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O economista sublinhou que a reforma do Estado tem que ser abrangente, criando condições para o reequilíbrio das contas públicas
O economista Daniel Bessa considerou hoje que os cortes nas pensões, com efeitos retroativos, são indispensáveis para assegurar a sustentabilidade das contas públicas, admitindo a possibilidade de ser criado um IVA social.
"É incontornável uma redução das pensões com caráter retroativo", afirmou o responsável num seminário sobre o Orçamento de Estado para 2014, promovido pelo Fórum para a Competitividade.
Segundo o economista, esta redução "poderia ser compensada de alguma forma com um IVA social".
Ainda assim, Daniel Bessa sublinhou que a reforma do Estado tem que ser abrangente, criando condições para o reequilíbrio das contas públicas.
"Nunca pensei que a reforma do Estado fosse baixar salário e cortar pensões", frisou.
Na sua opinião, o caminho a percorrer tem que passar pela diminuição da intervenção do Estado nalgumas áreas da economia.
"Tiraria o Estado dos transportes públicos", revelou, sublinhando que "não há soluções boas, mas há menos más", e que esta seria uma das últimas.
Daniel Bessa apontou também para a possibilidade de "privatizar alguma coisa na área do ensino e da saúde", ainda que ressalvando que a sociedade portuguesa estará, neste momento, mais inclinada para aceitar a privatização na área dos transportes do que nas áreas da educação e da saúde.
"Eu não sei porque é que os funcionários estão contra a privatização, porque os serviços têm que continuar a ser prestados", assinalou.
Noutro ponto do debate, Daniel Bessa já tinha considerado um erro a tentativa de o Governo negociar com a ‘troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) a flexibilização do défice público para 4,5%, dizendo mesmo que estaria, pessoalmente, disposto a pagar mais impostos para evitar essa hipótese.