por Sandra Afonso, in RR
Directora do Fundo Monetário Internacional defende ainda que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
A recuperação mundial segue a múltiplas velocidades, o que representa mais uma ameaça ao crescimento global. São avisos deixados esta quinta-feira pela directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, a duas semanas da actualização das previsões para o crescimento mundial.
“O FMI divulgará em breve as novas previsões, dentro de duas semanas, mas posso dizer que enquanto vemos alguns sinais de recuperação, o crescimento global continua condicionado”, começou por argumentar Christine Lagarde, num discurso na Câmara do Comércio norte-americana em que falava sobre as perspectivas para uma economia global dinâmica.
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional continuou dizendo que “a história é mais complexa”. “Há cerca de seis meses falávamos de uma recuperação a três velocidades. Bem, parece que existem múltiplas velocidades em acção. Também sabemos que os benefícios do crescimento não estão a ser partilhados a nível mundial, o que conduz a potenciais riscos de instabilidade.”
Ainda assim Lagarde considerou que “as economias avançadas, com destaque para os Estados Unidos, Europa e Japão, estão melhor agora do que há seis meses”.
O FMI defende também que a saída de um resgate deve ser um processo gradual, determinado pelo crescimento e emprego.
Depois de divulgado o relatório do Fundo Monetário Internacional, onde se defende que os ajustamentos não devem ser bruscos, agora a directora-geral vem lembrar que a fase de transição também deve ser ajustada.
Christine Lagarde diz, por isso, que a posição do Fundo “é que a saída de políticas de monitorização convencionais, necessárias para a recuperação da economia, devem ser graduais, ligadas a progressos no crescimento e emprego, devidamente documentados, e devem ser claramente comunicados em diálogo com restantes actores das políticas de monitorização”.
Lagarde defende ainda o FMI das críticas recentes, sobre a forma como estão a ser conduzidos os resgates e lembra que os técnicos não são “fiscais”, mas “macroeconomistas”, que se preocupam também “com temas como o crescimento e o emprego”.