também na China”
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) volta hoje a perspetivar uma melhoria da atividade económica em Portugal e no conjunto da zona euro, assim como nos principais países que integram a organização.
Segundo os indicadores compósitos avançados de setembro hoje divulgados pela OCDE - que identificam tendências de melhoria ou abrandamento da atividade económica num período futuro entre seis a nove meses - mantém-se para Portugal a subida das expectativas de recuperação da economia registadas há mais de um ano: os indicadores compósitos avançados situam-se nos 101.3, acima da média de longo prazo de 100 pontos.
Uma tendência que se estende ao conjunto dos 17 países da zona euro (100.7), nomeadamente a Espanha (102.1), Grécia (101.8) e Irlanda (101.6).
Segundo a organização, “os indicadores compósitos avançados apontam melhorias no crescimento da maior parte dos países da OCDE e, possivelmente, também na China”.
“No conjunto da zona euro, os indicadores continuam a indicar uma aceleração da tendência de crescimento”, refere, destacando a “consolidação do crescimento” no caso da Alemanha e os “sinais positivos” na Itália e na França.
Nas economias emergentes, os indicadores apontam para “sinais positivos” na China e para um “crescimento em torno da média” na Rússia.
Já no Brasil e na Índia, os indicadores compósitos avançados continuam a apontar para um crescimento abaixo das taxas médias.
Segundo a organização, “os indicadores compósitos avançados apontam melhorias no crescimento da maior parte dos países da OCDE e, possivelmente, também na China”
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) volta hoje a perspetivar uma melhoria da atividade económica em Portugal e no conjunto da zona euro, assim como nos principais países que integram a organização.
Segundo os indicadores compósitos avançados de setembro hoje divulgados pela OCDE - que identificam tendências de melhoria ou abrandamento da atividade económica num período futuro entre seis a nove meses - mantém-se para Portugal a subida das expectativas de recuperação da economia registadas há mais de um ano: os indicadores compósitos avançados situam-se nos 101.3, acima da média de longo prazo de 100 pontos.
Uma tendência que se estende ao conjunto dos 17 países da zona euro (100.7), nomeadamente a Espanha (102.1), Grécia (101.8) e Irlanda (101.6).
Segundo a organização, “os indicadores compósitos avançados apontam melhorias no crescimento da maior parte dos países da OCDE e, possivelmente, também na China”.
“No conjunto da zona euro, os indicadores continuam a indicar uma aceleração da tendência de crescimento”, refere, destacando a “consolidação do crescimento” no caso da Alemanha e os “sinais positivos” na Itália e na França.
Nas economias emergentes, os indicadores apontam para “sinais positivos” na China e para um “crescimento em torno da média” na Rússia.
Já no Brasil e na Índia, os indicadores compósitos avançados continuam a apontar para um crescimento abaixo das taxas médias.
7.10.13
Mais exportações e menos desemprego, diz Governo
Por: TVI24
Secretário de Estado Adjunto e da Economia, acredita que Portugal está numa trajetória de recuperação da sua dívida externa
Portugal está numa trajetória de recuperação da sua dívida externa e já não está a viver acima das suas possibilidades, afirmou hoje o secretário de Estado Adjunto e da Economia, durante o Fórum Empresarial do Algarve.
Durante o encerramento da sessão desta manhã onde foi debatido o futuro dos países do sul da Europa, Leonardo Mathias destacou os bons resultados que as empresas portuguesas estão a apresentar ao nível das exportações de bens e serviços.
Afirmações atestadas com os dados económicos oficiais que dão conta de um crescimento das exportações portuguesas que, durante o segundo trimestre deste ano, representaram 41 por cento do PIB (Produto Interno Bruto).
Leonardo Mathias frisou que esta aposta na exportação e diversificação das empresas portuguesas está a alargar-se à economia global e não se cinge tanto ao universo europeu.
«Quem diria há três ou quatro meses que Portugal iria ter estes níveis de crescimento», disse aquele representante do Governo, reportando-se aos resultados económicos portugueses que dão conta de um crescimento de 1,1 por cento do PIB baseado no crescimento das exportações, na estabilização da procura interna e na redução da taxa de desemprego que passou de 17,7 por cento para 16,4 por cento.
«As boas notícias são sempre relativas enquanto houver desemprego», disse o secretário de Estado Adjunto parafraseando Durão Barroso que participou no Fórum Empresarial do Algarve que decorre até domingo, em Vilamoura.
Os números apresentados pelo secretário de Estado indicam que em 2012 as exportações portuguesas para clientes não europeus atingiram os 29 por cento do total de exportações, enquanto em 2000 estavam nos 17,8 por cento.
Dados que levaram Leonardo Mathias a concluir que o país está numa reta de recuperação de competitividade nacional.
Secretário de Estado Adjunto e da Economia, acredita que Portugal está numa trajetória de recuperação da sua dívida externa
Portugal está numa trajetória de recuperação da sua dívida externa e já não está a viver acima das suas possibilidades, afirmou hoje o secretário de Estado Adjunto e da Economia, durante o Fórum Empresarial do Algarve.
Durante o encerramento da sessão desta manhã onde foi debatido o futuro dos países do sul da Europa, Leonardo Mathias destacou os bons resultados que as empresas portuguesas estão a apresentar ao nível das exportações de bens e serviços.
Afirmações atestadas com os dados económicos oficiais que dão conta de um crescimento das exportações portuguesas que, durante o segundo trimestre deste ano, representaram 41 por cento do PIB (Produto Interno Bruto).
Leonardo Mathias frisou que esta aposta na exportação e diversificação das empresas portuguesas está a alargar-se à economia global e não se cinge tanto ao universo europeu.
«Quem diria há três ou quatro meses que Portugal iria ter estes níveis de crescimento», disse aquele representante do Governo, reportando-se aos resultados económicos portugueses que dão conta de um crescimento de 1,1 por cento do PIB baseado no crescimento das exportações, na estabilização da procura interna e na redução da taxa de desemprego que passou de 17,7 por cento para 16,4 por cento.
«As boas notícias são sempre relativas enquanto houver desemprego», disse o secretário de Estado Adjunto parafraseando Durão Barroso que participou no Fórum Empresarial do Algarve que decorre até domingo, em Vilamoura.
Os números apresentados pelo secretário de Estado indicam que em 2012 as exportações portuguesas para clientes não europeus atingiram os 29 por cento do total de exportações, enquanto em 2000 estavam nos 17,8 por cento.
Dados que levaram Leonardo Mathias a concluir que o país está numa reta de recuperação de competitividade nacional.
20.9.13
FMI alerta que recuperação “a várias velocidades” ameaça crescimento
por Sandra Afonso, in RR
Directora do Fundo Monetário Internacional defende ainda que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
A recuperação mundial segue a múltiplas velocidades, o que representa mais uma ameaça ao crescimento global. São avisos deixados esta quinta-feira pela directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, a duas semanas da actualização das previsões para o crescimento mundial.
“O FMI divulgará em breve as novas previsões, dentro de duas semanas, mas posso dizer que enquanto vemos alguns sinais de recuperação, o crescimento global continua condicionado”, começou por argumentar Christine Lagarde, num discurso na Câmara do Comércio norte-americana em que falava sobre as perspectivas para uma economia global dinâmica.
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional continuou dizendo que “a história é mais complexa”. “Há cerca de seis meses falávamos de uma recuperação a três velocidades. Bem, parece que existem múltiplas velocidades em acção. Também sabemos que os benefícios do crescimento não estão a ser partilhados a nível mundial, o que conduz a potenciais riscos de instabilidade.”
Ainda assim Lagarde considerou que “as economias avançadas, com destaque para os Estados Unidos, Europa e Japão, estão melhor agora do que há seis meses”.
O FMI defende também que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
Depois de divulgado o relatório do Fundo Monetário Internacional, onde se defende que os ajustamentos não devem ser bruscos, agora a directora-geral vem lembrar que a fase de transição também deve ser ajustada.
Christine Lagarde diz, por isso, que a posição do Fundo “é que a saída de políticas de monitorização convencionais, necessárias para a recuperação da economia, devem ser graduais, ligadas a progressos no crescimento e emprego, devidamente documentados, e devem ser claramente comunicados em diálogo com restantes actores das políticas de monitorização”.
Lagarde defende ainda o FMI das críticas recentes, sobre a forma como estão a ser conduzidos os resgates e lembra que os técnicos não são “fiscais”, mas “macroeconomistas”, que se preocupam também “com temas como o crescimento e o emprego”.
Directora do Fundo Monetário Internacional defende ainda que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
A recuperação mundial segue a múltiplas velocidades, o que representa mais uma ameaça ao crescimento global. São avisos deixados esta quinta-feira pela directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, a duas semanas da actualização das previsões para o crescimento mundial.
“O FMI divulgará em breve as novas previsões, dentro de duas semanas, mas posso dizer que enquanto vemos alguns sinais de recuperação, o crescimento global continua condicionado”, começou por argumentar Christine Lagarde, num discurso na Câmara do Comércio norte-americana em que falava sobre as perspectivas para uma economia global dinâmica.
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional continuou dizendo que “a história é mais complexa”. “Há cerca de seis meses falávamos de uma recuperação a três velocidades. Bem, parece que existem múltiplas velocidades em acção. Também sabemos que os benefícios do crescimento não estão a ser partilhados a nível mundial, o que conduz a potenciais riscos de instabilidade.”
Ainda assim Lagarde considerou que “as economias avançadas, com destaque para os Estados Unidos, Europa e Japão, estão melhor agora do que há seis meses”.
O FMI defende também que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
Depois de divulgado o relatório do Fundo Monetário Internacional, onde se defende que os ajustamentos não devem ser bruscos, agora a directora-geral vem lembrar que a fase de transição também deve ser ajustada.
Christine Lagarde diz, por isso, que a posição do Fundo “é que a saída de políticas de monitorização convencionais, necessárias para a recuperação da economia, devem ser graduais, ligadas a progressos no crescimento e emprego, devidamente documentados, e devem ser claramente comunicados em diálogo com restantes actores das políticas de monitorização”.
Lagarde defende ainda o FMI das críticas recentes, sobre a forma como estão a ser conduzidos os resgates e lembra que os técnicos não são “fiscais”, mas “macroeconomistas”, que se preocupam também “com temas como o crescimento e o emprego”.
11.9.13
Durão Barroso diz que a recuperação da economia europeia está a chegar
in Jornal de Notícias
O presidente da Comissão Europeu afirmou hoje que o crescimento está acelerar na Europa e os países mais vulneráveis começam a apresentar resultados positivos, mas advertiu que não existe verdadeira recuperação com os atuais níveis de desemprego.
No discurso do Estado da União, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, José Manuel Durão Barroso saudou os dados económicos mais recentes, advogando que os sinais de inversão de tendência económica são motivo de otimismo.
"Os países mais vulneráveis começam a apresentar resultados positivos", afirmou o chefe do executivo comunitário, que apontou como exemplo Portugal, cujos últimos dados apontam para um crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto.
"Estamos a ver que é possível ganhar esta batalha", afirmou Durão Barroso, reconhecendo no entanto que esta recuperação é "ainda frágil".
Num discurso de cerca de 45 minutos, Barroso referiu que é preciso fazer mais no combate ao desemprego e no financiamento da economia real: "Não podemos permitir uma recuperação sem postos de trabalho."
"O crédito ainda não está a chegar a toda a zona euro, apesar de tudo o que fizemos, e isso tem de acontecer, temos de alcançar o crescimento necessário para resolver o problema mais grave dos nossos dias, o desemprego, [que chegou a] um nível insustentável do ponto de vista económico e inaceitável do ponto de vista social", declarou o presidente da Comissão Europeia,
Durão Barroso deixou também um aviso sobre a dimensão e as características da crise, frisando que se vive "um período de transformação da História", e que o grande risco pode ser "a falta de estabilidade e determinação" dos governantes europeus.
"As pessoas pensam que depois tudo voltará ao que estava, mas estão errados, não vamos voltar à vida normal e anterior, temos de criar uma espécie de novo normal", afirmou.
"Espero que nos momentos de dificuldade, os ministros [europeus] sejam determinados na implementação [das medidas que tomam], não basta apenas tomar decisões", referiu Barroso.
O chefe do executivo comunitário procurou ainda responder aos críticos da União Europeia e ao seu desempenho face à crise.
"A União Europeia não esteve na origem da crise, esta resulta sim de uma má gestão das finanças dos vários governos e de um comportamento irresponsável dos mercados, há muitas pessoas que dizem que é a Europa que está a forçar os cortes, mas foram os governos que perderam o controlo antes da crise, não devido à Europa, mas apesar da União Europeia", sustentou.
"Muitos dos nossos cidadãos pensam que estamos a perder terreno a nível mundial mas nós aumentámos o nosso excedente, mais 300 mil milhões de euros por ano", referiu Barroso, acrescentando que "um ano do orçamento europeu é maior do que todo o Plano Marshall".
O presidente da Comissão Europeu afirmou hoje que o crescimento está acelerar na Europa e os países mais vulneráveis começam a apresentar resultados positivos, mas advertiu que não existe verdadeira recuperação com os atuais níveis de desemprego.
No discurso do Estado da União, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, José Manuel Durão Barroso saudou os dados económicos mais recentes, advogando que os sinais de inversão de tendência económica são motivo de otimismo.
"Os países mais vulneráveis começam a apresentar resultados positivos", afirmou o chefe do executivo comunitário, que apontou como exemplo Portugal, cujos últimos dados apontam para um crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto.
"Estamos a ver que é possível ganhar esta batalha", afirmou Durão Barroso, reconhecendo no entanto que esta recuperação é "ainda frágil".
Num discurso de cerca de 45 minutos, Barroso referiu que é preciso fazer mais no combate ao desemprego e no financiamento da economia real: "Não podemos permitir uma recuperação sem postos de trabalho."
"O crédito ainda não está a chegar a toda a zona euro, apesar de tudo o que fizemos, e isso tem de acontecer, temos de alcançar o crescimento necessário para resolver o problema mais grave dos nossos dias, o desemprego, [que chegou a] um nível insustentável do ponto de vista económico e inaceitável do ponto de vista social", declarou o presidente da Comissão Europeia,
Durão Barroso deixou também um aviso sobre a dimensão e as características da crise, frisando que se vive "um período de transformação da História", e que o grande risco pode ser "a falta de estabilidade e determinação" dos governantes europeus.
"As pessoas pensam que depois tudo voltará ao que estava, mas estão errados, não vamos voltar à vida normal e anterior, temos de criar uma espécie de novo normal", afirmou.
"Espero que nos momentos de dificuldade, os ministros [europeus] sejam determinados na implementação [das medidas que tomam], não basta apenas tomar decisões", referiu Barroso.
O chefe do executivo comunitário procurou ainda responder aos críticos da União Europeia e ao seu desempenho face à crise.
"A União Europeia não esteve na origem da crise, esta resulta sim de uma má gestão das finanças dos vários governos e de um comportamento irresponsável dos mercados, há muitas pessoas que dizem que é a Europa que está a forçar os cortes, mas foram os governos que perderam o controlo antes da crise, não devido à Europa, mas apesar da União Europeia", sustentou.
"Muitos dos nossos cidadãos pensam que estamos a perder terreno a nível mundial mas nós aumentámos o nosso excedente, mais 300 mil milhões de euros por ano", referiu Barroso, acrescentando que "um ano do orçamento europeu é maior do que todo o Plano Marshall".
8.8.13
OCDE mantém perspectiva de recuperação económica em Portugal
in iOnline
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mantém a perspetiva de recuperação da economia portuguesa, de acordo com os indicadores compósitos avançados hoje divulgados.
Os indicadores avançados da OCDE referentes a junho, que apontam para a tendência de melhoria ou abrandamento da atividade económica num período entre seis e nove meses, mostram uma subida nas perspetivas da melhoria da atividade económica portuguesa, nos 101,05 pontos.
Esta tendência de subida mantém-se há mais de um ano.
No mês passado, os indicadores compósitos relativos a Portugal ascendiam a 101,3 pontos, superior à média de longo prazo de 100 pontos.
Os números da OCDE dão ainda conta de melhoria das perspetivas económicas relativas à Grécia, Espanha e Itália, enquanto na Irlanda estas recuaram face a maio.
Os indicadores avançados também perspetivam uma melhoria para os países que compõem a zona euro.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mantém a perspetiva de recuperação da economia portuguesa, de acordo com os indicadores compósitos avançados hoje divulgados.
Os indicadores avançados da OCDE referentes a junho, que apontam para a tendência de melhoria ou abrandamento da atividade económica num período entre seis e nove meses, mostram uma subida nas perspetivas da melhoria da atividade económica portuguesa, nos 101,05 pontos.
Esta tendência de subida mantém-se há mais de um ano.
No mês passado, os indicadores compósitos relativos a Portugal ascendiam a 101,3 pontos, superior à média de longo prazo de 100 pontos.
Os números da OCDE dão ainda conta de melhoria das perspetivas económicas relativas à Grécia, Espanha e Itália, enquanto na Irlanda estas recuaram face a maio.
Os indicadores avançados também perspetivam uma melhoria para os países que compõem a zona euro.
1.8.13
Minho regista uma das melhores recuperações na insolvência de empresas
Pedro Vila-Chã, in Jornal de Notícias
O presidente da AIMinho, António Marques, diz que a "economia regional está a reagir e a fazer frente às insolvências".
Esta posição decorre dos números agora revelados que apontam Braga como o terceiro distrito onde se regista o maior número de insolvências (335, que corresponde a 10,1% do total nacional), mas que também apresenta os índices de recuperação mais positivos. No primeiro semestre de 2013, registaram-se menos 29% de insolvências.
No distrito de Viana do Castelo registou-se uma evolução muito positiva, tendo as insolvências diminuído neste primeiro semestre 26% (53, que corresponde a 1,6% do total nacional). Segundo o Presidente da AIMinho, António Marques, "nos distritos de Braga e de Viana do Castelo regista-se uma das maiores diminuições a nível nacional no número de insolvências (-27,5% de insolvências), o que comparado com a média nacional (-10%) é muito significativo!"
Lisboa (752, com aumento de 7%) e Porto (764, com redução de 15%), continuam a ser os dois distritos com mais insolvências em Portugal. Por oposto, a Madeira (-31%) regista a maior redução em termos homólogos, secundado pelos distritos de Braga (-29%) e Viana do Castelo (-26%).
"Os dois distritos da Região Minho registam reduções significativas, mostrando que a economia regional está de facto a reagir e a fazer frente às insolvências", diz António Marques. No primeiro semestre de 2013 registaram-se em Portugal 3.311 insolvências, uma redução de 10% relativamente ao período homólogo do ano passado.
As microempresas continuam a ser as mais afetadas (66,7%). 26% do total das empresas insolventes são do setor da construção e as empresas abrangidas por Planos Especiais de Revitalização (PER) estão a aumentar, tendo-se registado 577 casos no primeiro semestre de 2013.
No primeiro semestre de 2013, os sectores de atividade mais afetados pelo desaparecimento de empresas foram os sectores da Construção (26%) com 854 casos, dos Serviços (18%) com 597 casos, o Retalho (17%) com 565 casos e o sector Agroalimentar (6%) com 210 casos. No entanto, os sectores que registaram um maior crescimento homólogo, com mais de 50 de casos de insolvência, face a igual período do ano passado foram os sectores Serviços de TI e Automóvel com uma variação de 30% e 11% respetivamente.
O Presidente da AIMinho refere que, "embora os números de insolvências sejam ainda muito elevados na Região Minho, particularmente no distrito de Braga, estes são dados animadores tendo em conta o ambiente de crise económica e financeira agravadas por uma política pública que tem dado valorizado mais a austeridade do que o relançamento da economia e do crescimento".
O presidente da AIMinho, António Marques, diz que a "economia regional está a reagir e a fazer frente às insolvências".
Esta posição decorre dos números agora revelados que apontam Braga como o terceiro distrito onde se regista o maior número de insolvências (335, que corresponde a 10,1% do total nacional), mas que também apresenta os índices de recuperação mais positivos. No primeiro semestre de 2013, registaram-se menos 29% de insolvências.
No distrito de Viana do Castelo registou-se uma evolução muito positiva, tendo as insolvências diminuído neste primeiro semestre 26% (53, que corresponde a 1,6% do total nacional). Segundo o Presidente da AIMinho, António Marques, "nos distritos de Braga e de Viana do Castelo regista-se uma das maiores diminuições a nível nacional no número de insolvências (-27,5% de insolvências), o que comparado com a média nacional (-10%) é muito significativo!"
Lisboa (752, com aumento de 7%) e Porto (764, com redução de 15%), continuam a ser os dois distritos com mais insolvências em Portugal. Por oposto, a Madeira (-31%) regista a maior redução em termos homólogos, secundado pelos distritos de Braga (-29%) e Viana do Castelo (-26%).
"Os dois distritos da Região Minho registam reduções significativas, mostrando que a economia regional está de facto a reagir e a fazer frente às insolvências", diz António Marques. No primeiro semestre de 2013 registaram-se em Portugal 3.311 insolvências, uma redução de 10% relativamente ao período homólogo do ano passado.
As microempresas continuam a ser as mais afetadas (66,7%). 26% do total das empresas insolventes são do setor da construção e as empresas abrangidas por Planos Especiais de Revitalização (PER) estão a aumentar, tendo-se registado 577 casos no primeiro semestre de 2013.
No primeiro semestre de 2013, os sectores de atividade mais afetados pelo desaparecimento de empresas foram os sectores da Construção (26%) com 854 casos, dos Serviços (18%) com 597 casos, o Retalho (17%) com 565 casos e o sector Agroalimentar (6%) com 210 casos. No entanto, os sectores que registaram um maior crescimento homólogo, com mais de 50 de casos de insolvência, face a igual período do ano passado foram os sectores Serviços de TI e Automóvel com uma variação de 30% e 11% respetivamente.
O Presidente da AIMinho refere que, "embora os números de insolvências sejam ainda muito elevados na Região Minho, particularmente no distrito de Braga, estes são dados animadores tendo em conta o ambiente de crise económica e financeira agravadas por uma política pública que tem dado valorizado mais a austeridade do que o relançamento da economia e do crescimento".
13.6.12
França quer alteração das políticas de austeridade para beneficiar crescimento e emprego
in Jornal de Notícias
O ministro francês da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, afirmou, esta terça-feira, que a sua prioridade é a "batalha diplomática" com os outros países europeus, em particular com a Alemanha, para corrigir as políticas de austeridade a favor do crescimento e emprego.
"Há que privilegiar a batalha diplomática", sobretudo com Berlim, para alterar as "políticas de austeridade" que se traduziram na recessão em sete dos países da zona euro, afirmou Arnaud Montebourg em entrevista à rádio RTL.
O governante salientou que a "política de reembolso de dívidas não faz sentido, porque, enquanto devolvemos as nossas dívidas durante dez anos, teremos na Ásia e na América do Sul países que investirão nos produtos do futuro, na indústria do futuro, e nós seremos os consumidores dos produtos fabricados pelos outros".
Em França, Montebourg considera haver "uma necessidade de traçar um caminho para a recuperação das finanças públicas", já que "o país está num estado lamentável".
"Faremos os esforços necessários e serão repartidos de forma justa, mas a nossa batalha é, em primeiro lugar, a do crescimento e do emprego na Europa", apontou.
O ministro francês da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, afirmou, esta terça-feira, que a sua prioridade é a "batalha diplomática" com os outros países europeus, em particular com a Alemanha, para corrigir as políticas de austeridade a favor do crescimento e emprego.
"Há que privilegiar a batalha diplomática", sobretudo com Berlim, para alterar as "políticas de austeridade" que se traduziram na recessão em sete dos países da zona euro, afirmou Arnaud Montebourg em entrevista à rádio RTL.
O governante salientou que a "política de reembolso de dívidas não faz sentido, porque, enquanto devolvemos as nossas dívidas durante dez anos, teremos na Ásia e na América do Sul países que investirão nos produtos do futuro, na indústria do futuro, e nós seremos os consumidores dos produtos fabricados pelos outros".
Em França, Montebourg considera haver "uma necessidade de traçar um caminho para a recuperação das finanças públicas", já que "o país está num estado lamentável".
"Faremos os esforços necessários e serão repartidos de forma justa, mas a nossa batalha é, em primeiro lugar, a do crescimento e do emprego na Europa", apontou.
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